Ronnie Mancuzo - Sub

O Campeonato

Nosso único campeonato, este ano, só nós disputamos dentre os clubes brasileiros. E ele não traz troféu com seu nome gravado.

A esperança? Já me senti assim em outros anos. Com brilho no olhar, tal qual criança à espera do estourar do bexigão do aniversário do priminho rico.

É que, dessa vez, parece que vai ser diferente.

Como é estranho torcer pro São Paulo voltar a ser o que era, depois de tanto tempo sendo o que nunca deveria ter sido.

Dizem alguns que, ser como está sendo, é coisa comum, que acontece com qualquer um.

Aí, parece que escolhi um time qualquer, como se pudesse ter escolhido um outro por aí.

Quando digo que não é bem assim, tem até quem de mesmo amor compartilha condenando como ato de arrogância e empáfia acreditar que somos mais.

Estranho, mas só eu fico mais horrorizado quando surgem comparações, por exemplo, com o time do ex-presidente Lula? Quando dizem que nos ‘corinthianizamos’? Ou que estamos ‘parmerando’…

É tão necessária a ofensa para defender opiniões momentâneas, vindas muitas vezes do imediatismo compreensível, mas ainda assim incoerente com o objetivo traçado?

E sim, é ofensa. Porque agride a lógica, é mentira e busca maldizer o todo, como se ele fosse limitado à falha em questão que frustou o agressor.

Calma.

Assim como a falha, não passou de um momento ruim do indivíduo. Foi só ali, naquelas mal traçadas linhas. Por dentro, queremos o mesmo bem para o amado clube brasileiro.

O importante é ter na consciência que isso é evitável, desnecessário e pode até prejudicar bastante, se rotineiro e insistente se tornar. Hábito ruim. Incomoda e toma o lugar de pensamentos sadios possíveis.

Não vejo necessário aqui expor os incontáveis fatores que nos tornam totalmente diferentes, pelo menos, dos nossos mais próximos rivais. E estamos mais próximos em características com o Santos do que com os outros dois. Temos até o ‘Pelé do gol’…

Isso é tão fato, que ditos ‘jornalistas esportivos’ e semelhantes não se cansam de desmerecer e distorcer qualquer situação envolvendo o São Paulo.

Um dos mais ‘famosos’ pertence ao Portal R7. Se não for impossível, muito dificilmente você verá alguma postagem com um mínimo grau de responsabilidade no conteúdo. E, iguais a ele, em todos os meios e canais existem vários.

Que temos na direção do clube pessoas que falham, é óbvio. Que são dirigentes como a grande maioria dos demais dirigentes, também.

Mas, a necessidade de um olhar mais sereno existe para as atuais circunstâncias.

E, ultimamente, venho torcendo mais pela gestão Tricolor do que propriamente pelo time em campo.

Entendo como sendo mostrado em campo o resultado de todo um processo complexo. Ofendo-me mais com os absurdos da imprensa direcionados ao clube, à entidade, do que com aqueles que atacam um ou outro jogador de nosso elenco.

Como mentecaptos oportunistas, tais irresponsáveis fazem um trabalho tão superficial e de tão absurda parcialidade (lembrando que imparcialidade é utopia), que vão fortemente contra aquilo que eles mesmos dizem defender. Ou seja, como ter um futebol melhor no país, se os vícios de imprensa estão fortemente enraizados nas matérias esportivas? Se a própria mídia se faz de cega para os criminosos atos do time protegido e não discute e nem dá exclusividade para as soluções pensadas e colocadas em prática?

Enfim, esse campeonato específico, só nós disputamos. É o único este ano.

É como aquela corrida solitária de obstáculos… talvez.

Temos adversários, obviamente. Porém, eles não querem vencer coisa alguma. Só buscam a nossa derrota, já que ferimos orgulhos quando realizamos bons trabalhos, quando vencemos de forma alheia àquela que estão acostumados a ver um tal time vencer…

Não percebo outro motivo, porque é gritante a falta de boa vontade. Entretanto, não considero o São Paulo vítima única do péssimo trabalho da imprensa.

Continuemos a tentar deixar de lado essa gente, e vamos alimentar o brilho no olhar. Curtir essa sensação de achar que tudo é possível, após uma boa vitória. De que estamos trilhando o bom caminho, mesmo diante de tantas adversidades.

Atentos, porém. Nunca às cegas. Todavia, torcendo pela coerência nos atos administrativos da gestão, como da mesma forma torcemos pelos gols do Pato, pelos passes do Ganso, pelas defesas de Rogério (e de Renan), pela forte união do grupo de Osorio.

Terminando 2015 sadios (o que não descarta uma taça a mais na gigantesca galeria) e começando 2016 com uma força ainda maior nas estruturas administrativa e econômica do clube, a ponto de focar exclusivamente no melhor para o futebol, teremos vencido. Teremos sido campeões. Teremos sido São Paulo Futebol Clube.

 

Ronnie Mancuzo – Sub