Time com raça! É isso que todo são-paulino quer, nos últimos anos.  Existem vários significados de raça, e sempre no coletivo, mas tem um que gosto mais:

“Conjunto de indivíduos, que conservam entre si, e através das gerações, relações de semelhança.”

Do time vice-campeão Brasileiro de 2014: Rogerio, Paulo Miranda, Toloi, Antonio Carlos, Edson Silva, Alvaro Pereira, Denilson, Maicon, Souza, Boschilla, Kaka, Luis Fabiano e Osvaldo não estarão para 2016.

No final desse ano, os jogadores com mais tempo no clube serão Denis (2009), Ganso (final de 2012), Renan Ribeiro (2013), Reinaldo (metade de 2013), Pato (2014), Hudson (2014), Kardec (Abril 2014), Michel Bastos (meio de 2014).

Considerando o ano que jogadores da base subiram para o profissional, teremos, Breno (2007) João Schmitd, Rodrigo Caio (desde 2011), Lucão (2013), Auro (2014).

Isso é preocupante, para um time grande, com tradição e história.  O São Paulo tem uma identidade, uma cultura própria, valores que foram passando de geração para geração, e que levou o São Paulo a ser o clube brasileiro com mais títulos em Mundiais, Libertadores e Brasileiros.

Dario Pereyra, conquistou o título em 1977, e em 86 esteve junto com Oscar e Careca, e os meninos da base como Adilson, Nelsinho, Silas, Muller, e com jovens desconhecidos como Zé Theodoro e Bernardo, e receberam em 1987, Raí e Ronaldão no elenco.  Sem Muller, Silas e Pita, eles perderam duas finais seguidas em 89 e 90.

Em 1991, Muller voltou e reencontrou com Zé Theodoro, Adilson, Bernardo, Ronaldão e Raí, e juntos conquistaram o título brasileiro com os meninos da base Cafú, Elivelton, Antonio Carlos, e um jovem chamado Leonardo e um goleiro que era terceiro reserva do Palmeiras chamado Zetti.

Em 1992, Muller, Raí, Ronaldão, Zetti, Antonio Carlos, Cafú, receberam o veterano Cerezo, e tiveram a companhia de jovens da base como Pintado (que voltava do Bragantino), Doriva e Vitor, e jovens desconhecidos como Palhinha e Ronaldo Luis.

Em 1993, Muller, Ronaldão, Zetti, Cafú, Cerezo, Palhinha, receberam Leonardo de volta, e tiveram a companhia de jovens da base como Rogerio Ceni, Gilmar e Andre Luiz, e um jovem chamado Juninho Paulista.

Em 1994, Rogerio Ceni, ao lado Juninho Paulista, e com meninos da base como Bordon, Denilson, Caio Ribeiro, Toninho (irmão de Sidney ponta esquerda de 85) e Catê.

O São Paulo passou por um jejum de títulos importantes, até chegar 2005, com Rogerio Ceni, meninos da base como Edcarlos, Denilson, Diego Tardelli, Marco Antonio, Jean e jovens como Lugano, Cicinho, Alex Bruno (que não haviam ganhado mata-mata), e jogadores vindo do Goiás como Fabão, Josué, Danilo e Grafite (que nem foram campeões pelo Goiás), e veteranos como Junior, Luizão e Amoroso.

Em 2006, a base foi mantida, sem Luizão e Amoroso, e mais jogadores que jogaram no Goiás chegaram como André Dias, Aloísio, Leandro e Alex Dias, e jovens como Ilsinho, Alex Silva, Miranda, Souza (que não haviam ganho Libertadores, Copa do Brasil) e Leandro (o único que havia ganho uma Copa do Brasil).

Em 2007, a base foi mantida e depois de uma excursão à Índia, com jogadores que não haviam sendo utilizado, Hernanes e Jean, se destacaram e foram integrados ao elenco principal.    Além deles, um menino da base chamado Breno de 17 anos.  Trouxemos um jovem com potencial chamado Dagoberto, um jogador conhecido que era Jorge Wagner, e um centroavante mais ou menos conhecido chamado Borges, e Hugo (que havia jogado com Kaka, Julio Baptista, etc.) voltou.

Em 2008, o São Paulo começou a querer ser igual aos outros, trazendo jogadores “baladeiros”, achando que esses não amarelavam e trouxe Adriano Imperador, Carlos Alberto, Fabio Santos (Volante).

Mesmo assim, sem os 3 “baladeiros”, o São Paulo conseguiu conquistar o título com os jogadores que haviam sido importantes em 2007, como Rogerio, Hernanes, Borges, Dagoberto, Hugo, Jorge Wagner.

E a partir de 2009, largamos os meninos da base.  A soberba pelos títulos e a obsessão de JJ de ser campeão da Libertadores, fizeram o São Paulo se endividar e trocar o time todo ano.

Saíram MAC, Turíbio, Carlinhos Neves, Rosan, pessoas identificadas com o clube, e que ajudavam e muito na transição de gerações.

Depois por conta da briga com Oscar, Diogo e Lucas Piazon e seu empresário, parecia que era questão de honra desvalorizar outros jogadores desse empresário como Henrique Almeida (eleito o melhor jogador do mundial sub-20 de 2011) e Casemiro (que chegou a chorar e questionar porque ele era tratado diferente de Lucas).

O pior é ter Lucas Gaúcho e Henrique no elenco, e trazermos um jogador de outro empresário ligado a Kia (Gustavo Arribas) que era William José.

Fora isso, o São Paulo começou a abrir as portas para Traffic, Eduardo Uram, e deixar cada vez mais os jogadores 100% do São Paulo de lado.

Em 2012, tivemos um suspiro de esperança, quando trouxemos de volta jogadores identificados com o São Paulo como Luis Fabiano, Denilson, que junto com Rogerio Ceni, Lucas, Casemiro e Welligton trouxeram nosso último título.

Em 2014, com a volta de Kaka (pena que por muito pouco tempo), junto com Rogerio Ceni, Rodrigo Caio, Denilson e Luis Fabiano, chegamos perto.

2016, é hora de corrigirmos os erros do passado (não importa se JJ ou Aidar), e reaproveitar os jogadores criados em casa.  Eles não tem custo (os que estão emprestados).

Tenho ficado assustado ouvindo nomes como Renan Fonseca ou Vinicius.  Jogadores que passaram por inúmeros times em suas carreiras, sem ter parado em nenhum por mais de 1 ano.

Não é de jogadores assim, que precisamos!!!!

Se for para trazermos veteranos, que sejam identificados com o clube e da RAÇA SÃO-PAULINA, como Lugano, talvez Julio Baptista e Fabio Simplício.

Se for para trazer jogadores que fizeram uma única boa temporada no Botafogo, Coritiba, Sport, Atlético-PR, etc, que traga de volta, jogadores com a RAÇA SÃO-PAULINA como Henrique Almeida, Regis, William Arão (que estava na conquista da Copa São Paulo de 2010).

Se for para trazer jogador sem custos (De verdade), que tragam jovens da RAÇA SÃO-PAULINA Lucas Farias, Luiz Eduardo, Henrique Miranda, Dener, Mirrai, Ademilson.

Não tenho dúvidas de que jogadores formados e com história no São Paulo é o que faltou nos últimos anos, e que tornou nosso time apático, sem espírito e alma coletiva!

Ernani Takahashi