Paton Bauza ainda não encontrou uma formação e esquema tático ideal para dar equilíbrio ao time.

Os motivos são vários.  Desde o não cumprimento de promessas em sua contratação (que ele poderia contratar 3 estrangeiros, indicados por ele, um para cada linha), como fazer uma pré-temporada com um elenco completamente desbalanceado.

Tenho certeza que assim como todos os torcedores e jornalistas, Paton tem a mesma visão sobre o São Paulo:

Muita posse de bola, pouca movimentação, e falta de velocidade no contra-ataque.

E isso deve-se ao elenco que tem nas mãos. O argentino é refém do esquema com dois volantes, e laterais que pouco apoiam, pois falta um volante para proteger a zaga e cobrir laterais. Na falta de um com essas características, é preciso escalar dois que se complementam, e segurar mais os dois laterais.

E por sacrificio, não podemos usar as melhores qualidades de Thiago Mendes:  Arranque, chute do longa distancia, e corrida no espaço vazio.

Na Libertadores, enfrentamos dois times que vieram jogar no Pacaembú, no 5-4-1 defendendo e 4-1-4-1 atacando.

Com uma linha de 5 zagueiros, nossos extremos recebiam as bolas já pressionados.  O centroavante, brigava nos cruzamentos contra 3 zagueiros, e Ganso, não tinha espaço pelo meio.

Faltou infiltração, um elemento surpresa, para que com os 3 atacantes e Ganso, pudessemos “matar” a superioridade númerica da linha de 5.

Mas, sem um primeiro volante que rouba bola sem tomar cartão amarelo no primeiro tempo, Thiago Mendes não tem como avançar mais.

No campeonato Paulista, estamos enfrentando problemas similares, agora que o esquema de Tite, vem sendo adotado por quase todos os clubes no Brasil.

E esse tema, acho que vale a pena nos aprofundarmos um pouco.

No Campeonato Brasileiro do ano passado, 90% dos times jogavam no 4-2-3-1 quando atacava e 4-1-4-1 quando defendia.  (Exceção a Tite e Osorio).

Vale lembrar o post que fiz no ano passado, quando Doriva assumiu o time, e 95% dos times passaram a jogar no 4-2-3-1 atacando, e 4-1-4-1 defendendo:

Mas, todos os times são escalados como atacam! E não como se defendem.

Ou seja, todos escalam 2 volantes, 3 meias e um atacante.

Na hora de se defender, um dos volantes recua para proteger à zaga, e o outro forma uma linha de 4 à frente.

E Tite no ano passado, foi o único que escalava o time de acordo com o que defende.

Ou seja, um volante “cabeça de área” (Ralf), 4 meias (Jadson, Renato Augusto, Elias e Malcon).

Parece algo muito simples, mas não é! No campeonato Brasileiro, vimos muitos times com 2 segundos volantes em linha (bons passadores, condutores de bola, e ruins em desarmes).

Perceba que o Palmeiras, sofreu quando perdeu Gabriel. Ganhou muito em qualidade de passe, mas perdeu poder de marcação.

E por isso, 100% dos comentaristas, pediam aos técnicos dos times que estavam perdendo ou empatando contra um time inferior, para tirar um volante e colocar um meia ou atacante.

Afinal quando você ataca um time no 4-1-4-1, você precisa de dois meias, e apenas um volante! Afinal, mesmo que o time adversário ataque, eles tem apenas um meia a ser marcado, e então dois meias conseguem marcar dois volantes.

Essa é a grande diferença de Tite.  Joga com 2 meias e um volante.

Pois, não há necessidade de ter dois segundos volantes. É melhor ter um único primeiro volante, e dois meias que saibam fechar espaços. Assim como faz Jardine no sub-20. Banguele centralizado, Arthur e Matheus Queiroz.

Não à toa, Juan Carlos Osorio, escalava Breno, Lucão ou Lyanco de volante, para ter Thiago Mendes e Ganso de meias.

Quando pode contar com Breno de volante e dois meias (na vitória contra o Gremio fora de casa por 2 x 1 e os 3 x 0 no Vasco na CB), o São Paulo foi muito bem!

PROBLEMAS DO SÃO PAULO X ELENCO PRÉ-TEMPORADA

Fizemos pré-temporada, treinando o time titular contra um time reserva com 1 zagueiro ( e sem confiança Lucão), com 3 laterais esquerdos (Carlinhos, Matheus Reis e Reinaldo), 2 direitos (Caramelo e Auro) e nenhum centroavante (Kieza ainda aguardava documentação).

Bauza manteve o mesmo time, porque não tinha muitas opções.  Vale lembrar que contra o Cerro, ele teve que fazer 2 substituições usando 2 laterais esquerdos.

Agora, no final de fevereiro, Bauza começa a ter mais opções para testar e encontrar a melhor forma de jogar.

NOVOS REFORÇOS À DISPOSIÇÃO

Agora, o elenco que começou a pré-temporada com 3 zagueiros, agora tem 6 (Lugano, Maicon, Lucão, Lyanco , Rodrigo Caio e Breno).

Isso possibilita Bauza a ter opções melhores para aproveitar as características dos jogadores que tem, e olhando mais pelos pontos fortes do que fraco:

  1. 3-4-1-2:

Denis, Breno, Lugano e Rodrigo Caio; Bruno, Thiago Mendes, Michel Bastos e Carlinhos; Ganso; Calleri e Kardec.

Lugano sabe comandar com maestria uma linha de impedimento, além de ter um senso de cobertura enorme.

Breno e Rodrigo Caio tem velocidade para cobrir os lados do campo. Além disso, tem qualidade para avançar como elemento surpresa.

Carlinhos e Bruno são ótimos apoiadores, e cruzam bem.

Thiago Mendes e Michel Bastos, próximos de Ganso e cobertos por 3 zagueiros, podem arriscar infiltrações pelo meio, ou chutes de longa distancia.

Ganso, tem que ser isolado no meio, para que possa ter liberdade e visão para criar jogadas tanto pelas pontas, como pelo meio.

Kardec e Calleri são ótimos finalizadores e cabeceadores, e com dois alas que apoiam constantemente, e um meia como Ganso, podem render bem jogando juntos.

 

  1. 4-1-4-1

Denis; Caramelo, Maicon, Rodrigo Caio e Mena; Breno; Wesley, Thiago Mendes, Ganso e Michel Bastos; Calleri (Kardec)

Com Breno ou Rodrigo Caio de volante centralizado,  Thiago Mendes poderia jogar mais solto, e ele sozinho traz dinamismo ao time.

Ele dá opção de passe a Ganso, em infiltrações com velocidade, encosta em Wesley e Michel Bastos para tabelar.

3. 4-3-3

Denis; Caramelo, Rodrigo Caio, Lugano e Mena; Breno, Thiago Mendes e Ganso; Kelvin (Wilder), Calleri (Kardec), Rogério (Centurion).

Esse é o esquema que eu humildemente acho que Centurion mais rende. Jogando como Pato jogava. Bem aberto e avançado, ficando no mano a mano com o lateral direito.

Kelvin é outro jogador que me agrada, jogando aberto de pé trocado.

Pois os marcadores estarão sempre olhando para o meio, e deixando os laterais passarem em velocidade.

Blog do São Paulo