Tanta Construção.

 

Tanto faz.

Em temporada recente, lembro-me de ter lido que a diretoria Tricolor considerou ter sido alcançado o objetivo principal após chegarmos em fase de classificação de Libertadores. Ou seja, o planejamento não fora feito em busca de título. Algo que pode ser por alguns enxergado como normal, afinal de contas, um passo de cada vez… Obviamente, somente nós, torcedores, enxergávamos que era possível vencer o campeonato. Culpa da tal da Fé, que nos faz acompanhar os jogos acreditando que entraremos sempre para vencer, sempre com chances reais de conquistas, de títulos.

Também, há alguns anos, por volta de 2009, 2010, 2011, li que havia um consenso da gestão à época (e, queiramos ou não, atual) com relação à reformulação do clube, mais especificadamente do time, que vinha vencendo o principal torneio nacional, porém seguidamente caía de forma vexaminosa (com direito a jogos eliminatórios sem conseguirmos dar um chute sequer a gol) nas Libertadores, diante de times brasileiros. Era hora de reformular o elenco, o futebol do São Paulo.

Leio hoje que estamos em fase de reformulação.

Parece ser uma eterna construção. Estamos há anos e anos em obras, como se fosse um empreendimento regado a milhões e milhões em propinas.

O resultado em campo?

Tanto faz.

 

Diretoria agindo como se o importante, na verdade, fosse manter a posse de bola, e não fazer gols.

Permanecer entre os times que se classificam para a Libertadores está sendo o ápice das últimas temporadas. Títulos? Talvez, num momento distraído e de pura sinceridade, consigamos arrancar de alguém da cúpula da administração Tricolor uma resposta do tipo “Títulos pra quê?”…

Mantemos uma boa média de público, se levarmos em consideração os repetidos fiascos em nossa própria casa. O torcedor faz a sua parte, ainda que desconfiado, ainda que corneta. Ora, não me fale que estar desconfiado e estar irritadiço com tudo o que acontece é errado, é exagero. A não ser que ‘Títulos pra quê, né?’.

Falei em coluna passada sobre a importância de um ‘paulistinha’. Inexpressivo? Conseguimos jogar um futebol mais inexpressivo ainda, e são anos e anos seguidos de desclassificações de tudo quanto é tipo no campeonato regional.

Paulistinha? Pra quê?

Sobre a Copa do Brasil, o mesmo, no mesmo sentido, com alguns parênteses a mais, umas vírgulas a menos… Não precisamos vencer. Basta chegarmos na fase eliminatória.

Tanto faz.

 

Vítima das circunstâncias.

Patrocínios, cotas das transmissões, parcerias. O São Paulo é vítima da crise econômica mundial.

Contratações, formação de elenco, utilização da base… o São Paulo é vítima da queda de rendimento dos jogadores brasileiros. E também, os jogadores chegam e não rendem porque existe um pacto entre os atletas determinando que ninguém consiga chegar à melhor fase da carreira com o nosso uniforme, ou que aqui encontre sua fase mais nebulosa como profissional.

Técnicos, esquema tático ideal para o que sempre fomos, futebol bonito, agressivo, futebol feio, de resultado. Muricybol. O São Paulo é vítima das constantes alterações que existem naturalmente na posição de técnico, com ‘filosofias’ diferentes sendo trabalhadas na mesma temporada. As contusões atrapalham. O time nunca está completo. Sempre em formação. O elenco carecendo de mais e mais peças, sempre e sempre… exclusividades do pobre São Paulo.

Eterna construção.

 

Tal qual nossa política nacional, e diferentemente do que falam os doutrinadores de idiotas da mídia, o projeto criminoso de poder não tem a ver com um só grupo, setor, ‘partido’, peça, pessoa. Tem a ver com bagunça, com baderna, com confusão e corporativismo.

Podemos nós, simples torcedores, acreditarmos que existe algum tipo de grande benefício específico para indivíduos distintos que estão no controle e na direção do clube e de seus passos durante todos estes últimos anos. A baderna, a bagunça, a incompetência, a politicagem, a sujeira são o caminho, são o meio utilizado para que ‘oposição’ nenhuma consiga (ou queira) mudar os rumos que temos tomado, eliminando do corpo administrativo os responsáveis pela infeliz situação em que nos encontramos, tomando as rédeas da situação.

Conquistas, títulos, força em campo, troféus?

Tanto faz…

Estamos construindo destroços.

 

Ronnie Mancuzo – Sub


 

O canal SPFC 1930 publicou um vídeo no YouTube onde o São Paulo, de 1997, surrou o Cruzeiro fora de casa, com direito a 5 gols de Dodô em cima do goleiro Dida.

Atualmente, alguém do nosso elenco conseguiria essa proeza?

Alguém se lembra do time que entrou em campo no Mineirão, em 1997?