No momento em que tudo é difícil no futebol brasileiro, como escolher um técnico nacional, e jogadores de série B, acredito que seja a hora de “sair do comum”.

Porque não tentar algo diferente?  Uma combinação de estrangeiro e brasileiro?

Estratégia é mais fácil de traduzir, do que instruções no campo.

O São Paulo precisa nesse momento, implantar uma filosofia de jogo que perdure anos!

E uma filosofia que tem que ser implantada desde os meninos de 12 anos até o profissional.

Assim, é mais fácil, você estabelecer metas, critérios de avaliação, bem como a capacitação e treinamento contínuo.

É hora de ousar, baseado no desejo, e não na necessidade!

A necessidade é sempre imediata, e inesperada.

O desejo é longo prazo, é aprimorar até chegar onde se quer.  E isso tem que ser planejado.

Fernando Jubero, foi Diretor Esportivo no Guarany do Paraguai.  Sua meta, e objetivo era integrar base e profissional com a mesma filosofia de jogo, mesma proposta, mesmo tipo de treinamento.

De nada adianta criar atacantes rápidos e baixo na base como Boschilla, Ewandro, Ademilson, H. Almeida, se o profissional usa um centroavante de área, forte e bom no cabeceio.

Você acaba não dando chance para jogadores da base, poderem subir e jogar no mesmo sistema que estão acostumados.

E é assim na seleção.  Douglas Costa joga no esquema de Guardiola, Neymar no de Luiz Henrique, Hulk no de VIllas-Boas, e quando chegam aqui, são treinados por técnicos da escola gaúcha!

Isso sem muito tempo de preparação.

O erro não esta nos jogadores, mas sim, da falta de um estilo próprio, uma proposta de jogo.

Algo como Bielsa e Sampaoli, implantaram no Chile, e que Pizzi esta dando sequencia.

E mesmo completamente diferente do Chile, o Corinthians implantou com Mano, Tite, Mano, Tite e agora Cristovão tem que saber dar sequencia.

O Atlético-MG de Cuca, Levir e Marcelo Oliveira tem vocação ofensiva.  Sempre com 3 atacantes talentosos, e com o resto do time marcando e jogando por eles.

E o São Paulo?  Ironizamos técnicos estrangeiros, pois apostamos em extremos.  Filosofias opostas em um intervalo de 1 ano, mudando o elenco e perdendo jogadores como Denilson, Souza, Boschilla, Ganso, Pato, Luis Fabiano, Calleri e Kardec.

Contratamos extremos que ataquem bem como Pato, ou defendam bem como Centurion?

Isso tudo seria claro se tivessemos uma proposta única de jogo desde a base até o profissional.

Em um time com uma filosofia de jogo coletiva e ofensiva, qualquer jogador da base, tem que ser melhor que qualquer outro da Série B!  Qualquer um!  Pois já esta adaptado, capacitado, treinado para jogar da forma que joga o time profissional.  E a tendência é que os jovens rendam até mais no time de cima, jogando com companheiros melhores e mais experientes.

Fernando Jubero seria o responsável por implantar essa filosofia, desenhar treinamentos para capacitar o elenco para jogar dessa forma, treinar fundamentos específicos para jogar dessa forma, e fazerem jogadores, aprenderem a jogar em mais de uma posição nesse esquema.

No dia=a=dia, o técnico Andre Jardine do principal, e os da base, teriam que executar e implementar essa filosofia.

Estabeleceria um parametro para tornar a tomada de decisão dos técnicos de maneira mais assertiva, afinal, existe um conceito por trás do esquema de jogo.

Teriamos um brasileiro comandando o time no dia-a-dia facilitando o convívio diário com os jogadores, e facilitando a comunicação.

E acima disso, teria um planejamento a curto, médio e prazo, para ser aperfeiçoado constantemente!

Inteligência, planejamento, metodologia, é isso que tem que ser a vantagem competitiva de um clube de maior poder economico, diante de clubes novos como Audax.  Clubes que jamais podem se nivelar coletivamente do que um gigante como nós.

Temos que elevar o nível, para que seja difícil para times menores, conseguirem nos alcançar com um planejamento de 3 a 5 anos.

Ou seja, criando barreira de entrada para times novos, mas organizados e de donos.

Ernani Takahashi