Por Pedro Cuenca

A hora já passou, mas o clube prolongou. Como se tivesse dó desse pobre goleiro que nada faz corretamente desde que vestiu a camisa do São Paulo Futebol Clube. Dó por diversos motivos, seja por saber que ele não vai encontrar emprego tão cedo ou por uma certa gratidão pelos (péssimos) serviços prestados. Não sabemos o motivo, mas lá está Denis.

E Denis só jogou o clássico por Sidão estar machucado. Sendo assim, ganhou uma chance de se redimir, tentar se destacar e garantir a vaga enquanto o companheiro não conquista de vez a posição. Mas Denis, além de ruim, é azarado. O goleiro não consegue deixar de fazer bobeiras em campo, mesmo quando todos os ventos estão a seu favor.

Contra o Palmeiras, duas falhas lamentáveis, coisas que nem goleiros de várzea fariam. No primeiro gol, ficou esperando Dudu dominar, ajeitar, chutar e só aí decidiu voltar para o gol, pois estava longe da meta tricolor. Você pode argumentar que o passe de Douglas foi ruim, que Buffarini foi de pé mole na jogada, mas nunca um goleiro pode tomar uma bola dessas, ainda mais sem ser de primeira. Foi feio, muito feio.

No terceiro gol, Denis saiu do gol afobado e deixou a bola passar por ele. Como se tivesse com medo de dividir com o atacante adversário, algo inadmissível para um goleiro profissional e, principalmente, de uma grande equipe como o São Paulo.

Denis não pode ser goleiro de um clube com o tamanho do São Paulo. Quando o contratamos, ele era reserva da Ponte Preta. Hoje, ele não seria titular em 19 de 20 clubes da Série A. É, porém, titular daquele time trouxa que decide apostar em seus talentos furados, em sua falsa vontade de jogar e nos seus desaparecidos talentos. Uma vergonha para a nossa história, principalmente quando ele substitui um de nossos grandes ídolos.

Alencar saiu daqui execrado pelos sete gols levados contra o Vasco, em 2001. Nunca mais jogou pelo São Paulo. É lembrado, até hoje, como um dos piores goleiros de nossa história. Não durou nada, mas Denis continua firme e forte, sempre nos comprometendo e colocando as boas performances do Tricolor em risco. Hoje, foi apenas mais um desses dias.

A derrota nos coloca de volta à realidade. O time ainda está em construção, erra muito e sente a falta de Cueva, aquele que também não jogará o clássico contra o Corinthians. É hora de sentar, olhar o jogo, ver o que está errado e evitar nas próximas partidas. A ofensividade das demais partidas não apareceu no jogo deste sábado. O clube não fez o que foi preciso e acabou amarrado pela marcação rival. Foi um time apático, abaixo do que vinha fazendo.

Mas como todo time começa por um bom goleiro, é bom que o São Paulo pense nisso. Denis não dá, as chances já se esgotaram. Sidão, Renan Ribeiro ou um goleiro de fora: não sei o que o clube fará, mas Denis não pode continuar atrapalhando o clube dessa maneira.

ESPN