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De todas as contratações para esta nova temporada, a que mais me faz sonhar sonhos bons é a do técnico.

Sinceramente, não o conheço. Na verdade, pouco conheço de tudo o que não pertence ou é muito novo ao São Paulo. Não sei indicar contratações, como muitos aqui nos comentários ‘sabem’. Não sei comparar jogadores nossos com os de outros elencos, não tenho ideia de como preparar nosso time para enfrentar um esquema tático de um adversário qualquer… claro que tenho uma certa ideia de tudo isso, mas reconheço minha limitação, torno mudas minhas opiniões rasas e fico mais na fé do que na presunção. Escrevo pro Blog como representante de uma parte da torcida (talvez a mais lisérgica), abusando de subjetividades que traduzam de forma poética/boêmica os ocorridos no campo e nos bastidores e que envolvem nosso objeto maior de amor (ainda que assim não vejam muitos que não gostam da minha caligrafia, juro por tudo o que é mais sagrado, todos os meus textos postados aqui são sobre o São Paulo Futebol Clube). E como o técnico acabou de chegar, e pelo que tenho visto na nova (porém, ainda somente aparente) ideologia do clube, uma certa sintonia cabe no bolo de acontecimentos recentes.

Mesmo defensor que eu seja da máxima de que a mudança maior só existe se por dentro assim mudarmos, ou seja, a tão desconsiderada ‘filosofia’ de trabalho de clube como sendo entidade máxima e razão de tudo, e para tudo, o que envolve a todos nele ligado, estiver ratificada como regra e única forma do agir, a peça Bauza carrega meu principal sopro de vida a acompanhar nosso Tricolor.

Todavia, o tempo está seguindo seu rumo, como senhor que é, e vai deixando migalhas da descontinuidade traduzidas pelos óculos de tartaruga e suas cenas degradantes somadas aos desconfiáveis atos daqueles que hoje voltaram sem nunca terem saído das rédeas. Assim, temos uma consolidação temporária de que vai nos ‘bastar’ torcer pelo que acontece em campo, independentemente das ações da direção, de mãos atadas, mas aos gritos de gol e aos sopros de cornetas. Porque dentro das quatro linhas parece ser onde mais podemos interferir e ter mais força como torcedores.

Poupo Lugano de minhas expectativas. Pelo menos não posso condená-lo à minha desconfiança, nem posso sobrecarregá-lo com minhas preces. Em pensamento, deixo-o livre para ser como deve ser. Se ele for como sempre foi, será como queremos que seja. Creio que isso já será o suficiente, já que seu sinal sempre foi de mais, nunca de menos.

Veremos, pelo Bauza, pelos demais que já estavam aqui, mas que não tinham o fator Lugano interferindo, pelos que chegam, e que tomara estejam encontrando um lugar de altíssimo respeito, e não uma casa de repouso, ou de diversões.. , pelas cicatrizes e calos que tornam o couro grosso em virtude dos recentes ocorridos vexatórios, pela ausência de símbolos muitas vezes mais particulares que de grupo, ou de entidade, veremos um novo, e talvez puro, São Paulo.

Isso digo em campo.

Ainda vejo árduo o desanuviar das ideias, por exemplo, com relação aos direitos de transmissão que, na minha opinião, só trazem benefícios aos humanos que assinam contratos e acordos semi-escravocratas do que à entidade máxima representada por eles. Por mais que em campo, assim seja, o time volte a reconhecer seu tamanho, fora dele parece ser muito mais difícil tais seres que empunham as canetas compreenderem a verdadeira grandeza do São Paulo Futebol Clube, já que o tratam como sendo muito menor do que é (e agem abusadamente, perigosamente às cegas de seus próprios egos em tentativas errantes de diminuí-lo).

A cegueira é doente e faz o clube agir bovinamente em direção ao abismo dos comuns, sendo parte do meio de uma corda que tem em sua ponta parceiros de governo corrupto e de ditadora emissora televisiva.

Por que a dificuldade em enxergar que, se estivermos como protagonistas de novos e sadios caminhos, conduziremos as mudanças necessárias no futebol nacional? Novas formas de apresentação do esporte, paixão que estão conseguindo tornar imunda, tão como fizeram com a política (que talvez nunca tenha sido paixão), interferindo criminosamente junto à atividade danosa de um ex-presidente de clube estatal… vamos nos separar disso!

É possível perceber uma nova e boa cultura sendo trabalhada nos costumes do cidadão brasileiro. E aquele que se apresentar como componente daqueles dos bons atos e assim seguir conseguirá os melhores e mais seguros resultados finais.

O 2016 segue ainda com rabinhos dos fatos tristes dos últimos anos.

Mas vai encontrar um caminho iluminadíssimo de Fé real e inesgotável. Do tamanho do São Paulo Futebol Clube.

Caminho Tricolor (2)

 

Ronnie Mancuzo – Sub

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O link de hoje é especial.

Como de costume, é uma homenagem a um aniversariante do dia.

Hoje, completando 58 anos, temos Edgardo Bauza!

E o que vamos ver no link? Patón treinando o São Paulo? Patón como jogador nos anos 80?

Não.

Teremos um vídeo de nosso técnico cantando.

“Em 2000, ele foi convidado pelo músico Adrián Abonizio, da cidade de Rosário (Argentina) para participar de um CD com canções dedicadas ao Rosario Central. Bauza foi jogador do clube por 11 anos em três passagens.

Bauza comentou na época que relutou muito antes de aceitar a missão de cantor. “Não sabe o que lhes custou conseguir me convencer para que cantasse”, disse na época para a imprensa argentina.” – Fonte: http://blogdoboleiro.blogosfera.uol.com.br/2015/12/17/sao-paulo-bauza-gravou-em-cd-uma-musica-sobre-seu-jeito-de-dirigir-um-time/

Outra curiosidade da música está na letra, que se explica no refrão.

Ele só pode estar no time certo…

PATÓN Y CONDUCTOR

Mi nombre es Edgardo Bauza
soy técnico de mi club
la batuta que manejo
lleva el color auriazul.
Es mi casa un barco inmenso
al que llaman cuadro chico
hemos visto tiburones
ahogarse en un Arroyito.
(estribillo)
La fe y el trabajo son
mi inspiración preferida
a veces con cartas bajas
se ganan grandes partidas.
No hay magias prefabricadas
pa que jueguen como quiero
les bastó el agua bendita
que se bebe en los potreros.
Yo también tuve laureles
de gloria entre compañeros
si el triunfo no se comparte
pa qué sirve el medallero.
Y ya me vuelvo a mi barrio
la luna brilla perfecta
cinco estrellas me saludan
y está muy cerca la sexta.
(estribillo)
La fe y el trabajo son…

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Frase do dia:

“A civilização é uma violência do homem à natureza.”

José Pereira da Graça Aranha (São Luís, 21 de junho de 1868 – Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 1931)