A preparação na Florida e as conclusões

Em pouco tempo, os jogadores parecem ter assimilado bem o estilo de jogo que Ceni deseja implantar. É só um começo. O São Paulo criou chances, mas o velho problema da falta de pontaria, que tanto atormentou o clube na última temporada, ainda parece ser a grande dificuldade dessa equipe.

O São Paulo deixou sinais de que com um melhor entrosamento, uma escalação definida e o preparo físico em dia, o time terá condições de brigar por títulos nessa temporada. Isso se e somente se, conseguir encontrar o seu camisa 9. O São Paulo não pode mais perder gols como perdeu em 2016 e como perdeu contra o River.

Jucilei deve chegar para volante mas não contratamos meia e lateral esquerdo. E principalmente centroavante. Mas o 9…esse tem que vir.

O ano pode ser promissor mas precisamos de um pouco mais para taças.

Precisamos acordar para isto…

Quem poderia ser o centroavante? 

Com Calleri impossível, há outros nomes que seriam fantásticos como os de Gustavo Bou e Marco Ruben que sempre estão na mente dos diretores. Os argentinos são possibilidades que o São Paulo sempre monitora e acompanha de perto. Mas, pelo custo e pelo momento financeiro, a criatividade deverá retornar como quando acharam Colmán.

A novidade que rolou em Porto Alegre neste final de semana foi que o atleta relatou conversas um representante de um dos grandes de São Paulo. O Palmeiras jurou que nunca o contrataria após a recusa há 4 anos, o Santos está fechando com Bruno Henrique e o Corinthians está em cima de Drogba. Indicaria um possível interesse do São Paulo…Livre, o centroavante poderia assinar vínculo sem custos. Claro que cobraria luvas e tem um salário que não é baixo. Será que valeria?

Caíque e Pedro merecem uma chance no plantel? Dar mais uma oportunidade à base?

Fato é, precisamos de mais alguém na posição…

Jucilei:  o 5o reforço 

Para quem pergunta, segundo a direção e o empresário do atleta, só mesmo os documentos liberatórios faltam para o São Paulo anunciar o jogador. Ele será o 5o reforço sendo que até aqui, só foram gastos R$ 300 mil para a liberação de Sidão nos 5 nomes. Shaylon, Júnior, Araruna e Foguete subiram da base.

16a saída?

Cortez está negociando com o Grêmio sua ida por 1 ano ao Tricolor gaúcho. Se concretizar sua ida, será o 16o jogador a ser negociado pelo São Paulo nesta janela. Confira a lista:

Cortez: 16a negociação de saída está perto de se concretizar no São Paulo

Vender: Para onde vai o dinheiro e por que vendemos tão mal? 

O São Paulo se notabilizou por anos por ser um grande vendedor e é o clube que mais vendeu jogadores no Brasil. Na época de Juvenal, uma das poucas coisas que podemos lembrar além dos títulos daquela gestão é que vendíamos bem nossos atletas e tínhamos uma boa reposição ao menos até 2009. Depois, descambou de vez.

Hoje, é inaceitável a forma com que o clube trabalha suas finanças e sua política de vendas. Critico o Leco hoje mas de Juvenal,  Aidar até ele, todos conduzem de forma amadora o clube. Não à toa, não temos dinheiro!

O dinheiro de Ganso, Kardec e Ademilson, que foram vendidos ano passado, só entrarão nos cofres 1 ano depois para os dois primeiros e o de Ademilson, meses depois. Isto, por exemplo. Claro que ficamos no limbo sem caixa.

Ultimamente, quando lemos que o São Paulo irá vender, logo achamos que sanaremos contas, estabilizaremos a casa e poderemos sonhar com dias melhores. Mas não…o dinheiro evapora, some e não vemos retorno. Pior: ainda vemos diretores voltando a afirmar que não tem dinheiro. Ou seja, se vende não tem grana e se não vende também não tem. Então, já vejo uma massa percebendo que vender não terá retorno. Então, para onde vai o dinheiro e por que vendemos tão mal?

E entra o segundo ponto: por que negociamos tão mal para vender e sofremos tanto para comprar?

Comprar: Por que sofremos tanto para comprar e é tão fácil comprar jogador do São Paulo? 

É raro vermos uma contratação não ser novela no São Paulo.

Até para contratarmos o Kieza, sofremos e ficamos quase 2 meses negociando até fechar. Depois, para ceder ele ao Vitória, não demorou 15 minutos.

E tem quem ache normal porque o dinheiro retornou. Não, não retornou! O dinheiro de comissão à empresário não volta, amigo. É perdido!

Ou seja, em 1 mês no caso Kieza, perdemos uma fortuna e nem resistência oferecemos.

Esse é um caso. Quantos podemos alavancar com facilidade?

Virá um e dirá que o Colmán foi má fé do Nacional, que o Felipe Melo pediu muito, que Calleri é problema com investidores, que o Michel Bastos liberamos porque devíamos e ele era mau caráter entre muitos outros. Mas, toda hora é culpa dos outros? Quando paramos de sermos protagonistas de nossas negociações para virarmos reféns de empresários e jogadores? Isso começa da cabeça retrógrada do presidente que fica falando em Nilmar em toda entrevista e dissemina no grupo. Vejam aí como é simples falar em vender por exemplo o Luiz Araújo. Ok que valha o dinheiro, mas não vamos negociar, tentar mais dinheiro? Chega e dizemos sim direto e ponto? Se não fosse Ceni, o menino já estaria na França agora. Ele é que segurou a bronca e conversou com o garoto além de frear o ímpeto da direção.

Vejam o que fez conosco ano passado o Porto com Maicon. Fomos meninos na negociação de homens. Vejam o que houve com o San Lorenzo na negociação de Buffarini. Fomos totalmente amadores e ao final, quem perdeu fomos nós sempre. Contratamos, mas pagamos o preço que os times queriam sem qualquer vantagem negocial. Enquanto somos uma mãe ao vender, para comprar sofremos, sofremos e sofremos… Há quem ache que eu exagero mas tem algo muito errado no São Paulo.

Temos que pagar à vista enquanto aceitamos pagamentos de 12 meses? Por que nós aceitamos isso e os outros não?

Por que compramos Jean Carlos, Robson e Ytalo e depois cedemos tão fácil? E a grana de luvas e comissões investidas? É óbvio que ficamos sem capital.

Nada é acaso e coincidência. Hoje, o Departamento de Futebol do São Paulo é tocado por quem não tem experiência no ramo.

E como o cenário explicita, com dinheiro ou não, seja em compra ou venda, temos um problema crônico de competência negocial.

Se isso não mudar, como ficaremos? Aonde iremos parar? Tomaremos chapéu atrás de chapéu e não pela falta de dinheiro mas por incompetência?

O São Paulo precisa muito mudar.

Já mudamos no conceito técnico e tático, na alma de grupo e no espírito coletivo através de Ceni.

Mas Ceni não conduzirá o São Paulo sozinho e a gestão precisa ajudar.

Que a conquista da Florida Cup ilumine e inspire os gestores a novos dias.

Alexandre Zanquetta

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