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Esses dias comecei a refletir sobre porque nós torcedores temos falado muito mais de política do que de futebol.

A verdade é que as notícias do São Paulo tem sido de venda e compra de jogadores.

E isso acontece a cada 6 meses no São Paulo.

Temos no elenco apenas Denis, Hudson, Michel Bastos e Lugano com mais de 100 jogos.

Rodrigo Caio, 182, jogador convocado para seleção brasileira principal, e olímpica, deve ser vendido.  Espero que saibamos seu real valor.  Um jogador para jogar no time de Guardiola, onde zagueiro, não é bem zagueiro como ele fez com Yaya Toure, Macherano no Barcelona, com Javi Martinez, Kimmich no Bayern.  Nesse caso, nossa venda pode ser planejada.  Apresente esse jogador para times que valorizam um zagueiro assim, e poderemos vende-lo por muito mais do que estamos vendo por aí.

Enfim, muitos jogadores desse elenco, nem completaram 1 ano, como Maicon, Mena, Kelvin e Cueva, alguns completaram 2 anos como Bruno, Thiago Mendes, Michel Bastos e Centurion.

E por isso que estamos falando pouco de futebol.  Porque trocamos de elenco a cada 6 meses.  De 6 em 6 meses, só falamos de quem chegou e quem saiu.

A despedida de Calleri e Ganso, marcaram muito!  Pois eram os diferentes.

Por mais que todos tentem se auto motivar, a maior motivação de uma torcida, são seus ídolos.  Aqueles jogadores que você se orgulha de tê-los representando um clube tricampeão mundial.

Dá orgulho de ver argentinos fazendo um comentário como esse:  “Deixando a rivalidade e a paixão clubística de lado, isso é o futebol. Que genial.”

E o que falar de Calleri.  Um jogador que em seu primeiro toque com a camisa do São Paulo, marcou um gol no Peru.

E jogando apenas 6 meses, já é o maior artilheiro do São Paulo em uma única Libertadores.  Já deixou seu nome marcado na história do clube.

Agora, vem essa de Paton.  Aquele que tava dando uma identidade, que acabou perdida nos últimos 5 ou 6 anos.  Ele conseguiu sintonizar torcida e jogadores, depois de muito tempo!

Mas, se ele receber mesmo o convite da AFA, é algo muito difícil de se recusar.

Ele que vai ter a honra máxima de um técnico de futebol, que é dirigir seu país em uma Copa do Mundo.

A diretoria, que pode se orgulhar e pedir méritos, por ter escolhido o técnico da Seleção Argentina.

Alguns torcedores cobram dele que honre a palavra.  Mas, trouxeram 3 jogadores que “jerarquia” que prometeram como todas as letras para ele?  Não estou dizendo que não tentaram.  Mas, prometeram.

Se não cumpriram o que prometeram, ele também pode mudar sua palavra.

Hoje no São Paulo, tudo é interpretativo.  Não existe certo ou errado.

Estamos falando de um time comandado por advogados, que não falam nada oficialmente.

Sabemos tudo pela imprensa escrita.  Quando falam para TV ou rádio, tudo é dito sem objetividade nenhuma, para dar margem a qualquer tipo interpretação que seja necessário no futuro.

E quando você não é claro e transparente, não pode querer que todos interprete da mesma forma.  E assim, você divide uma torcida, que estava unida com o time na Libertadores.

Enfim, o São Paulo não esta só em reconstrução no time não.

O São Paulo inteiro esta em reconstrução.  A maioria dos cargos dentro e fora de campo, estão sendo ocupados por pessoas que estão lá pela primeira vez e com menos de 1 ano.

É Presidente do Conselho que virou presidente, é vice de Futebol que virou vice de relações institucionais, é diretor que pede para sair, é gerente que sai e volta como diretor, é Auxiliar técnico que vira Estatístico, etc. etc.

Antes mudava tudo, mas tinha Rogerio Ceni que preservava os valores e cultura da Instituição.

Difícil falar apenas de futebol.  Difícil é saber a cada 6 meses como o São Paulo vai jogar, como será colocado taticamente em campo, assim como difícil saber qual será o perfil de jogadores que serão contratados.

Saíram nos últimos 7 meses, Luis Fabiano, Pato, Kardec, Rogerio e Calleri.  Chegaram Kieza (que já saiu), Ytalo, Gilberto e Chavez.

Esse fato pode ser interpretativo como tudo no São Paulo.  E cada um vai ler isso, e interpretar de acordo com valores pessoais.

E agora para terminar, vamos falar um pouco sobre futebol.  Se a FIFA liberar Buffarini e Paton ficar, minha humilde opinião é que o esquema mudará um pouco.

Como já descrevi em outros posts, sempre falando de Paton, o São Paulo jogava para Ganso e Calleri.

Dois jogadores que atraiam marcadores para o centro, e dava maior liberdade para os extremos.

No jogo contra o Atlético Nacional, percebemos o quão difícil foi jogar sem ele.  E o único gol, foi de uma jogada pelos extremos, com finalização de Calleri de cabeça.

Agora, acredito que talvez seja hora de ter velocidade pelas pontas, e fechar mais o meio desta forma:

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Chavez é um atacante forte, brigador, e parece que contratamos o que jogou no Banfield onde era centroavante.  No Boca, com Osvaldo, Tevez, Calleri, teve que ir para o lado.

Cueva, é um jogador fantástico, e pela jogada contra o Corinthians e da maneira que jogou contra nós pelo Toluca, acredito que gosta de jogar de pé trocado, e com espaço para driblar em velocidade.  E como dribla fácil esse peruano.

Buffarini, é um lateral que defende bem, e tem um apoio fantástico.  Se movimenta muito, pois tem muito pulmão e muita vontade de competir por todas as bolas.  Na minha humilde opinião, seria um “Sorin destro”.  E Sorin, foi um dos melhores laterais esquerdos que vi jogar.

Nesse esquema, teríamos dois laterais bons defensivamente, e que sabem apoiar na hora certa.

Sei que muitos vão falar sobre Mena deixar as costas expostas.  Mas, isso não é um problema criado por ele.  Na direita por exemplo, muitas vezes vemos Bruno colocando Kelvin em profundidade.

Mas, na esquerda, Michel espera a bola nos pés, e ele quem faz Mena correr em profundidade.  E quando o lançamento não dá certo, ou Mena erra o cruzamento, Michel não tem a velocidade como Kelvin ou Centurion para recompor.

E agora, sem o maestro pelo meio, as jogadas pelas laterais serão bem maiores.

E precisamos de jogadores rápidos e que sabem voltar rápido, como Cueva e Kelvin.

E com Thiago Mendes e João Schmitd com um pouco mais de liberdade, poderíamos ter o efeito surpresa com tabelas (Chavez parece fazer bem o pivo) com mais frequencia como vimos nos gols contra o Trujillanos (JS) e contra o Toluca (TM).

Na zaga, estamos tranquilos.

No gol, usando algo comum no São Paulo de hoje, onde todo mundo pode errar e acertar, esperamos por mais acertos.

Ernani Takahashi