No Morumbi dava para sentir no ar o otimismo das quase 44 mil pessoas presentes. Era a estréia de Pratto. Tínhamos certeza de uma goleada sobre o Mirassol, independente de sabermos que o time do interior paulista ainda não havia perdido no campeonato, fosse uma equipe taticamente bem postada e com bom toque de bola. A torcida estava otimista. Afinal, vínhamos de uma belíssima goleada contra a Ponte, e de uma vitória da raça e da determinação sobre o Santos, apesar das falhas no sistema defensivo.  Porém, a vitória esmagadora não veio. Depois do jogo, ouvi de alguns jornalistas que o time estava mal posicionado, sem concentração ou acreditando no já ganhou e criticaram a torcida por vaiarem e xingarem o Maicon, o que mostra uma torcida que abandonará o time quando as derrotas vierem. Discordo. O time perdeu várias chances de matar o jogo. O que coloco na conta da inexperiência de jovens que tentavam o drible e não passavam a bola, ou não chutaram a gol quando tiveram oportunidade e de um Cueva que não estava nos seus melhores dias. Normal numa equipe em formação e sem um grande plantel. O time estava bem postado até levar o primeiro gol. Ceni talvez devesse ter tirado Maicon e colocado Lugano depois dos 20 minutos do segundo tempo. Não acho que isto o “queimaria” junto a torcida. Ele não estava bem, sentíamos que a qualquer momento “a vaca ia para o brejo”. Mas, o fato é que a torcida mudou e o espírito time mudou com Rogério Ceni. Reclamamos ao final do jogo, porque empatamos e ficamos irritados, briga de família, sabe como é….. só nós temos o direito.  A diferença é que saímos esperançosos, o time nos faz sentir uma montanha russa de sentimentos, alegria, surpresa, é emoção pura e genuína. Se deixarem Ceni trabalhar – Leco, Natel, Pimenta; não importa –  se não venderem todo mundo, o time será campeão, senão do Paulista; em “breve”. Apesar de que, já ganhamos a Flórida Cup em cima dos Galinhas, valorizem,  aceitem ou não. Hoje, o torcedor do São Paulo recuperou o orgulho de torcer, como na era Rubens Minelli, Cilinho, Telê e Muricy. Vivenciamos isto nas arquibancadas. A torcida ama o São Paulo, ama Rogério Ceni, e mais do que nunca, somos o time e a torcida da Fé.

Maria Denise Nery Santiago