5 jogos sem vencer. Dois técnicos em suas primeiras experiências num time profissional. Dois clubes classificados, mas que vem deixando a desejar no desempenho. São Paulo e Corinthians saíram empatados de um clássico, assim como a situação atual: duas equipes com propostas de jogo um tanto “incompletas” e que colocam em xeque a convicção de suas diretorias frente a resultados ruins.

O São Paulo de Rogério Ceni é um já conhecido time ofensivo, que valoriza a posse de bola e se instala no campo do adversário, procurando triangulações, toques curtos e dosando ritmo: ora fica com a bola, tocando lentamente, ora agride quando perde a bola e acelera em direção ao gol. Jucilei, destacado na foto, vem tendo grandes partidas sendo o homem da primeira bola, que recebe dos zagueiros e dá qualidade, com passes verticais, na saída (veja na imagem). O problema está sem a bola: existe o conceito, que é a flutuação das linhas e a pressão na bola, mas os movimentos dos zagueiros e volantes ainda são pouco agressivos, como foi Maicon, Rodrigo Caio e Junior Tavares no gol de Jô.

Já o Corinthians de Fabio Carille tem um sólido sistema defensivo. O treinador vem alterando entre 4-1-4-1 e 4-2-3-1, mas as ideias quando está sem a bola são as mesmas: marcação zonal, ultra-compactação, extremos voltando até o fim para manter a linha de 4 bem posicionada, com todos alinhados e correndo juntos. O problema está, assim como o São Paulo, do outro lado: é ofensivamente que o time sofre, precisando jogar em sua Arena e tendo problemas nas aproximações, nas triangulações….Carille sabe disso, e pede para Jadson se movimentar e até buscar a bola dos zagueiros, como na imagem.

São Paulo e Corinthians escolheram romper com um 2016 ruim. E isso leva um certo tempo para se traduzir em campo, ainda que é possível ver duas equipes bem, bem diferentes daquelas do ano passado. Repensar algumas coisas, treinar mais o que não vem dando certo e encontrar o equilíbrio é algo que vem com jogos e treinamentos. Acontece que um abril cheio de decisões na Copa do Brasil e no Paulista bate à porta.

Por isso que esse mês será para testar as duas direções. Será que o São Paulo banca o ídolo-mor do clube em caso de eliminação na Copa do Brasil? E o Corinthians, consegue manter Carille se o time continuar a fazer 1 gol ou menos por partida? Trabalhos em início costumam precisar de costas largas, peito forte e direção consciente. O clássico mostrou que os dois rivais serão testados como foram no jogo.

Leonardo Miranda