Quem se acostumou a ler minhas colunas, sempre tentei traduzir a filosofia, esquema tático e proposta de jogo dos últimos técnicos. Desde Osório (que sem dúvidas o que me mais me encantou), passando por Doriva, Bauza, Jardine e agora Ricardo Gomes.

A análise parecerá crítica ou elogio, preferência por proposta de jogo, dependendo da visão de futebol de cada um.

Procurarei RETRATAR, o que vejo, e isso não significa que é assim que todos tem que enxergar.

Ricardo Gomes, Inter (1 x 1, gol de penalti Cueva), Juventude (1 x 2 Cruzamento da esq. de Carlinhos para Chavez), Coritiba (0 x 0), Palmeiras (1 x 2, cruzamento da esq. de Kelvin para Chavez), Figueirense (3 x 1, gol de escanteio pela esq., Chaves de cabeça, penalti Cueva, e contra ataque pela esq. Chavez tocando p Kelvin), Cruzeiro (1 x 0, chute da intermediária pelo meio de Wesley), Atletico-PR (0 x 1), Juventude (1 x 0, cruzamento de Bruno para R. Caio), Vitória (0 x 2).

São 3 vitórias, 4 derrotas, 2 empates!

Um aproveitamento de 40,74%.

Marcamos 8 gols, tomamos 9 gols.

Dos 8 gols, 3 foram de bola parada, 3 de cruzamentos da esquerda, 1 de fora da área e 1 de cruzamento pela direita.

Chavez fez 3 gols, Cueva 2, Kelvin 1, Rodrigo Caio 1 e Wesley 1.

Eu vejo o São Paulo dessa forma nos últimos jogos:

quadro-1

 

Na direita, Kelvin abre muito, e tira o espaço para subida de Buffarini.

Na esquerda, Cueva entra mais pelo meio, e abre espaço para Mena (Carlinhos). E essa tem sido a principal jogada do São Paulo (3 gols).

Mas, quando o time adversário tem um bom ponta pela direita, Mena tem que ficar mais, e com isso, perdemos nossas principais jogadas.

Outro espaço que temos é pela meia direita, onde saiu o gol de Wesley (de fora da área, mas podemos nos infiltrar por ali.

Enfim, temos duas “trincas” uma de cada lado. E temos pouca infiltração pelo meio!

Até agora, Ricardo Gomes, parece que tentou acertar isso trocando jogadores.

E dentro do que tem no elenco, é a melhor formação!

A VOLTA DE MICHEL BASTOS

Independente de tudo o que vem acontecendo com esse jogador, a volta dele, traz uma antiga possibilidade.

Voltar ao esquema de Paton, treinado desde a pré-temporada, e onde os jogadores estão mais entrosados e acostumados.

Sim, perdemos Calleri e Ganso, mas na semi-final da Libertadores, jogamos sem Ganso e com Wesley, e até o momento da expulsão de Maicon, o time estava bem!

Talvez seja isso que tentou Ricardo Gomes, ainda sem Michel Bastos contra Figueirense e Cruzeiro.

O time de Paton não era mais ofensivo, mas, era muito competitivo!

E talvez falte isso nesse momento ao São Paulo! Confiança (time treinado desde pré-temporada, que ganhou jogos importantes), entrosamento (com Cueva e Chavez, substituindo Calleri e Ganso).

Pois o São Paulo precisa ganhar jogos grandes daqui pra frente: Flamengo (C), Sport (F), Santos (N), Fluminense (F), Ponte Preta (C), Corinthians (C), Gremio (C), Chapecoense (F), Atlético-MG (F).

Jogos teoricamente mais fáceis, América-MG (F) e Santa Cruz (C).

Acredito que o time de Paton contra times grandes, possa ser mais competitivo:

quadro-2

Um time mais equilibrado jogando pelas pontas, mas com jogadas pelo meio!

Cueva não é Ganso, mas, sem preocupação de marcar lateral, certamente, terá mais liberdade para receber essa bola mais à frente.

No esquema de Paton, com um meia centralizado, existe a possibilidade de passes (em amarelo), para infiltração na diagonal de Kelvin e Michel Bastos, algo que não esta acontecendo agora.

Além disso, em cruzamentos, temos Cueva (apesar de baixinho) para dividir a atenção do volante e zagueiros na área. Pois o cruzamento pode vir por baixo também.

Na parte defensiva (sem a bola), ele fica mais equilibrado, pois quando perdemos a bola, Cueva e Chavez já travam volante e zagueiros de sairem jogando pelo meio, forçando saída pela lateral, onde Kelvin e Michel Bastos, em alguns momentos tem que subir a marcação e pressionar a saída de bola.

Enfim, o que acham? Um time compactado pode cansar menos, dosando a pressão na saída de bola, e com maiores possibilidades de jogadas (seja pelo meio, seja pelas laterais com mais espaço que hoje).

Ernani Takahashi