O nosso maior goleiro de todos os tempos, Zetti.

Sim, pois no tricolor temos goleiros de todos os tipos, inclusive um arqueiro goleador que está fora de qualquer questão, afinal, religião não se discute.

Saído de uma equipe de menor expressão da capital, onde tinha quebrado a perna, Zetti veio para ser reserva do goleiro Gilmar.

Era quase um recomeço.

A concorrência foi grande, e Gilmar acabou apelando.

Partiu para imprensa e começou a destratar publicamente Zetti.

Resultado, o bigodudo goleiro logo precisou ir atrás de outro clube.

O Flamengo o recebeu de braços abertos.

Quanto a Zetti…

Assumiu o gol tricolor, onde ficou até resolver jogar em equipes de menor expressão.

No tricolor, Zetti foi um “monstro”.

Suas atuações nas conquistas de Libertadores e Mundiais foram irretocáveis.

Estava lá na decisão por pênaltis na Taça Libertadores de 1992.

Defendeu o pênalti decisivo… gol de Zetti.

Para mim particularmente, no entanto, sua maior defesa aconteceria na final do ano seguinte.

Por mais que o placar final, 5 a 1, para o tricolor, passe a imagem de uma partida fácil, na verdade o jogo foi bem complicado no começo.

O Universidad Católica tinha um grande time.

Ainda no primeiro tempo, um zagueiro tricolor recuou uma bola, sem ver a posição de Zetti.

A bola foi forte em direção ao gol vazio.

Zetti em desembalada carreira partiu em direção da bola…

…para mim, que estava atrás do gol oposto… demorou quase uma hora rs rs

Com um toque de mão, mandou a bola para escanteio.

Mais um gol de Zetti.

Pouco minutos depois…

Lá estava Zetti defendendo uma bola a queima roupa…

Outro gol.

Por fim, anos depois, fez o que realmente é para poucos, algo digno apenas dos maiores.

Formou seu sucessor e no caso, que sucessor!!!

A maneira digna como saiu do São Paulo para abrir espaço a Rogério Ceni é uma das mais belas páginas da história do futebol.

Digno, não fez qualquer referência contrária aquele que iria substitui-lo.

Aliás, muito pelo contrário, saiu pela porta da frente.

E sempre estará entre nós, tricolores.

José Renato Santiago