Fatos da semana – 11/08 a 17/08

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Ricardo Gomes – Como desgraça pouca é bobagem, Ricardo Gomes está de volta ao comando do nosso time. Na maior mistura de incoerência, amnésia e falta de conhecimento sobre futebol, a diretoria do São Paulo achou por bem trazer o técnico que mantinha o Botafogo na zona de rebaixamento até a sua saída, na última sexta-feira.

Entre os argumentos apresentados para justificar o retorno de Gomes ao Morumbi, o fato de ele ser ‘esclarecido’ e de ‘bom trato’, entre outros adjetivos. Como se boas maneiras montassem times.

Vanderlei Luxemburgo (o antigo, não este atual), tal como Cuca por exemplo, não são exatamente modelos de pessoas. E nem por isso deixaram de fazer ótimos trabalhos ao longo de suas carreiras.

Há também aqueles que defendem a contratação do técnico, lembrando com saudades a primeira passagem de Ricardo Gomes pelo São Paulo, citando o bom aproveitamento do time e a chegada até a semifinal da Libertadores.

Para mim, ocorreu exatamente o oposto. A chegada do treinador, vindo na época do Bordeaux, deu fim ao incrivelmente vitorioso ciclo de títulos que vivemos entre 2005 e 2008. O inicio do declínio, e a inauguração de uma série que parece infindável de técnicos que, na minha opinião, são no máximo meia-boca. (Leia-se Sérgio Baresi, Carpegiani, Adilson Batista, Leão, Osório, Bauza e etc)

De fato, o time do São Paulo sob o comando de Ricardo Gomes chegou a demonstrar bom futebol, tendo sido quase campeão do Brasileirão 2009 (STJD deu título para o Flamengo) e da Libertadores 2010. Mas só não enxerga quem não quer, que aquele time nada mais era do que a continuação da base montada por Muricy Ramalho nos anos anteriores, com jogadores do calibre de Rogério Ceni, André Dias, Alex Silva, Miranda, Hernanes e Ricardo Oliveira.

Ricardo Gomes iniciou a derrocada, e o que mais preocupa é ver erros da Era Juvenal sendo repetidos, mesmo passados mais de dois anos de sua saída do comando do São Paulo.

A influência de Raí – É não apenas saudável, como até mesmo recomendável, que todas as agremiações e associações esportivas contem com a presença e o trabalho de ex-atletas que tenham feito de alguma forma parte de sua história. Se for alguém como Raí, o beneficio é ainda maior, visto que se trata de uma personalidade que indiscutivelmente ama o São Paulo e tem a lucidez suficiente para nos trazer boas ideias.

O que não pode ocorrer é alguém com influência além da medida no alto escalão do clube, seja quem for. Isso é mais uma impressão do que uma acusação, mas a impressão que temos é que nosso eterno camisa 10 anda com bastante força nos bastidores por clube.

Sem duvidar de suas boas intenções para com o time que lhe consagrou, assistimos a chegada de seu sobrinho, Gustavo Vieira, ao Departamento de Futebol; e agora de seu amigo pessoal, Ricardo Gomes, no comando técnico da equipe.

Não vou nem entrar no mérito a respeito das qualidades e defeitos dos dois profissionais. A questão é maior que essa.

Raí pode, e deve sempre ser consultado sobre qualquer questão relativa ao São Paulo. Sua trajetória no Morumbi, e sua conduta profissional ao longo dos anos lhe credenciam a isso.

Mas é preciso parcimônia. Pluralidade de ideias e opiniões serão sempre bem-vindas…

Reforços – Inoperância que incomoda. Dá impressão que a diretoria do São Paulo só trabalha por reforços na última semana antes do fechamento das janelas de transferências. assim foi na chegada de Maicon, na contratação do zagueiro em definitivo, e nas recentes vindas de Chávez e Buffarini.

Uma passividade inexplicável, que por vezes chegou a ser confundida com discrição no trabalho de bastidores. Está claro que não é. A escassez de reforços mostra que a diretoria está mesmo é ineficiente na chegada de bons nomes para o elenco.

Enquanto isso, vamos descendo ladeira abaixo no Brasileirão. Com ainda 4 meses pela frente na temporada, Leco e companhia parece não terem se dado conta que a briga deste ano é para não correr riscos de queda. Preferem se esconder na ‘glória’ da semifinal de Libertadores alcançada no primeiro semestre.

Esfacelaram o time, e não repuseram a altura. Nem mesmo em quantidade. Com a iminente venda de Rodrigo Caio à Europa, corremos o risco por exemplo de ir até 2017 com 5 zagueiros no elenco, sendo um sem condições de jogar tantas vezes (Lugano), um ainda preso ao seu ex-time (Douglas), um que passa a ser convocado para a seleção sub-20 (Lyanco), e um garoto que sequer estreou (Lucas Kal).

A Série B parece não ter muito a nos oferecer. Mas será preciso recorrer à ela para nos reforçarmos. A 21ª rodada está logo aí…

Lucão – Cinco zagueiros no elenco, porque eu me recuso a ainda contar com Lucão. Chega a ser desesperador ver o zagueiro que não foi frequentando treinos e o banco de reservas. A rejeição da torcida para com o jogador, que já era enorme, passa a ser gigante depois dessa saída frustrada. Não há a menos condição de o jogador atuar com tranquilidade nesse time do São Paulo.

A uma semana do inicio de nossa jornada na Copa do Brasil, é possível irmos para o a partida de ida contra o Juventude com nossa ‘jóia’ relacionada. Mais uma prova da incapacidade de nossos dirigentes…

David Neres – Depois de meses se recuperando de uma lesão no ombro, David Neres já voltou a jogar. Sem ainda ter sido alçado ao elenco profissional, o meia-atacante da base pode ser um fio de esperança neste segundo semestre de 2016.

Longe de estar pronto. O que tem de talento parece lhe faltar de cabeça. Talvez algo próprio da imaturidade juvenil, talvez algo mais sério, a ser trabalhado desde já pelo São Paulo FC.

Fato é que David Neres precisa começar a ter contato com os profissionais. A convivência com jogadores como Lugano e Maicon, por exemplo, lhe faria muito bem, eu não tenho dúvida.

Futebol o garoto tem. Na minha opinião, David Neres era sem dúvida nenhuma o maior valor daquela equipe sub-20 que levou a Libertadores no começo do ano. Isso em um time que tinha jogadores como Lyanco, Arthur, Lucas Fernandes e Luiz Araújo, que ao contrário de David, já atuam com os grandões.

A hora chegou. David Neres precisa, e o São Paulo anda precisando também. Se Ricardo Gomes foi quem subiu atletas como Casemiro e Lucas em sua primeira passagem, quem sabe o filme não se repete agora em 2016??

Telê Santana – Pouco mais de 10 anos do falecimento do Mestre, uma homenagem mais do que merecida àquele que ajudou a mudar o patamar do São Paulo Futebol Clube. O anúncio da campanha que tentará transformar um trecho da Avenida Jules Rimet em Avenida Telê Santana, com a presença inclusive do filho do nosso ex-treinador, foi de emocionar.

Camisas amarelas à parte, o trabalho de marketing promovido pela Under Armour é incrível. É muito bom ver o São Paulo com um parceiro deste nível de grandeza, tão preocupado com a história do clube e com o bem estar da torcida. Afinal, que jeito melhor de se ganhar dinheiro?

Sócio-Torcedor – Às 00h01 desta quinta-feira, eram exatamente 109.806 sócios cadastrados. Acima da gente apenas Internacional (112.756), SEP (126.607) e SCCP (126.850).

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Wagner Moribe

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