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Sou do tempo em que Rogério Ceni virou treinador.

Do tempo em que a esperança estava enfraquecida por conta de constantes fracassos em campo e fora dele. Mas a Fé, como sempre, permanecia intocada.

Para ajudar a Fé, Ceni se fez treinador. Ainda que talvez sem saber que nisso ele ajudava, trouxe algo de místico, talvez mítico… Tudo junto num ato de assumir tal função.

Fé intocada e fortalecida, esperança renovada em virtude de uma nova temporada. Novidade sem ser tão novidade assim. A interrogação permeando a rotina de treinos do novo velho funcionário da casa.

Como se no buscar de refúgio em algum fator que proteja a esperança que surgiu, estou aqui, de alma aberta para felicidade ímpar junto ao novo ciclo que agora viveremos.

Sou do tempo em que Calleri se tornou ídolo.

Talvez por causa de algo que nos faltou durante algumas temporadas.

Ainda que Lugano tenha retornado para auxiliar a alma Tricolor, diriam que ídolos velhos não ocupam lugares de ídolos novos.

Calleri Boi Bandido, Calleri Maicon, Calleri Cueva, Calleri Lucas.. Calleri Colmán .. Calleri que seja Calleri, que venha a ser Calleri.. que pode não vir e se transforme em outro jogador assumindo o posto. Na falta de títulos e de personalidade e de identificação e de protagonismo e de direção, ídolos surgem do nada e para o nada se vão.

Gosto do jogador. Mas, tão pouco tempo ficou conosco. Se voltar, que fique por muito mais. A ponto de se tornar ídolo maior do que agora é.

Porém, pouco me importa quem seja de fato.

Ídolos chegam mais facilmente com títulos, com identificação, com personalidade em campo.

E é assim que mais desejo ver surgir consolidado um novo e real herói Tricolor.

 

Sou do tempo em que, não importava onde fosse, se desse para ir ao estádio, era obrigação.

Porém, quando uma pessoa que sempre tratou com o máximo de falta de respeito possível nosso clube quer dele se aproveitar para autopromoção, vejo natural o ‘boicote’.

A estreia de Ceni como técnico acontecerá em torneios nacionais contra o time do eterno corinthiano que tem como ápice profissional uma cambalhota na rampa do Planalto. Em um programa da fatídica Jovem Pan, o presidente do Audax disse que aproveitaria a situação para explorar o torcedor que no estádio queira assistir à partida.

“Me ofereceram R$ 700 mil líquidos e mais mil ingressos. Não aceitei!”, confirmou. “Se eu não conseguir botar dez mil são-paulinos na estreia do Mito… Eu não acredito que a torcida do São Paulo não vá a Barueri para ver o Rogério… Dependendo do lugar, se você compra três cervejas dá R$ 60…”, argumentou.

http://jovempan.uol.com.br/esportes/futebol/nacional/clubes/sao-paulo/vampeta-encarece-ingressos-para-estreia-oficial-de-ceni-mas-promete-espetaculo.html

Em tempos de crise, seria interessante participar de uma ‘festa para o São Paulo’ oferecida por Vampeta a R$ 100,00?

Aparentemente, as organizadas estão se movimentando para um boicote. A não ser que seja a única oportunidade em vida, recente, ou algo do tipo para ver o time de perto, apoio postergar  para o Morumbi, na semana seguinte, contra a Ponte Preta, adversário muito mais histórico, rival, jogo de grande impacto… certamente teremos festa. E uma festa bem melhor.. afinal de contas.. Morumbi, nossa casa, sem Vampeta.. olha..

 

Nova temporada, novo ano, aquela mística mítica de novos caminhos que surgem a partir de uma data, sintonia com esse universo de possibilidades. Novo tempo… que no futuro me fará dizer:

“Sou do tempo em que se iniciou a retomada das glórias que sempre fizeram do São Paulo Futebol Clube ser o que é.”

 

Ronnie Mancuzo – Sub

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E por falar em Calleri, o vídeo de hoje mostra todos os gols do atacante pelo São Paulo em 2016.

Postado no YouTube pelo canal oficial, temos uma boa amostra do potencial do jogador que, quem sabe, poderá ser parte de grande destaque em nossa História. Talvez não tão já.. talvez, agora.