Quem acompanha meus textos, sabe que sempre fui um defensor e um admirador de Carlos Miguel Aidar. Via nele boas e novas ideias, acompanhadas de boas intenções.  As ideias continuo achando que são boas.

Mas, acabei criticando pessoas, que era contrárias as decisões de Aidar, que agora, merecem também meus pedidos de desculpas:

  1. Abilio Diniz, um empresário que sempre admirei, que merece todo meu respeito, pelo que fez no Grupo Pão de Açucar, e que vem fazendo na BRF (Sadia e Perdigão) e no Carrefour
  2. Alexandre Bourgeois, que rasguei elogios quando chegou, e critiquei quando saiu (agora vejo que injustamente)

Honrando minha cultura, me curvo para pedir desculpas aos leitores (não muitos) que me acompanham:

“O Japão reiterou muitas vezes seu sentimento de remorso profundo e suas desculpas sinceras por seus atos durante a guerra”, disse o chefe de Governo. Abe também citou “a história de sofrimento dos povos da Ásia”

Desculpar-se é considerada uma virtude no Japão. Desculpas mostram que uma pessoa assume a responsabilidade e evita culpar os outros por uma falha, um erro, um incômodo.

LIGANDO OS PONTOS

Vamos ligar os pontos, para entender o porque de meu pedido de desculpas para essas duas pessoas.

As acusações de Ataíde sobre Aidar + Cinira e a renúncia do presidente, nos faz refletir, e olhar para trás.

Começando com Abilio, que parece que realmente queria investir/emprestar dinheiro ao clube e pediu União em seu blog:

“Tenho tomado conhecimento do que o Carlos Miguel Aidar planeja fazer em relação à profissionalização da gestão. Se ele de fato seguir firme nessa linha, pode transformar o São Paulo em referência no futebol brasileiro e mesmo no futebol mundial. Afinal, o São Paulo tem recursos incríveis, começando por sua imensa torcida, sua tradição e seu patrimônio.

Está contratando um CEO para gerir o clube e, pelas referências que tenho, pode ser a pessoa certa para fazer as coisas acontecerem.”

Depois em um post intitulado “Contribuindo com o São Paulo”, ele seguia apoiando as ideias como segue:

“O presidente Aidar e o novo CEO do clube, Alex Bourgeois, já estavam conversando há muito tempo sobre a possibilidade de criar um fundo de investimento que teria como ativo os contratos dos jogadores. Pode ser uma boa solução para o curto prazo _se bem implementada.”

Assim como todos os são-paulinos, Abilio sabia que o plano era bom, e acreditava que havia boas intenções.

Abilio estava disposto a investir nesse fundo, e foi chamado para discursar em uma reunião do Conselho Deliberativo. Foi ele quem indicou Alexandre Bourgeois.  Afinal, o investimento não era pequeno, e ele queria alguém de sua confiança na administração, para saber como seu dinheiro estava sendo usado.

Alexandre Bourgeois foi demitido, e ao sair, disse que não tinha acesso a contratos, e não lhe passavam informações.  Será que essa pessoa era Cinira?  Será que ela era a verdadeira CEO de Aidar?

Bom Cinira trabalhou no Corinthians.  E agora entendo porque o assessor de Andres Sanchez estava lá na reunião que culminou na demissão de ex-CEO.

Abilio então escreveu uma carta ao Presidente Carlos Miguel Aidar:

“Agradeço a mensagem que você me enviou tentando explicar os motivos para demitir o CEO do São Paulo. Infelizmente, não acredito no que foi alegado.”

Ora, porque o Presidente Carlos Miguel Aidar, teria que explicar a Abilio sobre os motivos da demissão?

Fica claro que Abilio tinha realmente a intenção de investir/emprestar dinheiro ao clube, e sabia que era urgente:

“Da minha parte, quero seguir colaborando para evitar a destruição do clube. Como venho falando já faz algum tempo, minha preocupação mais urgente é com a situação financeira. É preciso antes de tudo ter clareza do que se passa nessa área. Nas últimas semanas, houve muita confusão, com números contraditórios sendo divulgados por você, especialmente em relação às dívidas e ao caixa do São Paulo.”

Como investir em algo, que você não sabe como funciona.  Onde uma pessoa que nem conselheira é (Cinira), analisa todos os contratos, recebe comissão e ainda não deixa que o CEO os analise também.

Abilio queria entender direito isso, pois em seu lugar faria o mesmo.  Não vou colocar dinheiro em algo que não sei como funciona.

Acho até que Aidar iria implementar o plano de profissionalização do São Paulo, mas antes queria tirar uma “casquinha” em conjunto com Cinira.  E aí veio o caso Maidana, e possivel caso “Gustavo” da Portuguesa.

E no desespero (graças a deus), acabou fazendo tudo de qualquer jeito, e acabou sendo desmascarado.

LECO GANHANDO FORÇA

Enfim, Leco parece que esta ganhando força!

Em entrevista ao Blog do Menon, no dia 15/09, relembre essas perguntas e suas respostas:

O senhor foi a causa da demissão do CEO Alexandre Bourgeois? Por causa de um encontro?

Alegar isso como causa da demissão é uma estupidez monumental. A demissão já estava definida há muito tempo, o Carlos Miguel já havia me comunicado. O motivo é muito simples. Ao aceitar o conselho de Abílio Diniz e contratado o CEO, Carlos Miguel esperava por um grande aporte financeiro do Abílio Diniz, que não veio. Esse é o motivo.

E o que foi tratado no encontro?

Quanto ao encontro, ele foi feito no meu escritório. Meu escritório tem endereço e tem agenda. Ele faltou sobre o receio que estava sentindo de que suas ações fossem creditadas ao Instituto Áquila, por exemplo.

E o que o senhor achou da demissão?

Parece que ele foi vítima de uma avalanche. É muito triste ver um funcionário do clube ser demitido por um assessor de imprensa e não por um diretor ou pelo presidente. E, pior ainda, o assessor de imprensa trabalha para o São Paulo e para o Andrés Sanches.

Por que o Abílio Diniz não deu o dinheiro com que o Carlos Miguel sonhava?

Não deu porque não tem confiança. Ele escreve isso de forma amiúde. Hoje, no São Paulo não existe confiança. Existe interesses.”

A BOLA AGORA ESTA COM LECO!  CABE ELE DECIDIR SE QUER SER A “RAINHA DA INGLATERRA” E IMPLEMENTAR A PROFISSIONALIZAÇÃO E COM ELA A TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO

Enfim, Leco na presidência poderá ser benéfico, caso analisemos essa entrevista acima onde defendeu 2 pessoas, e tomar as seguintes medidas:

  1. Trazer de volta, Alexandre Bourgeois e lhe dar autonomia para trabalhar. Com Bourgeois, Abilio Diniz se sentirá mais seguro para “Investir/Emprestar” dinheiro ao São Paulo.  Afinal, a indicação do ex-CEO, parece ter sido uma das exigências para que isso ocorresse.
  2. Aprovar no Conselho, a alteração do estatuto, para implementar o modelo de gestão sugerido pelo Ex-CEO.  E que isso seja feito, antes da eleição do próximo presidente (que será ele)
  3. Como disse Abilio em seu post, intitulado “Hora de Agir”: “O Organograma apresentado mostra o Conselho Deliberativo como instância máxima, o que é um avanço. O Conselho representa os verdadeiros donos do São Paulo, e sua responsabilidade neste momento é fundamental.”
  4. Ou seja, em outras palavras (e não exatamente assim, mas conceitualmente parece se assemelhar mais), o regime presidencialista passa a ser parlamentarista
  5. Leco então será a “Rainha da Inglaterra”, que Aidar não quis ser.
  6. As decisões não serão de uma única pessoa.  Serão de um Conselho Gestor, que terá 6 comites para auxilia-los e executivos remunerados para executá-los
  7. Executivos terão metas, e serão avaliados pelo Conselho.  Trabalharão única e exclusivamente para o São Paulo Futebol Clube. Se não tiveram bom desempenho, não cumprirem os KPIs, serão trocados.

Leco terá que ser coerente com sua entrevista, onde defendeu duas pessoas, e terá que implementar de pronto esse plano logo que assumir.

O plano de profissionalização tem que ser aprovado, o estatuto alterado enquanto ele ainda é o presidente do Conselho Deliberativo, e antes da eleição presidencial.  Essa é a urgência pedida por Abílio.

Não sei se isso é possível, mas seria o ideal.

E assim que assumir, esse plano já seja colocado em prática.

A auditoria tem que começar amanhã!

Se Leco fizer tudo isso, terá o apoio da grande maioria dos torcedores e da imprensa.  Dos conselheiros não sei.  Pois apenas um conselheiro irá fazer parte ativamente da administração do clube.

Com isso, ele mostrará que realmente quer o bem do São Paulo, e quer solucionar o quanto antes os problemas financeiros, políticos e de concentração de poder.

A solução já existe.  E como disse Bourgeois, só falta vontade política para acontecer.  E nada melhor que o atual Presidente de Conselho, futuro presidente da Diretoria para implementar o plano em caráter de urgência!

Ernani Takahashi