Há 4 meses atrás, São Paulo e Inter, apresentavam algumas similaridades e eram comparados pela imprensa.

De um lado o Inter era o grande favorito ao título e era muito elogiado por ter contratado um técnico estrangeiro antes da pré-temporada, que com seu rodízio, revelou vários jogadores como Valdivia, Rodrigo Dourado, Geferson e Eduardo Sasha.

Do outro o São Paulo, que tinha acabado de perder Muricy Ramalho, era muito criticado por estar em busca de um técnico estrangeiro no meio da temporada, e por não dar chances ao garotos do custoso CT de Cotia.

O Inter aclamado por todos pelo seu planejamento, e o São Paulo criticado pela sua “falta de planejamento” (e que segundo muitos, iria lutar contra o rebaixamento como o Palmeiras de Gareca), entraram em campo ontem, em uma disputa entre dois concorrentes diretos ao G-4.  Um vitória do Inter, reduzia a diferença de 4 pts para apenas 1 pt.

A Janela de transferências já havia enfraquecido mais o São Paulo que o Inter.  Perdemos 7 jogadores e eles 4.

E ontem, o São Paulo veio desfalcado de Rogerio Ceni, Lucão, Rodrigo Caio, Luiz Eduardo, Breno, Carlinhos, Thiago Mendes, Wesley, Alexandre Pato e Luis Fabiano.  Isso não contando com Kardec e Denis, que são desfalque, mas que não jogaram no Campeonato Brasileiro.

Com tantos desfalques, principalmente na zaga (Lucão, Rodrigo Caio, Breno e Luiz Eduardo) e no ataque (Pato, Luis Fabiano e Kardec), seria normal e aceitável no Brasil, que o técnico escalasse o time para se defender e jogar por uma bola.

Mas, Juan Carlos Osorio, mostrou que foi uma escolha correta da diretoria do São Paulo.  Ele começou o jogo escalando o time com apenas Hudson de volante, com Michel Bastos e Ganso mais à frente, e 3 atacantes velozes.

Aliás, ele abriu mão de escalar João Schimitd, para escalar um ataque com dois jogadores recém-contratados e que muitos considerados piores que os jogadores da base que temos.

Em abril, se dissessemos que o São Paulo com seu técnico estrangeiro, enfrentaria o Inter sem Nilmar, Aranguiz e Alex, mas com Rodrigo Dourado, Nilton (bi-campeão brasileiro), Dalessandro, Valdivia, Eduardo Sasha e Lizando Lopez, sem Rogerio, Paulo Miranda, Toloi, Rodrigo Caio, Doria, Lucão, Carlinhos, Denilson, Souza, Thiago Mendes, Wesley, Boschilla, Pato, Luis Faiano e Kardec, certamente diriam que seria um massacre do planejamento contra a falta de planejamento.

Mas, o São Paulo conquistou mais uma vitória, e mostrou que Ganso, não precisa apenas de Neymar para mostrar que é diferenciado.  E mostrou que os técnicos da Escola Gaúcha (Felipão, Dunga, Mano, TIte, Celso Roth, Roger e Argel) precisam sim aprender muito com os técnicos estrangeiros.

Argel chegou ao Inter, dizendo que não gosta de rodízio e foi idolatrado.  Mas, perdeu para um time, que por conta do rodízio e deixar todos os jogadores do elenco preparados para ocasiões como essa, nao ficou chorando os desfalques.

O time do São Paulo jogou como joga quando tem todo o elenco à disposição, com apenas uma perda importante:  o zagueiro volante que permite que o time, mude do 4-3-3 para o 3-4-3.  De resto é o time que tem amplitude e profundidade, que começa as jogadas com seus zagueiros e empurra o time para campo de ataque.

Alguns jornalista já vão dizer que o São Paulo melhorou porque deixou de fazer rodízio nas últimas rodadas.  Mas, isso é querer não reconhecer o mérito desse sistema.  Pois como fazer rodízio em um time que vendeu 7 jogadores e tinha 12 dsflaques?

Mas, com exceção de Rogerio, todos os jogadores que não são considerados os melhores para jogar jogos decisivos, já tinham jogado com ele.  Inclusive Lyanco.  Todos estavam com ritmo.

MAS, O TEMPO É SENHOR DA RAZÃO!!!

Ernani Takahashi