Fatos da semana – 02/10 a 08/10

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Doriva – O volante titular do nosso título mundial de 1993 é o nosso novo treinador.

Na minha opinião, existem hoje 4 técnicos brasileiros top de linha: Tite, Marcelo Oliveira, Levir Culpi e Cuca. Com os dois primeiros bem empregados em seus atuais clubes, o São Paulo até poderia ir com o Milton Cruz até o final do ano e tentar a contratação de um dos outros dois em janeiro, mês em que ambos ficam sem contrato. Mas além de atrasar todo o planejamento para 2016, a alternativa seria arriscada, uma vez que ainda teríamos que vencer a concorrência com Atlético-MG (no caso de Levir), ou investir alto para o retorno de Cuca.

Um degrau abaixo destes, (sempre na minha opinião), vejo técnicos em baixa, que já foram considerados os melhores do país em algum momento, mas que hoje não vivem os seus melhores dias. Seriam os casos por exemplo de Abel Braga, Mano Menezes, Vanderlei Luxemburgo e de Muricy Ramalho. Com os três primeiros recentemente contratados por seus atuais clubes, a opção viável seria Muricy. Mas o técnico tricampeão brasileiro pelo Tricolor já tentou e não conseguiu dar liga a esse atual elenco. Não seria minha aposta.

Com isso, a alternativa do São Paulo seria mesmo partir para uma aposta. Chamo de aposta não necessariamente quem começou a carreira há pouco, mas sim quem ainda busca o seu espaço entre as grandes equipes brasileiras. E vejo boas opções deste tipo “despontando” no futebol nacional. Roger Machado, Milton Mendes, Jorginho, Vagner Mancini e… Doriva.

Sim, Doriva. Eu ficaria feliz com qualquer destas opções listadas, e sem dúvida nenhuma vejo muito futuro no ex-volante da Era Telê.

Dirigiu 4 clubes até agora, em sua curta carreira. Brilhou ao levar o Ituano ao título paulista de 2014 (em cima do nosso adversário das semifinais da Copa do Brasil); conquistou o carioca deste ano com um Vasco da Gama se reconstruindo pós-Série B; e reerguia a Ponte Preta no Campeonato Brasileiro deste ano. A passagem menos vitoriosa foi no Atlético-PR, onde lhe demitiram após apenas 8 jogos (3 vitórias, 2 empates, 3 derrotas).

Lembrando que além da vitória contra o Santos na final do Paulista 2014, Doriva também venceu o embalado time da Baixada há menos de um mês atrás; eliminou também a SEP do Paulista do ano passado; e deu calor no SCCP no último domingo, entre outras coisas.

Doriva é novo na carreira, e pode (ou deve) sentir a pressão de dirigir um clube fervilhando de problemas, como está o São Paulo atualmente. Mas diante das alternativas viáveis, achei a opção muito válida. Quem sabe os ensinamentos de Telê não tenham trazido uma experiência positiva para o nosso novo técnico??

Seja como for, seja bem vindo, treinador.

Sem tempo para luto – Não esperava fazer um post deste tipo antes de janeiro. Mas a saída de Osório antecipou um capítulo semelhante ao que viveremos a partir da aposentadoria de Rogério Ceni.

Os meses (ou anos) seguintes ao fim da Era Ceni prometem ser difíceis para o Tricolor. Renan Ribeiro, Denis, ou qualquer outro goleiro que vier a assumir a titularidade do gol do São Paulo, terá que conviver com as comparações e com frases do tipo “que falta faz Rogério” ou “Rogério não tomaria este gol”.

É, mesmo com os elogios ao possível sucessor será complicado de se conviver. Afinal, não sei quanta paciência terei para ler/ouvir “até que enfim temos goleiro” ou “viu só como o Rogério foi tarde?”.

Enfim, por essas e outras que é preciso deixar o nosso próximo goleiro trabalhar em paz. A comparação só trará pressão desnecessária para o sucessor, além de ser extremamente chato de se ler e ouvir a respeito.

Mas porque antecipei um tópico deste tipo cerca de 2 meses antes da despedida do M1to? Porque vejo que poderemos enfrentar um problema da mesma natureza com relação ao nosso treinador.

Tenho certeza que Osório deixou muitos fãs na torcida tricolor. Mas não se pode jogar nas costas de Doriva a pressão para ser Osório. O sucessor do colombiano precisa ter tranquilidade para trabalhar. E eu diria isso mesmo se eu não concordasse com o substituto escolhido.

Doriva é Doriva, Osório é Osório. A comparação não só é injusta, como chata. Se encerrarmos bem a temporada, não será fruto exclusivo do trabalho do novo treinador, tanto quanto o fracasso daqui para frente não será responsabilidade única dele.

Apoio e tranquilidade para nosso novo técnico!

Pensando justamente nisto é que este colunista não pretende mais falar sobre Osório depois da coluna de hoje.

Carlos Miguel Aidar – Hora de ver quem realmente é são-paulino e quem está na politica do clube apenas buscando poder.

Carlos Miguel Aidar está perdido há tempos. A novidade é que agora ele está sozinho. Abandonado pelos aliados, procura apoio na antes oposição. Imagino que a única chance de renunciar ao cargo seja ele não encontrar suporte em nenhum lugar. E é aí que a oposição precisa mostrar coerência e não se vender por cargos na diretoria.

Eu tento escrever o mínimo possível sobre a política do clube, porque não tenho acesso a informações dos bastidores como os outros colunistas do blog. Mas me parece claro que estamos diante da possibilidade de apagar uma triste página da história do nosso São Paulo, iniciada ainda na gestão Juvenal Juvêncio, e retomar o caminho de pioneirismo e glórias, que tanto orgulho dava para nós são-paulinos.

Quanto a nós, torcedores, resta cobrar a presidência e blindar, dentro do possível, jogadores e comissão técnica. Não há coitados nesta história, mas o nosso ano de 2016, dentro de campo, será jogado nos próximos 2 meses. O apoio tem que ser irrestrito, pelo menos até o fim da 38ª rodada do Brasileirão.

Para-raios – O momento é de paciência. Alem de tudo que já foi dito nesta coluna, o torcedor são-paulino precisa ter em mente que o São Paulo vive e viverá nos próximos meses um período de reconstrução, independente da saída ou não de Carlos Miguel Aidar.

Se até um mês atrás, a maior parte das cobranças sobre o time era dividida basicamente entre Aidar, Ataíde, Osório e jogadores como Rogério Ceni, Ganso, Michel Bastos, Pato e Luis Fabiano, a partir de 2016, estaremos sem a maioria destes para-raios.

Ataíde e Osório já se foram. Rogério, Luis Fabiano e Pato se vão. Precisaremos de muita paciência com os jogadores que forem contratados e os jovens que forem promovidos, para que novos ídolos possam nascer e nos levar de volta ao caminho das glórias.

Com uma base mantida e sustentada por Rodrigo Caio, Thiago Mendes, Ganso, Michel Bastos e Alan Kardec, reforçada, e sob o comando de Doriva, temos tudo para não fazer feio no ano que vem.

A cobrança tem que existir, principalmente sobre a alta cúpula, mas não há dúvidas que paciência será a chave para o nosso sucesso.

Sobe e desce – Sem entrar no mérito sobre o real mérito/demérito de Osório, fato é que o técnico deixa o São Paulo com Rodrigo Caio, Carlinhos, Thiago Mendes, Ganso e Pato jogando mais do que quando o colombiano desembarcou no Morumbi; e Bruno, Hudson, Wesley, Michel Bastos e Centurion jogando menos.

Com relação à base, deu boas chances a Lyanco e Matheus Reis, além de ter subido Luiz Araújo e Murilo. Em compensação, dispensou Ewandro, e subutilizou Auro, João Schimdt e João Paulo.

Indicou Rogério, que tem um bom começo de jornada no Tricolor; Luiz Eduardo, que vinha razoável até sua contusão, e Wilder, que ainda não mostrou bem a que veio.

Promoveu o retorno de Breno, mas se esqueceu de Daniel.

Erros e acertos, como com qualquer técnico. Não quero que avaliem o seu trabalho com base apenas nisso. São apenas constatações, positivas e negativas.

Sócio-Torcedor – Às 00h01 desta quinta-feira, o São Paulo tinha exatamente 77.203 sócios cadastrados, 8.988 atrás do programa do Grêmio, nosso próximo adversário a ser superado. Acima deles, temos SEP (126.519), SCCP (129.812) e Internacional (147.218).

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Wagner Moribe

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