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Um resultado diferente que seja igual.

Assim como com outros compromissos, tenho me distanciado das coisas do nosso São Paulo Futebol Clube.

Obviamente, não por minha vontade nua e crua. Mas, a minha rotina atual é nunca ter rotina. Pelo menos, não a rotina que regra meses dos meus anos. A cada ano dos nossos últimos, uma maratona de incontáveis mudanças permeia meus passos, e acabo me segurando firme no banco de motorista e no volante. Porque a vida não me leva, mas sim eu levo a vida.

Se formos somar com a rotina do nosso Tricolor, que agora parece ser futura vítima de ‘novidades antigas’, creio vivermos um embaralhamento de situações curiosas, não muito felizes do tipo explosão de alegria de títulos, não muito infelizes, já que rebaixamentos não vingaram, ainda que Ricardo, ainda que Leco, ainda que Ataíde… É curioso ver ressurgir aquela Fé que nunca morre.

O ano é contado a partir das temporadas. 2017 é só um número… não… não é nesse sentido. Mas, entre o alívio de não ser rebaixado em 2016 e a esperança limpa de um 2017 com pelo menos uma conquista, existe o tocar da balada desafinada que só tem feito o clube dançar de forma frenética, muitas vezes como um moribundo levando cargas de eletrocardiograma.

Estamos mais sendo ressuscitados do que renascidos.

Ao toque de mais do mesmo, ladainhas e falsas promessas, bravatas e palavras sem originalidade alguma, os ouvidos do torcedor mais atento vão criando uma casca sebosa que impossibilita o cérebro de engolir remastigadas questões.

É para Ceni tão novo ser técnico como é para o pedreiro tão complexo ser eletricista. Não são as mesmas funções, ambas necessitam de capacitação tão volumosa quanto a importância do clube que será ambiente de recolhimento da ‘tentativa’. Mas, é na mesma ‘casa’.. tem pedreiro que arrisca ser eletricista. Tem eletricista que arrisca ser pedreiro. E tem uns que ainda se acham encanadores. Mas, ok… ele pode ser enxergado como novidade limpa para 2017.

Pode.

Formação de elenco, nomes sempre ventilados, setores de aperfeiçoamento físico de atletas e conjuntura interna para condicionamento de grupo e do individual, marketing, cotas televisivas, todos os detalhes que ultimamente são alvos do olhar atento do torcedor podem estar mudados, diferentes dos mais recentes. Porém, a novidade que precisa surgir brilhando forte no horizonte é de impossível definição.

Por mais que queiramos algo diferente, parece que buscamos algo que já fomos antes e que nunca deixamos de ser.

Sim. Os últimos anos foram mais que sofríveis. Tal qual leão insaciável, a interrogação que acompanha os mais recentes réveillons foi alimentada com pás e pás de todo tipo de inconveniências. Toneladas e toneladas de surpresas lamentáveis.

Talvez a novidade seja não haver surpresas.

Seja tudo fluir conforme fluiu para cada um de nós essa vontade imensurável de ser Tricolor, em nossa origem como torcedor.

E que, tão fácil como é para nós sermos são-paulinos, seja resolvermos todos os nossos mais cruéis problemas recentes.

Certamente, o resultado será novos títulos para nossa soberana galeria.

Não é mais do mesmo. É diferente. Só que igual. Não igual como está. Igual como sempre foi. Mas que agora não é. Pelo menos agora não tem sido. Mas será. Ainda que nunca tenha deixado de ser.

Você entende o que estou falando?

Feliz 2017 para todos do Blog do São Paulo.

Ronnie Mancuzo – Sub