Nas grandes empresas do mundo, antes de procurar Head Hunters, essas empresas, procuram treinar e capacitar seus funcionários para substituir os que se destacam e saem valorizados.

O São Paulo não usava “Head Hunters” (Agentes, empresários) para preencher posições específicas!  Usava para montar o elenco inteiro.

Muitos vão dizer que Alexandre Mattos, tem tido sucesso fazendo isso no Cruzeiro, e agora no Palmeiras.

Mas, vejamos o exemplo do Cruzeiro.  Eles parecem que viraram uma empresa de terceirização de mão de obra, ou que terceiriza a capacitação e treinamento de seus jovens em outros clubes:

LD – Fabiano (Palmeiras)

ZG – Paulo André (Atlético-PR), Douglas Grolli (Ponte)

LE (essa posição, assim como a colocação no Brasileiro desse ano, é muito parecida com o São Paulo): Pará (Figueirense), Diego Renan (Vitória), Mena (São Paulo), Fabricio (Palmeiras), Breno Lopes (Ponte).

V – Souza (Cerezo Osaka), Williams Farias (Vitória), Williams (Corinthians), Uilliam Correia (Santa Cruz), Rodrigo Souza (Náutico), Eurico (Náutico), Gabriel Nunes (Audax)

M – Gabriel Xavier (Sport), Allano (Bahia), Matias Pisano (Santa Cruz)

A – Neilton (Botafogo), Joel (Santos), Marinho (Vitória), Rafael Silva (Figueirense), Vinicius Araújo (Sport)

O São Paulo também tem um modelo parecido!  Tanto que o antigo Diretor do São Paulo tinha proposta do Cruzeiro, antes de voltar e ser diretor do São Paulo.

MICHAEL BEALE

Rogerio Ceni, 26 anos de São Paulo, soube diagnosticar bem um problema que vem acontecendo no São Paulo há muito tempo!

O São Paulo não estava capacitando e não se sentia responsáveis pelo desenvolvimento e capacitação de seus jovens.  Preferiam enviar jogadores para times pequenos de Portugal, times do Nordeste, Japão, e times de séries B e C do Brasil, esperando que esses jogadores, se desenvolvessem lá?

Para cada João Schmitd, que voltou melhor, temos Luiz Eduardo, Henrique Miranda, Lucas Farias, Zé Vitor, Allan, Mirray, Regis, Henrique Almeida, que pioraram jogando em times desorganizados, sem a mesma estrutura de preparação física, técnica e médica!

Confesso que estou muito empolgado com o trabalho de Michael Beale.  Não sei se foi ele, quem ajudou a elevar o nível de Philipe Coutinho e Firmino.  Mas, com certeza se esses dois fossem emprestados por Vasco e Figueirense lá atrás, para o Náutico, Comercial-SP, Nacional da capital, Botafogo, eles voltariam piores do que foram.

Depois de tantos títulos em sequencia de nosso Sub-17 e Sub-20, esta mais do que provado, que o problema do São Paulo não esta na base!  Esta nos profissionais.

E esta na capacitação dos jogadores, não só treinando fundamentos com um gramado excelente do CT da Barra Funda, e sem marcação.

Mas, sim a tomada de decisão!  Tem um video postado pelo Zanquetta, que mostra jogadores, recebendo a bola na lateral, e se livrando de um marcador que o pressionava!

Esse sim é um treinamento que usa na hora do jogo!  Hoje não há tempo para pensar, para pensar em fazer “charme” para dominar e passar a bola (como fazia o jogador que parece que vai para a França de graça), e que no final, “cavava” um simples lateral na intermediária.

É preciso treinar passes curtos, atraindo vários marcadores, e alternar com uma virada de jogo, onde o time adversário estará descoberto.  É isso que se faz no mundo!

No Brasil, ainda vivemos a cultura criada por “comentaristas” de canal fechado, que prega:  “Zagueiro não tem que inverter a bola diretamente para o ponta”, o “volante tem que fazer a bola chegar no meia”, etc.

E isso faz com que a maioria dos times sejam previsíveis e fáceis de serem marcados!  Você marca o meia, e acabou o time adversário.  Pois os volantes e zagueiros para esses comentaristas não podem “alimentar” o ataque!  Eles só devem tocar de lado até achar o meia!

Enfim, assim como Rogério Ceni, vou citar o técnico que mais me empolgou desde Tele Santana no São Paulo, Juan Carlos Osório:

É preciso treinar a memória operacional dos jogadores.  Que é onde são armazenadas as informações do dia-dia de treinamento, e na hora do jogo, não é necessário tomar uma decisão!  Com treinamento de situações de jogos, isso vira instinto e tomam decisões espontâneas e certas.

Futebol moderno é intensidade!  Não há tempo para pensar!

E um jovem de 18, 20 anos, sem ser capacitado (com exceção de Gênios), não consegue tomar decisões certeiras, logo de cara, ou sendo treinado e capacitado no interior!

Ernani Takahashi