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A impressionante força da identificação.

“A vida imita o vídeo. Garotos inventam um novo inglês. Vivendo num país sedento num momento de embriaguez…”

Tempos nebulosos na economia de uma forma geral. Preocupações ininterruptas sobre a mesa do almoço. Nos jornais, parcas linhas nas vagas de emprego dos classificados. Na chefia do Estado, bandido substituindo bandida julgada por bandido parabenizado por idólatra de carniceiros covardes que recebe cuspes de homossexual racista.
Nas ruas, um irracional bilateralismo político provocado por mentes oportunistas de revistas de uma bizarra, falsa e oportunista direita incoerente e de uma esquerda fanfarrona seletivamente cega que trata obviedades constitucionais erradamente como ‘golpe’ ao invés de iniciar uma força própria contra os abutres que ainda voam no céu do qual caíram os seus urubus.
O são-paulino vivencia essas atrocidades de um tempo obscuro para toda a nação, junto a secas de Cantareira e São Francisco, desastres de Minas ao Atlântico e Olimpíadas cheirando a esgoto, onde hospitais suplicam pelo respeito das autoridades envolvidas em lamentáveis ocorrências criminais.
O torcedor Tricolor Paulista no Rio, no Espírito Santo, em Minas, em Goiás, e até em São Paulo, enfim, de todos os lugares do Brasil, tem vivido uma rotina de aumento constante de preocupação, como qualquer outro brasileiro. O futebol, o que há de mais importante entre as coisas menos importantes, também lhes trazia dores de cabeça, tristezas, lástimas e decepções… até os últimos jogos dessa Libertadores.

Virou questão de vida ou morte saber driblar as complicações que surgem diariamente em nossas vidas.
Virou questão de vida ou morte saber bater firme nos problemas do dia a dia, como se bate firme na bola para fazer o gol.
Virou questão de vida ou morte marcar sob pressão as contas de casa, da empresa, não deixando ‘o adversário sair de cara pro gol’.
Virou questão de vida ou morte não desistir de lance algum, agarrando as oportunidades, indo até o fim, sem ter bola perdida.
Virou questão de vida ou morte abraçar os amigos nos finais de semana, num churrasco, levar a família para um passeio, ligar para os pais que moram longe, visitá-los, comemorar com os filhos as vitórias no futebol de salão, no vôlei, no judô, na empresa que um deles montou, no concurso que sua mais nova passou e vê-los a todos emocionados, como Centurión após seu lindo gol e seus companheiros em peso lhe amassando em gritos eufóricos de vitoriosos e honrados atletas.

É impressionante como o time ajuda a gente a vencer.
Enfrentar um novo dia após uma goleada digna dos melhores dias da História Tricolor se torna algo menos árduo, menos complicado. Porque o sorriso abre caminhos que não vemos na cegueira grave da tristeza.
As lágrimas que caem junto às explosões empolgantes dos carrinhos que não deixam a bola sair lubrificam o coração que vinha enferrujado, atordoado e sem ímpeto para bater orgulhoso.

É imensurável a força da identificação.
Independentemente da distorção salarial entre Michel Bastos e um padeiro são-paulino do interior de Pernambuco, o sangue que corre nas veias dos dois fica na mesma temperatura quando o jogador sobe ao escudo mais lindo do Morumbi para demonstrar o quanto é poderosa essa união, que pode ser frágil em virtude do temperamento geral de seres humanos, porém, indestrutível a cada demonstração de determinação e força que o atleta sabidamente possui dentro de si e é tão desejada pelos são-paulinos, criando explicitamente um desejo de somente o bem para o Camisa 7.

Ainda que seja cedo para ratificar tal ligação, tenho pra mim que a mudança de nomes na direção do futebol do clube foi fundamental para o renascimento de um time em campo com a verdadeira face do São Paulo Futebol Clube.
Seria como se a mexida tivesse ocorrido no espírito de um corpo que vinha errante em todos os últimos campeonatos disputados.
Uma conscientização não só racional que pode moldar e melhorar ainda mais a força de cada um daqueles que vestem a camisa que entorta o varal (máxima maravilhosa que sai vibrantemente das narrações de uma das maiores alegrias das transmissões atuais, Gustavo Villani). É sentido na alma o poder que se têm em mãos. É internamente forjado magnificamente por senhores que vivenciaram, vivenciam e querem continuar a ainda mais vivenciar a grande maravilha que é ser parte imortal da vida do clube mais importante do país.

Quando consolidada a soma das forças de jogadores que claramente possuem capacidade muito maior do que a que acabavam mostrando até pouco e a do verdadeiro São Paulo Futebol Clube, não o da malfadada política que teima em ser freio de uma evolução ainda maior, temos uma potência inalcançável por time algum do mundo, vide 92, 93, 05.

Obviamente, com a paciência que nos é dada como torcedores, precisamos compreender que a garantia do final feliz só existe com o último ponto registrado na história que está sendo escrita.
Portanto, que as próximas linhas continuem seguindo traços tão precisos, verbos tão perfeitos em seu orgulho, em sua dignidade, como nas recentes páginas do torneio máximo que simboliza a grandeza Tricolor.
A identificação está límpida como um espelho perfeito. O torcedor se vê em campo junto aos jogadores. A Casa de Cícero vira palco da ligação magnífica que faz o país tremer.
Queremos agradecer ainda mais pelos feitos, em gritos que nos trarão muita força para as brasileiras batalhas diárias.
Trazendo no olhar o orgulho necessário para uma totalidade melhor.
Senhores jogadores, meus iguais, acreditem em nós, torcedores.
Olhem pro espelho e reparem bem no nosso reflexo.

Ronnie Mancuzo – Sub


Como citado acima, está sendo de grande alegria termos nas transmissões da Fox o narrador Gustavo Villani.

Com uma diferenciada atenção aos lances e, principalmente, um absoluto respeito ao torcedor que acompanha as partidas pela televisão, a satisfação por finalmente termos alguém fugindo do fraquíssimo quadro de narradores, por vezes parciais, por vezes com uma absurda má vontade com o nosso São Paulo Futebol Clube, cresce como cresce o futebol do time.

No vídeo de hoje, temos uma comparação, uma brincadeira bacana feita pelo canal do YouTube Mídia Gols, envolvendo as narrações do são-paulino Villani e do narrador da Rádio Bandeirantes, também muito emocionante, Ulisses Costa, que sempre deixa no ar se é torcedor Tricolor, ou se é palmeirense. Os gols narrados são da sensacional partida contra o Toluca (Mex), nesta última quinta-feira.

Comparem:


Frase do dia:

“Atingir a perfeição é impossível, mas aproximar-se cada vez mais dela, não.”

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