Saudações tricolores,

2016 acabou. Sim, acabou. Esqueçam fórmulas matemáticas, desempenho surreal ou qualquer chance de algo além da permanência na Série A do Brasileirão. Não, esse time não vai brigar por G4. Já nos iludimos demais por 2016, por favor, não cogitem isso. Se escapar da degola tá bom demais, sério. E mesmo com doses variáveis de emoção rodada a rodada, a tendência é que tenhamos êxito em evitar um vexame AINDA PIOR.

Independente do que aconteça daqui até dezembro (entenda-se rebaixados ou não), o elenco PRECISA de mudanças significativas se quiser SONHAR com um 2017 minimamente promissor.

E lá vem textão, preparem-se:

Antes de começar a analisar nomes e posições, importante ter em conta e sermos realistas que nosso elenco é fraco e o time é médio. E médio não serve. Isto posto, precisamos uma espinha dorsal nova, o que nos obriga a mexer em TUDO.

GOLEIROS: Denis provou por A+B porque não serve para o SPFC. Não como titular. Ele é, para se dizer o mínimo, ZICADO. Quando vai bem, toma um gol escroto. Quando vai mal, falha grotesca e sucessivamente. Dá sustos constantes. Vive de defesas elásticas que dão ao torcedor a falsa impressão de que é confiável ou coisa que o valha. Goleiro precisa ser estável, uma coisa meio Dida, que fazia poucos milagres, falhava raramente e tudo isso se justificava pelo posicionamento, que tornava a intervenção algo simples. Entregar a 1 ao Renan Ribeiro seria, outra vez, pisar em terreno instável, embora ele tenha correspondido bem quando chamado. E Léo, pelos anos dedicados ao SPFC, até mereceria uma chance, mas se não a teve até agora, algo fica no ar quanto a sua capacidade. Logo, precisamos de um goleiro para ontem. Experiente, seguro e que se imponha perante os adversários. Se possível, gringo, já que a atual safra nacional da posição não está boa. Meus alvos seriam Armani (Atletico Nacional) e Barovero (ex-River Plate, atual Necaxa).

LATERAIS: Ter laterais ruins ou abaixo da crítica é uma regra velada no futebol brasileiro. A questão é como fazer com que eles comprometam POUCO. O lado direito conta com Buffarini (mais completo e regular) e Bruno (experiente, tal e coisa, mas uma lástima na defesa. Sobrevive da ajuda no apoio que o faz um dos líderes em assistências do elenco). Não vejo necessidade de mudar algo aqui, a menos que seja alguém melhor do que já temos. (Auro. Auro. Auro. Até testado mais adiantado foi e não vingou. Não serve.) Já a lateral-esquerda…bom, temos Mena, Carlinhos  e Matheus Reis. Mena não sabe apoiar, cruza mal, mas entende como fechar o seu lado ao defender. É limitado? É. Mas também é experiente, não treme em embates truncados e realmente está fechado com o grupo. Carlinhos dribla e ataca como ponta mas não possui físico para ir e voltar tantas vezes razão pela qual seu desempenho defensivo beira o MEDONHO. Mas, doa o que doer, é uma alternativa diferente. Seja lá qual dos dois seja premiado com a dispensa do SPFC (lembrando que Mena tá emprestado do Cruzeiro), é fato que aqui precisamos de alguém. Sobre Matheus, o garoto poderia ser mantido para aprender mais ou ser emprestado, tanto faz. (Só me lembrei de um potencial alvo, não muito animador: Fabrício, encostado no Palmeiras.)

DEFESA: No pior cenário, perderemos Rodrigo Caio no final do ano. Com isso teríamos Maicon, Lyanco e Douglas. E Lugano. Se esse Douglas aí for um Fabão da vida, ótimo, podemos fechar o grupo com mais um zagueiro da base. Agora, se for uma cópia mal tirada do Luiz Eduardo, precisaremos de mais um. Se esse mais um será o Breno, só o tempo dirá, mas não é saudável criarmos expectativas sobre ele. Seja como for, a defesa não é o maior dos problemas.

VOLANTES: Aqui tá o ponto mais CRÍTICO. Sim. O Denis falha, a defesa bate cabeça vez ou outra, mas a volância do SPFC é, para usar termos adequados, HORROROSA. A meu ver, o melhor volante não joga. João Schmidt marca, desarma e passa a bola, no mínimo, OITOCENTAS VEZES MAIS que o Hudson e o Mendes JUNTOS. Sobre Hudson, cara, obrigado pelas temporadas vividas, mas chega. É um marcador aguerrido porém nada que agregue valor à equipe. Não chega bem no ataque, não distribui o jogo com inteligência, enfim é muito pouco pra um volante do SPFC. Thiago Mendes e Wesley devem beber água no mesmo copo. Mendes é rápido, voluntarioso, mas também sofre do mal de marcar pouco, se apresentar pouco para arremates ou organização do jogo. E, Wesley, apesar dos recentes ACEITÁVEIS minutos em campo, não dá mais. Não vou falar do menino Artur, não tenho como avaliar os poucos instantes em campo que nada mostraram. Mas é EVIDENTE que precisamos de NO MÍNIMO dois volantes. Um mais técnico, outro com o selo SANDRO GOIANO para ambos ajudarem Schmidt, peça-chave da nossa nova meia-cancha em 2017.

MEIAS – Daniel do pouco que jogou nada diferenciado surgiu, sem contar sua predileção por atividades junto ao REFFIS. Michel Bastos de saída. Sobram aqui Cueva e Lucas Fernandes (está vivo, apenas machucado). Chegou um cidadão aí da Série B, porém, sejamos claros: um meia é necessário. (Até entendendo que o Cueva pode ser esse cara centralizado. Ele tem capacidade de se transformar num D’Alessandro, num Conca da vida. Que vem de trás, se enfia na área, organiza o time, chega batendo de fora da área, chama a responsa nos pênaltis, etc. e tal.  Mas precisa de mais um ali para ajudá-lo numa situação mais extrema). Com Fernandes ainda verde, enfim, um meia meio DÁTOLO pode ser muito útil.

ATACANTES – Pelo menos um nome será indispensável. Vamos lá: Kelvin. É rápido, boa gente, obediente. E só. Cruza maomeno, finaliza desgraçadamente mal, ou seja, renovar porque ajuda na composição defensiva é um erro crasso de FUNÇÃO SOCIAL do jogador. Atacantes, embora precisem seguir diretrizes táticas, precisam ser efetivos no ataque e Kelvin não é esse cara. Ele fez o que? Dois gols? Suas assistências geralmente vieram de escanteios, ou seja, cria muito pouco. Não é um mal jogador, mas é aquilo que falei. Médio não serve. Gilberto e Ytalo definitivamente não merecem vaga no time titular. E mesmo na reserva são pouco confiáveis. Tchau. Luiz Araújo é rápido e muito habilidoso. Se parar de cismar em querer fazer fila e pensar mais objetivamente é uma excelente opção ao Kelvin, tem talento ali. (Sem contar que ele até consegue levantar a bola na área na altura da cabeça dos nossos jogadores! Não vi nenhum cruzamento baixo dele). Sabe-deus quem, o que come, como vive e como joga esse Robson. No único lance dele que notei contra o Figueirense ele tentou correr atrás da bola e se jogou ou caiu ou ambos, sei lá. Chávez é um cara bem limitado mas fazedor de gols. Pode jogar aberto ou centralizado, logo, precisa de uma companhia mais inteligente por perto. Nilmar? Calleri? Quem se habilita?

TÉCNICO – Os resultados são mais culpa do elenco tosco que do técnico. No entanto, não vejo em Ricardo Gomes a CÁTEDRA necessária para recolocar o SPFC na rota dos títulos. Embora tenha colocado um FIO DE AZEITE em um time bastante limitado, sua estranha obsessão com Wesley e a falta de recursos para mudar taticamente a equipe depõem contra ele. Ademais, o SPFC, hoje, precisa de alguém mais enérgico e energético. Notoriamente os técnicos brasileiros estão desvalorizados. Então, voltemos à fórmula sudaca que estava dando certo. Rueda? Coudet? Gallardo? (Gallardo seria minha primeiríssima opção, vejam a história desse sujeito).

Assim, se você chegou até aqui, viu que uma nova base surgiria para 2017:

GOLEIRO, Buffarini/Bruno, Rodrigo Caio, Maicon e LAT.ESQUERDO. VOLANTE, João Schmidt e Cueva. ATACANTE, Chávez e Luiz Araújo. TÉCNICO

Ou

GOLEIRO, Buffarini/Bruno, Rodrigo Caio, Maicon e LAT.ESQUERDO. VOLANTE, João Schmidt e MEIA. Cueva, Chávez e ATACANTE/Luiz Araújo. TÉCNICO

Que tal?

Sempre a cornetar,

Gabriel Casaqui