Sonho pequeno.

Já sonhamos grande.

Já vimos o maior sonho possível estar entre nós, na batida uníssona de todos os nossos corações de três cores.

Após 2005, levamos alguns choques. Ficamos assustados. Mesmo com os consecutivos títulos do mais importante campeonato nacional, permanecia (e ainda permanece) um vazio na alma que somente é preenchido pelo campeonato que nos identifica.

Após 2005, fizemos jogos vexaminosos em fases decisivas. Justiça e injustiça se misturaram. Acabávamos tendo que ir fortes para os pontos corridos, o que também acabou nos identificando.

2017. Apesar da grande importância do título disputado naquela final de um só tempo há meia década, existe um ‘hiato’ incômodo. Coisa que nos faz sonhar ‘pequeno’.

Em tempos de Libertadores, nem a tão importante Copa do Brasil víamos como necessária para preencher nossa alegria. Sequer podíamos disputar esse campeonato, que os rivais (como babacas) tanto nos cobram, por causa de nosso tamanho e soberania perante os demais.

Sim, fomos durante uma boa época soberanos, e este adjetivo não pode ser menosprezado, ainda que, por razões políticas, alguns oportunistas tenham abusado no uso do termo.

Não. Não nos tornamos pequenos nos últimos tempos. Não andamos para trás. Mesmo que assim pareça ter acontecido, já que a queda brusca de rendimento está causando impacto conforme o tempo sem conquistas vai aumentando. O coração quer enxergar que somente deixamos de crescer como estávamos crescendo, diminuímos o passo, não nosso tamanho. Talvez paramos e deitamos na sombra, como a lebre… é só acordar a tempo e voltar a correr para não termos o mesmo fim que na fábula.

Acordar.

Quando acordamos, nos espreguiçamos. Vamos aos poucos abrindo os olhos. Percebendo a vida, o dia que está começando, os sons, as ideias e os planos, as tarefas do dia.

Mas, vamos tomar café. Depois de lavar o rosto. Descarregar a bexiga. Tem quem pega um copo d’água e vira de uma vez assim que se levanta da cama. Me falaram que é costume japonês. Tem quem escove os dentes antes de comer qualquer coisa. Outros que só os escovam após a primeira refeição. Tem quem não escove.. Um pingado, um café puro, adoçante, muito açúcar, sem adoçar, um cappuccino, um suco de manga, um pão sírio, uma bolacha água e sal… ouvindo o rádio, ou com a televisão ligada, ou com o som dos pássaros, misturado ao dos caminhões na rodovia em frente de casa.

Acorda pra cuspir, São Paulo.

O que você sonhou?

Sonho pequeno?

Com o Paulista?

Com a Copa do Brasil?

Espero que tenha sonhado.

Porque, segundo alguns lugares que eu li, ou pessoas que ouvi, o primeiro passo para a realização de algo é o sonho. Imaginar, o sonhar acordado, a criação na mente, para assim haver materialização.

É poder ver além do limite da visão imediata. É crer. É Fé.

E, desta vez, pequeno.

Sonhar pequeno.

Não vai fazer mal.

Porque, imagina esse pequeno passo dado. Um título de um desses ‘pequenos’ campeonatos. Um título do Campeonato Paulista 2017 não cairia bem? Não seria um ‘up’ pra gente poder manter a engrenagem funcionando rumo a conquistas ainda maiores? E uma Copa do Brasil? Erguer o troféu do único campeonato possível para essa galera rival toda enquanto éramos os maiores do mundo seria, no mínimo, espetacular.

Por mais que pareçam sonhos pequenos – que ironia, Juvenal – o tempo é o senhor da razão.

Hoje, são sonhos sensacionais.

Ronnie Mancuzo – Sub

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O canal Poderoso Tricolor postou um vídeo no YouTube com os melhores momentos do Campeonato Paulista de 2005. Nele, podemos ver os números que aquele fortíssimo time construiu ao longo do campeonato, alguns dos gols mais importantes, as festas, a alegria contagiante…

É… é bom demais ser campeão.