A cada final de temporada sem títulos, todo são-paulino se perguntam:  “O que faltou?  Quem é o culpado?  Quem não serve para o Clube?  Quem deveremos contratar?”
A verdade é que desde 2009, não criamos um TIME!  Um grupo de jogadores unidos pelos mesmos objetivos, com alma e espírito coletivo.
O Barcelona é um grande exemplo de espírito coletivo.  É isso o que os difere do Real.  Eles contratam jogadores pontualmente, e os jogadores são preparados para jogar no time.
Já o Real conquistou a Champions League de 2014, e ao invés de manter todo time titular, contratar outros jogadores para fortalecer ainda mais, perdeu dois jogadores importantes coletivamente (Xabi Alonso e Di Maria).  Não há dúvidas de que Kross e James Rodrigues tem mais capacidade de decidir individualmente os jogos sozinhos.  Mas, no coletivo, eles não conseguiram fazer o mesmo que os dois que saíram faziam.
No site do Barcelona tem os valores do clube.  Tem dois que chamam a atenção:
TRABALHO EM EQUIPE
Trabalho em equipe implica que o objetivo faz parte de um grupo e que, como um membro do mesmo, torna-se um elemento ativo que age em nome do todo (às vezes até mesmo para a determinar sua própria individualidade). Há inegáveis benefícios de saber que você é parte de uma equipe, e isto requer a aprendizagem e a acentuação de muitos outros valores.
ESFORÇO
Existem muitos modelos sociais que evitar esforço e defendem em vez disso, sorte, oportunismo e triunfo imediato. No entanto, esforço é um valor que pode nos levar a patamares impensáveis e atingir metas e objetivos que podem às vezes parecem distante ou inacessível. Dedicação, rigor, constância, sacrifício e perseverança todos os frutos, enquanto a sorte e a busca de uma vitória rápida são frequentemente fugaz e momentâneo. Observe que, na escola, os professores têm por um longo tempo sendo promovendo uma cultura de esforço, como o veículo para o desenvolvimento acadêmico e realização pessoal, e isso ajuda a construir novos modelos sociais.
SÃO PAULO DESDE 2009
A verdade é que desde 2008, começamos com uma cultura de contratar jogadores emprestados, jogadores de empresários, que esperam uma única boa temporada para valorizar e vender seus jogadores, e além disso, fazer avaliações de jogadores precocemente.
Casos como Adriano, Carlos Alberto, Fabio Santos (volante), Ricardo Oliveira, Fredson, Doria, Pato, trouxeram jogadores que não tinham tempo para se adaptar e se identificar com o Clube e com os outros jogadores.
Além dos jogadores emprestados, tivemos jogadores como Aloísio “Boi Bandido”, que se adaptou rapidamente, se identificou com a torcida, mas depois de 1 ano, valorizado foi vendido pelo seu empresário Eduardo Uram.
E vários jogadores foram avaliados precocemente como Arouca, Marlos, Henrique, Casemiro, Henrique Miranda, Luiz Eduardo, Lucas Farias, Ademilson, entre outros tantos, que ficaram aqui por uma temporada e depois emprestado todos anos.
Do último título que conquistamos, restam no elenco apenas dois, e que devem sair no final do ano:  Rogério Ceni e Luis Fabiano.
E isso pode ser muito positivo!  Não há dúvidas de que existia uma hierarquia dentro do Grupo.  Que poderia ser positiva em alguns aspectos e negativas em outras.
O São Paulo jogou os últimos 3 anos, para dar um título para Rogerio Ceni, e ele se aposentar por cima.  Isso é algo nobre, mas colocou muita pressão em jovens jogadores!  Eles tinham que dar um título para Rogerio Ceni.
Teria que ser o contrário!  Rogerio marcando gols de falta, em jogos que estavam duros, como ele fazia.  Mas, até seu índice de penaltis caiu muito.
Enfim, para termos uma alma, espírito coletivo, e um grupo unido, sem tempo e sem dinheiro, o melhor a ser feito, é trazer todos os jogadores formados na base de volta de empréstimos.
Lucas Farias, Luiz Eduardo, Henrique Miranda, Matheus Reis, João Schmitd, Mirrai, Ademilson, são da mesma geração, e um pouco mais velhos que Lucão, Lyanco, Auro, Ewandro, João Paulo, Luiz Araújo e Murilo.
Todos estudaram na mesma escola (eu acho), moravam no mesmo lugar, conviveram durante a grande parte de seus vidas juntos!
A grande maioria deles, estavam entre os 20 melhores da categoria Sub-17 e Sub-20!
Acho que isso é tão importante quanto fazer uma boa temporada pelo Figueirense, pelo Botafogo-RJ, pelo Goiás, Coritiba, ou pelo Mogi MIrim, Gremio Barueri e Penapolense.
Mas, com a vantagem de serem amigos, terem o mesmo tipo de educação, identificação com o clube.
E todas as contratações tem que ser feitas, levando em consideração a opinião do grupo.
É assim que deve começar o planejamento para 2016.
Falta um zagueiro canhoto, dois volantes, uma meia e mais um atacante?
Então se for para pegar empréstimo da Doyle que seja, para trazer Lucas Piazon, Doria, Wallace (Gremio), Otavio (Atlético-PR), e Jajá (Flamengo).  Jogadores jovens, com potencial, e que podem trazer retorno financeiro.
Temos que acreditar que a Instituição São Paulo Futebol Clube, profissionalizada, vai deixar de usar HEAD HUNTERS, para investir em seus RECURSOS HUMANOS.
O São Paulo tem que se responsabilizar pelo sucesso dos jogadores formados aqui, e jovens que venham de fora (como foi os casos de Juninho Paulista, Raí, Pita,) os capacitando, os treinado, os desenvolvendo e os preparando!
Pois se fizer isso, vai lucrar sozinho com a valorização de seus jogadores.
Para que se tenham uma ideia, Cortes, Carleto, Roni, Caramelo, Hudson, são 50% ou menos do São Paulo.  Já Luiz Eduardo, Henrique MIranda, João Schmitd são 100% do São Paulo.
Acho que é muito melhor, dar chance, desenvolver, investir nesses jogadores do que em jogadores de empresário.
Ernani Takahashi