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E aí, pessoal, tudo certo?

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Essa foto acima é do Centro de Formação de Atletas Presidente Laudo Natel. Localizado em Cotia, 30km de distância da capital paulista.

Retirei essas informações do site oficial do São Paulo sobre sua estrutura:

  • 220.000m²
  • 1 campo oficial com arquibancada para 1500 pessoas e 208 vagas de estacionamento;
  • Outros 7 campos oficiais;
  • 08 vestiários;
  • 04 campos sociais;
  • drenagem e irrigação computadorizada;
  • 01 quadra poliesportiva;
  • 01 campo de areia;
  • áreas de estacionamento;
  • 04 alojamentos para 110 jogadores;
  • 04 vestiários;
  • refeitório para 120 pessoas e cozinha industrial;
  • sede administrativa;
  • sala de monitoramento;
  • 02 piscinas, sendo uma semiolímpica;
  • oficina de manutenção;
  • quiosques de lazer;
  • podólogo;
  • consultório médico e odontológico;
  • REFFIS – Núcleo de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica;
  • Alojamento para 148 hóspedes (74 apartamentos);
  • 02 salas de para reforço escolar e aulas de inglês para jogadores e funcionários;
  • 02 lagos

Essa, meus amigos, é com toda certeza a melhor estrutura possível para dar condições de um jogador se desenvolver. Um lugar pensado e realizado para a formação de atletas de alto nível.

Em uma reportagem à Folha de São Paulo, em 2015, José Alexandre Médicis da Silveira – então diretor de futebol amador, estimou o custo (incluindo salários) em 27 milhões/ano, ou seja,  2,25 milhões de reais/mês. (Leia aqui).

Há que se considerar que o valor gasto com Cotia foi quase 20% do valor gasto em salários do tricolor no mesmo ano de 2015(Leia aqui).

A coluna vem pra levantar essa polêmica e joga a bola pra você, leitor aqui do blog do São Paulo para uma prosa controversa, como vem tornando-se a nossa marca registrada.

 

Hoje dificilmente alguém questiona a geração vencedora da base tricolor. Não é de hoje. Não é sazonal. É constante o aparecimento de bons valores nas categorias de base. Há uma grande corrente entre a torcida que deveríamos jogar com a base, dar mais chances.

Mas como seria a reação do torcedor se o tricolor inscrevesse dos 28 possíveis para o campeonato paulista, mais da metade de jogadores da base. Será que seria o ideal? E se ficássemos mal classificados, a torcida teria paciência de entender que estamos promovendo a integração?

E se caíssemos? (Bate na madeira…)

Em 1994 nosso expressinho ganhou a Copa Comembol. Rogério Ceni talvez tenha sido o grande destaque positivo da competição à época.

Em 2008, com um elenco recheado de jovens da base, fomos eliminados pelo Atlético PR na Sul-Americana. Oscar entrou no segundo tempo e perdeu o pênalti, iniciando ali, segundo o jogador, a perseguição da torcida e sua saída pela porta dos fundos (o que eu, particularmente, achei falta de profissionalismo do jogador).

Ainda há outro ponto que quero levantar.

O QUE FAZEMOS COM NOSSOS ATLETAS DA BASE?

Fiz um levantamento rápido e reparei que nos últimos 4 anos, tivemos muitos jogadores da base que não foram integrados ao elenco principal e foram emprestados para outros clubes para “Ganhar experiência”.

Vou listar alguns dos clubes que pude apurar que foram o destino de jogadores que vieram da base e com vínculo com o tricolor:

Noroeste – Bauru

Paulista de Jundiai

Juventude – RS

Nacional – SP

Batatais – SP

Bahia – BA

São Bento – SP

BOA Esporte – MG

Atlético – PR

Rio Claro – SP

XV de Piracicaba – SP

Cuiabá E. C. – MT

Linense – SP

Novorizontino – SP

Osaka – Japão

Portimonense (2ª divisão de Portugal)

Adanaspor e Balıkesirspor (2ª divisão da Turquia)

Mallorca (2ª divisão do campeonato espanhol)

Estoril e Arouca (1ª divisão Portugal)

Portimonense (1ª divisão Portugal)

Nada contra os clubes citados, mas não há comparação de profissionais a disposição do desenvolvimento do atleta no São Paulo Futebol Clube e no Noroeste, aqui de Bauru, por exemplo.

Se a desculpa de empréstimo é para o jogador adquirir experiência, Luis Araujo jogou mais no São Paulo em 2016 que no Novorizontino em 2015. O que ganha o atleta realmente com esses empréstimos?

A maioria dos clubes citados disputa no máximo 3 competições: Campeonato Regional (Em São Paulo há o Campeonato Paulista e a Copa Paulista) e, caso se classifique, a Copa do Brasil. Um calendário curtíssimo, muitas vezes restrito a não mais que 5 meses no ano.

Qual jogador da base do São Paulo que foi emprestado para uma equipe menor e foi o destaque do clube?

Qual jogador da base do São Paulo realmente evoluiu e mostrou melhor técnica ao voltar do empréstimo?

Em Fevereiro de 2015, o então diretor Ataíde Gil Guerreiro disse essa frase em entrevista à Radio Bandeirantes:

“Pegaremos meninos de Cotia, tratados a pão de ló, e colocaremos na Série A3, que é uma correria danada, pra eles verem que a vida não aquele luxo”

Na ocasião, o São Paulo emprestou 6 jogadores ao Nacional – SP, entre eles Mirray e o volante Allan, campeão sul-americano sub17 pelo São Paulo. Entre seus empréstimos, jogou uma partida pelo Noroeste de Bauru e 22 partidas pelo Nacional e está reintegrado ao São Paulo.

Vamos usar o jogador como exemplo do que eu gostaria de focar na coluna. Com 22 anos,  ele não pode jogar nem a Copa São Paulo de Futebol Junior. Allan, mantém contrato com o São Paulo e não vai participar de nenhuma competição possível que seja específica para jogadores de sua idade.

Quantos jogadores estão no elenco do São Paulo nessa condição? Qual o objetivo do São Paulo com jogadores nessa condição? Continuar emprestando? Dar oportunidade no time principal? Deveria o tricolor analisar estes jogadores que não há um vislumbre de acesso à equipe principal e deixá-los livres para seguir suas carreiras?

Isto posto, vamos a nossa enquete que a coluna já está ficando bem grande… Quando o assunto é bom, ele rende.

E por falar em base, destaco aqui dois jogadores que vieram da base e que podem sair do São Paulo de graça, pelo fim de seus contratos.

O Primeiro é conhecido da grande maioria, João Schmidt tem seu contrato encerrando no meio do ano e a partir de janeiro já pode assinar pré contrato com qualquer equipe. O Blog já adiantou na terça que seu provável destino é o Atalanta da Itália. (leia aqui)

O segundo é mais conhecido por quem acompanha a base de perto. O blog noticiou na segunda feira o interesse do Real Madrid no meia atacante que teve destaque na equipe sub17 (Leia aqui). Procurei saber mais sobre isso e vi o twitter do Gabriel Fuhrmann, parceiro do blog e especialista em base de sua opinião sobre o jogador:

galvan

E pra terminar, nosso fundo musical da coluna de hoje…

Um clássico, de Milton Nascimento e Fernando Brandt, na voz de Milton Nascimento:

Bola de Meia, Bola de Gude