Todos sabem que não temos qualquer reforço confirmado até o momento. O São Paulo apenas apresentou o técnico Bauza ao seu torcedor.

No mapeamento efetuado por Gustavo Oliveira junto ao Departamento de Estatística e Scout que o clube está implantando, para monitoramento de jogadores, com programas de computador, diversas estatísticas, observação in loco, vídeos, etc. os perfis foram definidos.

Assim, o São Paulo mapeou SETE necessidades de reforços:

– Lateral direito;

– Lateral Esquerdo;

– Zagueiro;

– Volante;

– Meia;

– Atacante de flanco;

– Centroavante.

 

Veja o que  o Diretor de Futebol Gustavo Vieira disse a respeito deste processo de mapeamento e prospecção, em entrevista dada este ano para o Estádio 97:

Processo de contratação

“A minha participação é determinante no ambiente de contratações. É claro que não é fácil juntar informações técnicas, desejos do técnico, pretensões do presidente e vice-presidente, agregar tudo isto ou definir alguns nomes e mesmo assim executá-lo. É um processo difícil e desgastante que leva até três ou três meses e meio.”

“Ao mapear o mercado, nós verificamos atletas com essas características que queremos. São poucos atletas que encaixam; poucos em disponibilidade. Então com aquele mapa, você vê clubes que podem permitir uma negociação ou atletas que estão em fim de contrato ou algum atleta de algum clube menor que você tem poder econômico e a expectativa de trazer. Então tinha poucos atletas e pouquíssimos em disponibilidade no mercado. Então no fundo é um processo como nos outros que começa com a analise técnica, detecção da oportunidade, confirmação da oportunidade, viabilidade financeira e aí a gente parte pro mercado e tenta contratar.”

“No processo de negociação, cada negociação é quase um livro que se escreve. Porque é praticamente como estar em um jogo de xadrez e lidar com pessoas, o agente, o atleta, o outro clube. Então tem que saber conduzir tudo isso. A hora que a notícia se torna pública, e é óbvio que um atleta pretendido pelo São Paulo passa a ser pretendido por qualquer clube do Brasil, com certeza, senão do mundo, isso aumenta a pressão, aumenta a ansiedade. Obviamente, o ambiente interno acaba sendo aumentado. O presidente e vice querem a definição logo, só que também eu estou comprometido com o aspecto financeiro. Tudo se precipita e eu ainda tenho que manter o controle da negociação, defender aquela negociação em relação a outros clubes que tentam se colocar em relação ao atleta, mantendo ainda o aspecto financeiro. Cada negociação, volto a dizer, é uma história. Negociação hoje em dia não é bastar ligar pro atleta, pro agente, pro clube e resolver em duas ou três horas. Hoje as negociações levam pelo menos, quando de forma muito eficiente, de 5 a 7 dias de forma muito intensa. E fora outras negociações que levam 40 ou 45 dias.”

Análise científica de jogadores para definir contratações

“Nós do São Paulo temos desenvolvido muito esta área. Aliás, este ano será determinante nisso. Tem tradicionalmente no futebol brasileiro uma característica muito subjetiva, muito intuitiva de quem se contratar e qual o estilo de jogo. Trazer elementos científicos e dados objetivos, de estatísticas, de análise, de desempenho, etc, enriquece o processo de avaliação e decisão. Obviamente, que outros elementos pessoais também são necessários. O perfil pessoal do atleta, eventualmente conversar com ele. Existe toda uma série de informações que são determinantes para se chegar à conclusão se aquele jogador tem o perfil ou não. A partir dali você abre a negociação e você tem outra história a escrever. Mas de fato é extremamente importante.”

Teto salarial

“O São Paulo é muito responsável nisto. O ambiente interno me ajuda muito. Eu sempre costumo dizer que quando você sai de uma sala de contratação, você tem que olhar na cara de cada atleta do grupo. Então o aspecto financeiro é sim de fato algo extremamente relevante. É obvio que as informações são sigilosas, mas eles acabam dividindo algumas informações entre si. A remuneração tem que ser altamente justa, dentro dos juízos de valores entre eles. Aqueles que eles respeitam do ponto de vista técnico, de liderança, que tem um espaço maior em relação ao outros, que tem um espaço diferente, jovens que chegam. Então você tem que entender: no fundo quem fixa o salário é o próprio grupo e o juízo de entendimento entre eles em relação à responsabilidade e a importância que cada um tem no grupo. A gente só faz a gestão disso.”

Ciúme entre jogadores devido aos salários de cada um

“Isto é fato. É muito do fruto dos valores que eles carregam entre eles no ambiente de grupo. É o que digo: é óbvio que você tem atletas que merecem mais, atletas que ainda estão em desenvolvimento financeiro. Você tem que administrar no fundo o que eles entendem como justo e você acaba definindo. O São Paulo trabalha com muita responsabilidade, até porque a gente trabalha em sintonia com o departamento financeiro. Então de fato pra gente é um pouco mais controlado do que ouço dizer dos outros clubes.”

Sobre a vida extracampo no processo de análise dos jogadores

“O São Paulo é um relógio para se trabalhar. Eu sempre frequento ambiente de outros clubes e o São Paulo, de fato, pra quem já teve a oportunidade de conhecer, é como um reloginho trabalhando. Desde a fisioterapia, segurança, administração e os profissionais ligados ao futebol. Então a gente tem que entender que o atleta vai se enquadrar no nosso ambiente e na nossa forma de trabalhar, que é obviamente dar liberdade à nossa vida privada, mas sem dúvida que ele precisa, ao estar no CT, ser responsável e fazer parte daquele reloginho. Porque é a nossa fórmula de sucesso. Então investigar o perfil, a sua característica, o quanto que se dá trabalho ou não fora de campo pra gente é importante. Você no final pode até tomar uma decisão de risco, mas atualmente a gente tem adotado uma postura muito rígida em relação a perfil. Não à toa, a gente hoje tem atletas absolutamente comprometidos com pouco índice de dar trabalho na gestão. Então isso é fruto de um ambiente favorável que os próprios atletas produzem com base nas suas características.”

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