Vou expor aqui 10 pontos muito interessantes que li de um fórum de Tricolores e que podem não só justificar o que incorreu na demissão do ex e o que se deve esperar do novo CEO pois nos ajuda a refletir ante a tantas questões e paradigmas. Cabe a leitura tanto dos torcedores quanto dos dirigentes, cardeais e presidente…

“Depois de tantos anos acompanhando futebol e São Paulo, dá pra ter uma boa ideia do que faz um gestor de futebol ser levado a sério. Trata-se de um terreno novo até pra quem trabalha, quanto mais pra quem só acompanha de longe. Porém, trocando algumas opiniões, os moderadores do FOMQ chegaram a dez princípios fundamentais para quem resolver se aventurar como gerente, manager ou seja o nome que o cargo tiver. Lembrando que isto vale para profissionais remunerados. De dirigente amador não se pode esperar nada daquilo que o muricida diz: almofadinhas achando que entendem de futebol. Vamos a eles:

1 – no futebol, o objetivo é ganhar. Não tem essa de time pequeno, médio ou grande. Ninguém entra num campeonato tendo como satisfação máxima empatar ou perder de pouco. Se não tiver esta ambição, melhor nem ir pros mandamentos seguintes.

2 – o objetivo é vencer, mas a necessidade é sobreviver. O ideal é disputar o topo ano sim e ano sim. Porém, dependendo das circunstâncias, é aceitável que um ano de conquistas custe algumas temporadas sem títulos. O que não se pode admitir é que, mais que a falta de títulos, o clube se afunde em dívidas insolúveis e paqueras com divisões inferiores. Tem que ganhar e ficar em pé pra contar a história. O SPFC da Floresta não fez isso e quase impediu as glórias que viriam do futuro.

3 – os riscos devem existir, mas com limites – no filme Rush, Niki Lauda afirma que aceita o risco de morrer a cada corrida que disputa, desde que não ultrapasse 20 %. A doutrina Lauda vale pra muitas áreas. O gestor de futebol não deve se furtar a medidas arriscadas, como no caso de contratações. Porém, deve medir os riscos com honestidade, sem inventar argumentos ou apelar pra estatísticas distorcidas.

4 – lugar de torcedor é no estádio ou no sofá- não é trabalhando pelo clube. A paixão pelo futebol abre os olhos. A paixão clubística cega. Não apenas o gestor tem que se despir do papel de torcedor (caso realmente torça pelo clube que o emprega), como deve filtrar com restrições os torcedores palpiteiros que fatalmente aparecerão pra “ajudar”. É como diz o ditado: “de boas intenções…”.

5 – assumir os filhos – bonitos e feios. O gestor não trabalha apenas nos bastidores. Do contrário, seria assessor. Tem que chamar para si a responsabilidade, inclusive dando entrevistas.

6 – entender de futebol é não entender de futebol – quem acha que sabe tudo deste esporte deve ser o primeiro a NÃO ser chamado pra gerir um clube. Entendimento de futebol é um processo constante de discussões e aprendizados, especialmente com a experiência. Tudo com a consciência de que todo mundo sempre compreenderá o jogo menos do que imagina.

7 – sem discórdia não há progresso – justamente porque ninguém entende tudo de futebol, é preciso que mais de um esteja no processo das decisões, pois isso sempre dá a chance de que um detecte a mancada do outro. A gestão JJ naufragou a partir do dia em que MPG morreu e o presidente só se cercou de bajuladores.

8 – quem quer sigilo guarda segredo – no futebol, como em outras áreas, há negociações cujo sucesso está condicionado ao desconhecimento público até o fechamento. A diferença é que, num clube, sempre existem babacas doidos pra se exibir como bem informados sobre os bastidores. Confidenciar alguma coisa pra eles é o mesmo que pedir segredo pro Nélson Rubens. Quanto menos pessoas souberem – e menos entrevistas forem dadas neste caso – melhor.

9 – respeitável público não é só o do circo – torcedor deve ser atraído, não cobrado como se tivesse a obrigação de apoiar e ainda gastar seu dinheiro com o clube. A despeito de haver uma parcela ínfima que acha lindo ser tratado como gado e ainda assim ir ao estádio, a grande maioria não está a fim de maus-tratos e tortura mental. Respeitar a inteligência alheia também é fundamental. Nem todo mundo é velhinha do Morumbi – que, aliás, já está com o pé na cova.

10 – gestão equilibrada não é sinônimo de equilibrismo – desagradar não só faz parte do ofício, como é fundamental. Se alguém sonha em ser bem sucedido agradando a todos, melhor cair da cama e se poupar desta tolice suprema. Por outro lado, desagradar a todos – ou quase todos – é apenas incompetência convicta.”