Fatos da semana – 14/07 a 20/07

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Janela de transferências  – Em meio a ineficácia para a qual a diretoria do São Paulo parecia caminhar nas últimas horas da janela de transferências, a torcida tricolor acabou saindo satisfeita após a confirmação da chegada de Buffarini.

Mas será que, colocando todas as idas e vindas na balança, fomos tão bem reforçados assim?

Digo isso talvez não tanto pela qualidade dos novos atletas, mas sim pelas posições para as quais contratamos.

Acabamos de perder nossos dois principais jogadores do meio para frente (para não dizer do time inteiro), além de Alan Kardec que, se recuperando, poderia voltar a ser um dos melhores centroavantes do país.

Para o lugar, trouxemos um jogador de boas passagens apenas por clubes pequenos como Santa Cruz e Portuguesa, e que atuava no fraco futebol norte-americano; e outro, mais de lado do que central, que não parece chegar a despertar saudades na torcida do Boca Juniors.

Calma, não estou gongando Andres Chávez antes de vê-lo jogar. Pelo contrário. Até gostei do que vi dele em vídeos do Youtube. O problema é que perdemos Calleri – artilheiro da Libertadores, sonhamos com Aloisio, Diego Tardelli e Nico López, e acordamos com mais um desconhecido.

Torcerei, e tenho muita esperança de que dará certo. Mesmo assim, sinto falta da tal ‘jerarquia’ a qual se refere – e eu concordo – Edgardo Bauza.

Não se trata de jogar com nome. Trata-se de encontrar alguém eficiente na prática, mas que também desperte respeito dos adversários por seu currículo. As opções para a posição de centroavante que se encaixariam nestes requisitos sem dúvida nenhuma não são tão fartas como eram antigamente. Mas com pelo menos duas boas vendas feitas na semana passada (Kardec e Ganso) e a iminente saída de Rodrigo Caio por grana ainda maior, me permiti sonhar um pouco mais alto.

A partir de agora, iremos com o que temos, exceção feita a uma ou outra contratação oriunda da Série B. Ao meu ver, pouco para almejar grandes voos em 2016…

Julio Buffarini – O ex-lateral do San Lorenzo talvez seja o que temos mais próximo de jogador de status solicitado por Bauza. Possivelmente mais pela boa impressão que deixou nos clubes brasileiros, do que pelo reconhecimento em seu próprio país, onde nunca sequer foi convocado para a seleção, mesmo disputando vaga com zagueiros para sua posição.

Mas antes que me questionem, estou sim feliz pela vinda de Buffarini, e não considero nem que o São Paulo pagou caro por ele. Mesmo achando que a lateral-direita não era uma prioridade tão alta quanto a meia e a ‘centroavancia’, creio que ganhamos uma força ofensiva pelo lado que não tínhamos pela esquerda com Mena, e que nem sempre temos com Bruno no lado oposto.

Isso tudo além da raça argentina, que tão bem tem nos feito em 2016, e da tranquilidade em ver a satisfação de Edgardo Bauza com a chegada do seu ex-pupilo. Seja bem-vindo, Buffa!!

Andres Chávez – Ouvi muitos dos ‘especialistas’ de nossa imprensa dizendo que o ex-atacante do Boca ostentou uma péssima média de gols na temporada passada. De fato, se levarmos em conta os números rasos, foram apenas 4 gols em 22 jogos.

O que ninguém disse é que Chávez foi titular em apenas 9 oportunidades, e só em outras 3 atuou por mais de 22 minutos. Ou seja: pode-se até criticar o fato do jogador não ter se mantido no time titular, apesar de sabermos que entre os seus concorrentes estava por exemplo Carlitos Tévez. Mas sua média de gols é normal para alguém que não atuava tanto.

Chávez deve acrescentar ao time um pouco da raça que a torcida enxergava no requisitado Aloisio Boi Bandido, e também deixar os seus golzinhos para tentar nos fazer menos sentidos por Calleri. Mas repito que seguimos sem um grande centroavante.

Douglas – Para mim, outro desconhecido. Grandes entendedores de última hora dizem que o ex-zagueiro do Vasco é bom jogador. Eu prefiro esperar para ver, não apenas por causa da minha falta de conhecimento, mas também porque sabemos que se trata de um jogador vindo de um longo tempo de inatividade pós-lesão.

Na última década, bons zagueiros do futebol brasileiro só ganharam reconhecimento após retornarem da Europa ainda sob o quase-anonimato. Exemplos: Miranda (ex-Sochaux), Maicon (ex-Porto), Gil (ex-Valenciennes) e Pedro Geromel (ex-Colônia).

Se Douglas for um pouquinho destes defensores, o São Paulo estará bem servido.

Carências – Com as 4 contratações feitas na última semana, e levando-se em conta as saídas de Ganso, Calleri e Alan Kardec, além da venda certa de Rodrigo Caio e da contusão de Ytalo, creio que ainda precisaremos nos desdobrar para encontrar jogadores para pelo menos três posições: zagueiro, meio campo e centroavante.

O defensor se faz necessário diante da possibilidade de, a partir da negociação de Rodrigo Caio, passarmos a contar apenas com Maicon, um não-mais-garoto Lugano, um recém-lesionado Douglas e dois inexperientes como são Lyanco e Lucas Kal.

Com o fechamento da janela internacional, a saída seria apostar em alguém sem contrato como Alex (ex-Milan), ou que ainda não completou seu 7º jogo no Brasileirão tipo Tóbio (SEP), ou que atue pela Série B como Luan (Vasco da Gama).

Para a armação, a situação ficou complicada após o fechamento da janela de transferências, e possivelmente teremos que apostar em Cueva para a posição. A necessidade aqui se faz no mínimo para a reserva do peruano. Sugestões: Nenê (Vasco da Gama – muito difícil) ou Dátolo (Atlético-MG – diante de uma boa avaliação física do jogador)

No ataque, a questão seria achar alguém que fosse acima da média, ou pelo menos uma aposta com possibilidade de crescer. Para trazer outro Gilberto, ficamos com o que já chegou ao Morumbi. Opções: Lucas Barrios (SEP – reduzindo muito o salario) e Gustavo (Criciuma – 22 anos, 16 gols em 2016 e vice-artilharia da Série B)

Lucas Pratto – O grande boato da quarta-feira envolveu uma possível vinda de Lucas Pratto para o Morumbi. Não é preciso muita reflexão para concluir que a chance desta negociação acontecer é nula.

Primeiro porque o Atlético-MG, dono dos direitos federativos do atleta, cansou de recusar propostas ALTISSIMAS do futebol chinês por Pratto. Segundo porque o atacante é ídolo da torcida atleticana, e nem mesmo sua recente contusão e a chegada de Fred foram capazes de abalar este sentimento. E por último, não nos esqueçamos que o São Paulo não anda com muito prestigio no Galo ultimamente por causa da eliminação da Libertadores, e também porque chapelamos os mineiros nas vindas de Maicon e Calleri.

Nem mesmo se não tivéssemos gastado dinheiro na janela, creio que teríamos chances com Lucas Pratto. Ouso dizer que é mais fácil arrancarmos o recém-contratado Fred do que o argentino. Por essas e outras, esqueçam a história de Lucas Pratto no São Paulo.

Ytalo – Pessoalmente, eu não torço pelo mal de quase ninguém, muito menos de alguém que humildemente busca o seu espaço na carreira, sem causar mal aos seus companheiros. Mas é fato que, esportivamente, a contusão de Ytalo é um alivio para nós são-paulinos. Em pouco tempo, o ex-atacante do Audax confirmou a suspeita de que não tem a menor condição de jogar em um clube do tamanho do Tricolor. Que o jogador se recupere o quanto antes, para poder seguir sua vida em outro clube…

Cicinho – Emocionante assistir a participação do nosso ex-lateral no programa Bola da Vez, da ESPN. O enredo completo e não-inédito da história de quem viveu tudo o que o futebol pode proporcionar, do dinheiro, glórias e fama, até o fundo do poço, causado pelo álcool.

Sem dúvida nenhuma, o que mais chamou a atenção no episódio, foi o amor com o qual Cicinho se referiu ao São Paulo Futebol Clube. Quem acompanha suas entrevistas, sabe que a gratidão e o carinho com o Tricolor são temas recorrentes de suas falas, desde que o jogador nos deixou para jogar em Madri.

Só por isso, eu já teria dado uma nova chance para Cicinho, há muito tempo. Depois de sua segunda passagem frustrada pelo Morumbi, o nosso ídolo viveu bons momentos atuando por exemplo Sport e Sivaspoor.

Com a janela fechada, a vinda de Cicinho para agora não tem como ocorrer. Que tal oferecer um contrato baixo ou de produtividade em janeiro, para que o jogador prove que pode encerrar sua carreira no clube que aprendeu a amar? Assim foi com Ricardo Oliveira no nosso rival praiano…

 Sócio-Torcedor – Às 00h01 desta quinta-feira, eram exatamente 109.205 sócios cadastrados. Agora, acima da gente apenas Internacional (112.756), SEP (126.607) e SCCP (128.258).

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Wagner Moribe

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