A estreia do maior ídolo da história do Tricolor Paulista finalmente aconteceu. O tão aguardado São Paulo de Rogério Ceni se mostrou, nos primeiros 45 minutos do amistoso contra o River, uma equipe com algumas ideias de jogo bem atuais, misturando um pouco do que o ex-goleiro já disse ter como inspiração: Sampaoli, Osorio, Bielsa…

 

Mas calma! As comparações acabam aqui. Ceni é Ceni. É o M1to e agora o técnico do São Paulo. E como todo técnico, possui suas próprias ideias, suas crenças e também seus defeitos. Dar tempo, saber analisar o contexto e o jogo e deixar a mitologia de um dos maiores ídolos do futebol para trás é fundamental para saber com mais clareza e fidelidade aos fatos o que será o São Paulo de 2017.

 

Começando pelo modelo de jogo, que é a “maneira” como Ceni pretende que o São Paulo ataque, defesa, faça as transições…esse modelo pode ter diversos esquemas. Contra o River, o time começou num 4-1-4-1, com Rodrigo Caio fazendo esse “1” entre as linhas e Luiz Araújo, Cueva, Thiago Mendes e Wellington Nem como os 4 meias atrás de Chávez.

Um dos primeiros aspectos desse modelo de jogo, que pôde ser visto ontem, foi a forma como o São Paulo inicia suas jogadas ofensivas: Rodrigo Caio se aproxima dos zagueiros e ganha a movimentação de Cueva. Com os laterais avançados, os dois tabelam, criam triangulações e fizeram o Tricolor ter muito volume de jogo, sempre com verticalidade em direção ao gol.

Poucos toques de lado, muitos passes verticais. A imagem abaixo representa como o SP atacou: os laterais tiveram aquela tradicional função de dar amplitude (fazer o campo ficar maior com dois homens abertos nas pontas). Se os lados do campo são ocupados pelos laterais, o que os pontas do 4-1-4-1 fazem? Flutuam por dentro, tabelam pra sair livre na cara do gol ou “prendem” os zagueiros indo lá na área com Chavez.

Sem a bola (e enquanto o físico dos jogadores deixou), o São Paulo mordeu. Mas mordeu mesmo, não deixando o River respirar em nenhuma parte do campo. Um jogador recebe? Então dois correm para tirar o espaço daquele cara, fazendo o adversário perder a bola, recuar pra trás ou até dar um chutão se as coisas ficarem complicadas.

São algumas primeiras ideias, apenas. O São Paulo pode mudar, e muito, com o decorrer da temporada, a possível chegada de Jucilei. Se a primeira impressão foi muito positiva, as primeiras ideias de Rogério Ceni para sua primeira equipe como treinador serão vistas ao longo dos primeiros jogos oficiais.

Leo Miranda