Fatos da semana – 18/08 a 25/08

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Crise – Um calvário que parece não ter fim. Entre os mais de 20 anos que acompanho o futebol, nunca antes temi tanto pelo presente/futuro do São Paulo.

É verdade que passamos a sofrer desde a última reeleição de Juvenal Juvêncio, mas a situação atual tem uma diferença com relação às equipes dos últimos 7 anos: nosso time é fraco. Talvez o mais frágil que já vi atuar com a camisa tricolor, superando até mesmo o de 95-96 e o de 2013.

Na péssima campanha de três anos atrás, eu jamais temi o rebaixamento. Porque time bom, mesmo que apenas no papel, nunca caiu na história dos pontos corridos. Aquela equipe era desorganizada, mas contava com nomes do calibre de Rogério Ceni, Ganso e Luis Fabiano. Protagonistas que, mesmo sem atuar bem, acabavam alterando o status de todo um time.

Hoje, após a saída de Ganso e Calleri, acho possível dizer que temos apenas Maicon como nome forte. Michel Bastos era para ser o outro, mas este parece se negar a assumir o posto. Cueva, Thiago Mendes, Hudson… todos podem eventualmente jogarem bem partida ou outra, mas não carregam consigo o peso necessário de uma equipe respeitável.

Não temos para onde correr. Com a reposição mal feita (ou não feita), passamos por uma reformulação no meio da temporada. Nossos coadjuvantes de antes passam a carregar o peso de comandar o time órfão de craques. A direção, inerte, parece apenas observar, pecando também na escolha de nosso treinador.

Temporada de alto risco, que infelizmente ainda demorará para terminar. Falta ainda 15 pontos para a permanência na Série A.

Hora de apoiar – A crise tá instalada, o time é fraco, e a diretoria será a mesma, pelo menos até o final do ano. A hora é da torcida abraçar o time, como fez em 2013, ano em que dividimos a liderança da média de público do Brasileirão.

Leco e companhia merecem continuar sendo questionados, mas a cobrança excessiva em cima do elenco tende a ser mais prejudicial do que eficaz ao time. São jovens sem capacidade e/ou experiência para assumir uma bronca tão grande quanto essa de 2016. Críticas sobre eles podem vir inclusive a queimar uma geração promissora quanto é esta de João Schmidt, Lyanco e Luiz Araújo.

Além disso, é fato histórico que um time grande, quando inicia o ciclo derrotas/críticas, entra em parafuso, em um redemoinho que torna a retomada ao normal uma tarefa ainda mais difícil do que é para times menores.

Vamos apoiar os que ficaram, e incentivá-los para que os 15 pontos venham o mais rápido possível. O time do São Paulo é ruim, mas em condições normais, não é pior do que Figueirense, Coritiba, América-MG, Vitória e etc… a diferença pode vir da tranquilidade.

Copa do Brasil – Tenho a impressão que, dentre todos os últimos vexames contra times pequenos que o São Paulo anda nos proporcionando nos últimos anos, esse último do Juventude foi o maior.

É terrível o time gaúcho, que em nada lembra aquele das décadas passadas. De fato, uma equipe de Série C.

Mesmo na crise, tenho a impressão que o São Paulo segue como favorito para passar de fase. Se o sorteio for bacana, e eventualmente nos colocar diante de um Cruzeiro ou Botafogo, há chances de seguirmos adiante. Mais do que isso, é menos que improvável.

Triste saber quão distante nosso time atual está dos três rivais do estado.  Lembrando que, entre outras coisas, o Santos tem receita infinitamente menor do que o São Paulo, e o SCCP sobrevive a um desmanche que já dura uns 8 meses.

Triste. Muito triste.

Rodrigo Caio – O campeão olímpico quer ir embora, e nada mais justo do que a diretoria do São Paulo não criar grandes empecilhos para tal, visto o momento valorizado que vive o zagueiro e também toda a dedicação que ele sempre demonstrou ao vestir o manto sagrado.

O tópico é para propor que a venda de Rodrigo Caio, na iminência de ser efetivada nesta semana, seja condicionada à permanência do jogador até dezembro.

Com a janela internacional fechada, e a maioria dos atletas da Série A impedida de jogar por outros clubes, é bem possível que não encontremos ninguém com qualidade nem próxima da de Rodrigo Caio.

Com a cabeça no exterior, um trabalho de convencimento do atleta seria preciso, mas acho que, por todo amor que demonstra para com o Tricolor, não haveria grandes problemas nesse sentido. Basta ver que, quando teve sua transferência á Espanha frustrada no ano passado, o zagueiro voltou e atuou em alto nível.

O São Paulo precisará muito de alguém como Rodrigo Caio para o restante do ano. Não só pela sua posição, como também pelo exemplo de comprometimento que dá ao elenco. Fica Rodrigo!

Denis – Depois de cerca de 6 meses deixando apenas falhas marcadas na memória do torcedor, Denis agora resolveu inovar, intercalando os erros com defesas incríveis. Um 8 ou 80, como era exatamente a opinião que eu tinha a respeito do arqueiro até antes desta temporada.

Seja como for, com milagres ou não, acho que a cada dia que passa fica mais claro que o goleiro não pode ser o nosso titular para 2017. No meu gosto pessoal, há muito mais simpatia por alguém pouco menos brilhante, mas regular, do que por outro em quem nunca sabemos quando poderá vir a falhar e por um jogo/mata-mata em risco.

São 5 meses até que a temporada se encerre, e Renan Ribeiro precisa ser testado como jogador da posição, até para que saibamos que nível de arqueiros exatamente teremos em mãos ao final do Brasileirão.

Marquinhos – A “grande” negociação da semana. Juro, tenho dificuldade até para escrever a respeito de algo tão inexplicável e potencialmente inútil para o São Paulo.

Um jogador que despontou muito bem no Vitória em 2008, mas que nos últimos 8 anos acumulou fracassos por todos os clubes pelos quais passou, com exceção ao… Vitória, para onde retornou e atuou entre 2011 e 2013.

Já seria incompreensível só o fato da diretoria cogitar a vinda do meia-atacante. Para trazer um jogador como Marquinhos, fiquemos com os que temos por lá, dando inclusive espaço para jovens como Luiz Araújo e David Neres.

Reforços – Um 9 e um 10, dizem que são os alvos da diretoria para reforçar o elenco. Diante da inaptidão da diretoria, segue algumas sugestões:

-Para a meia – Nenê (Vasco/troca de 6 meses por Michel Bastos), Renato Cajá (Bahia) e Dátolo (4 jogos no Brasileirão)

-Para o ataque – Lucas Barrios (SEP/6 jogos no Brasileirão), Thiago Ribeiro (Bahia) e Hernane Brocador (Bahia/ Que fase!)

Sócio-Torcedor – Às 00h01 desta sexta-feira, eram exatamente 109.879 sócios cadastrados. Acima da gente apenas Internacional (112.756), SEP (126.635) e SCCP (129.055).

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Wagner Moribe

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