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Fatos da semana – 28/08 a 03/09

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Ganso x Renato Augusto – Ganso definitivamente não faz uma boa temporada em 2015. Apesar de ter feito alguns bons jogos recentemente, não consegue repetir as atuações de 2014, ano em que foi eleito inclusive para a seleção Bola de Prata, da Revista Placar. Até o jogo de ontem, nosso meia acumulava 35 jogos em 2015, com 2 gols marcados e 7 assistências distribuídas.

Renato Augusto, ao contrário de Ganso, faz excelente temporada pelo SCCP. Há até quem reivindique sua convocação para o ‘esquadrão’ de Dunga. Basta se analisar os números: até o jogo de ontem, o meia do time de Itaquera acumulava 36 jogos em 2015, com 3 gols marcados e 6 assistências distribuídas.

Se olharmos as estatísticas de 2014, a diferença é um pouco mais exequível. Ganso fez 9 gols em 61 jogos (média de 0,15 gol/jogo), enquanto Renato Augusto marcou 3 vezes nas 42 partidas que realizou (média de 0,07 gol/jogo).

Tem gente que diz que os elogios a Renato Augusto são com relação a sua dedicação ao time, muito diferente da morosidade de Ganso. Eu mesmo achava esse argumento palpável. Achava. Os números apontam 59 desarmes feitos por Renato Augusto neste ano, entre Paulista, Libertadores e Brasileirão, contra 72 de Paulo Henrique.

As inverdades relacionadas a comparação entre os meias me lembra muito uma outra, envolvendo centroavantes.

Guerrero fez uma ótima temporada em 2014, que também culminou com sua ‘convocação’ à Bola de Prata do Brasileirão. Mas os 16 gols marcados por um dos ‘melhores centroavantes do mundo’, como disse Casagrande nesta semana, não foram melhores que os 20 anotados por Luis Fabiano naquele mesmo ano, nem em quantidade, nem em média. Mais do que isso: Guerrero NUNCA terminou uma temporada com mais gols do que Luis Fabiano na carreira. Nem mesmo em 2011, ano do retorno do Fabuloso ao Morumbi, quando o nosso atacante ficou 7 meses parado por lesão.

Esta temporada é realmente ponto fora da curva. Guerrero tem mais do que o dobro de gols do Fabuloso que, aos 34 anos (três a mais que o peruano), não consegue se livrar das lesões. Eu nada diria a respeito disso, caso esta ‘consciência coletiva’ de que Guerrero é ótimo e Fabuloso é péssimo não viesse desde muito tempo.

Você pode preferir Guerrero, e até questionar a falta de títulos ou o excesso de cartões de Luis Fabiano. Só não precisa destruir o nosso centroavante para enaltecer outro. Não apenas pelos inúmeros gols que Fabuloso já marcou com a camisa do Tricolor, mas também pelo seu histórico. Basta lembrar que Fabuloso fez de tudo para voltar ao São Paulo, aceitando ganhar menos do que ganharia para jogar em Itaquera, enquanto que Guerrero fez o contrário, preferindo salários menores para trocar o SCCP pelo Flamengo.

São Paulo x SEP – Um só perdeu o Campeonato Paulista para o Santos. O outro também. Um, está nas quartas de final da Copa do Brasil. O outro também. Um, apesar da irregularidade, até ontem a noite ostentava 34 pontos no Campeonato Brasileiro. O outro também.

As semelhanças entre São Paulo e SEP acabam quando a análise chega aos senhores comentaristas da imprensa esportiva nacional. Enquanto o time de Palestra Itália é sinônimo de esperança e evolução, ao Tricolor cabe a pecha de ‘time em crise’, ‘conturbado’, ‘desunido’ e ‘amarelão’.

De fato, há de se reconhecer que o elenco montado pela diretoria deles para este ano é infinitamente superior ao do ano passado. Nada excepcional, que me fizesse por exemplo querer ver no São Paulo nomes como Victor Ramos, Zé Roberto, Robinho, Rafael Marques ou o recém-vendido Leandro Banana.

O SCCP é outro exemplo. O time mais badalado do primeiro semestre terminou a 1ª fase da Libertadores com a mesma pontuação que o Tricolor, foi eliminado na fase seguinte pelo inexpressivo Guarani do Paraguai, enquanto que, no Paulista, ficou na semi. Campanha no mínimo igual a nossa.

Atualmente, lideram com méritos o Brasileirão, mas acabam de dar adeus a Copa do Brasil.

Financeiramente, chegaram a dever 8 meses de salário, e tem um estádio de mais de R$ 1 bilhão a pagar. Perderam jogadores como Guerrero, Sheik, Petros e Mendoza, além do jovem Matheus Cassini. Mas debandada só existe no Morumbi.

Essa amnésia/miopia coletiva que costuma atingir os olhos da imprensa esportiva nacional, não tenho dúvidas, é fruto de despreparo de jornalistas e é também influenciada por uma má vontade para com o Tricolor, em contrapartida à alegria ao enaltecer nossos adversários, especialmente no caso do SCCP.

Mas há também um outro motivo, de no mínimo igual gravidade, para explicar tamanha diferença de tratamento entre (São Paulo/SCCP/SEP), (Luis Fabiano/Guerrero) e (Ganso/Renato Augusto).

Dentre as muitas coisas que o São Paulo deixou de ter nos últimos anos, uma das que mais faz falta é a discrição. Problemas, qualquer clube, empresa ou instituição enfrenta. O erro é externá-los.

Nossos arquirrivais, que há pouco tempo atrás sofriam com mandos e desmandos de malfadados dirigentes do nível de Dualib, Citadini, Mustafá, Palaia e Tirone, parecem ter aprendido observando o clube de vanguarda que costumávamos ser até uma década atrás. No Morumbi, o caminho foi o inverso, e hoje nos vemos envoltos em um ambiente digno das mais surreais feiras de rua do país. Críticas públicas a técnicos e jogadores, troca de acusações entre diretores, vazamento de problemas financeiros. Nada é mais como antigamente…

Joinville x São Paulo – Um dos jogos menos complicados de se vencer jogando-se longe do Morumbi. Por isso, e apesar do sufoco que sofremos em alguns momentos da partida de ontem, especialmente no 2º tempo, penso que deixamos de somar 2 pontos em Joinville.

De positivo, as boas atuações de Ganso (voltando a forma) e Thiago Mendes (dono incontestável da posição hoje). Lyanco, ‘estreando’ na fogueira, foi mais do que razoável, e os poucos minutos de Daniel também me agradaram.

O São Paulo terá um setembro difícil pela frente, mas se nos mantivermos na briga pelo G4 ao final do mês, temos tudo para encaminhar uma vaga na Libertadores com os retornos de Rogério Ceni, Luis Fabiano e Breno; a adaptação definitiva de Daniel e Rogério, e a recuperação de Alan Kardec.

Michel Bastos – Carlinhos se machucou e, enfim, Michel Bastos pode voltar a jogar na posição que lhe consagrou na França, e nos seus primeiros 10 meses atuando com a camisa do São Paulo.

A queda de rendimento do nosso camisa 7 não é culpa exclusiva da mudança de posicionamento em campo. Mesmo com Osório, Michel teve a oportunidade de atuar como meia-direita, e quase sempre não foi bem. Mesmo assim, não há dúvidas de que é jogando por ali que ele se sente mais a vontade. Fica a torcida para que o gol e a boa atuação no jogo contra a Ponte Preta sejam o prenúncio do retorno da boa fase para nosso candidato a ídolo e capitão de 2016.

Wilder Guisao – Há uma premissa que utilizo na avaliação de TODOS os jogadores que chegam desconhecidos (para mim) ao São Paulo. Eu espero no mínimo uns 15 ou 20 jogos para dar meu veredicto a respeito da qualidade do jogador que foi contratado para nos defender.

Esta, portanto, é uma opinião a respeito dos primeiros jogos de Wilder Guisao pelo São Paulo. Não quer dizer que eu o ache ruim ou bom, ou que acho que dará certo ou errado. É apenas a primeira impressão deste colunista a respeito do colombiano.

Baixíssimas perspectivas. Nada, com exceção ao gol marcado contra a Ponte, me deixou animado com relação a Wilder. Me pareceu ter dificuldade em fundamentos básicos como domínio de bola e arremate para gol.

Há de se dar um desconto porque, pelo que consta em seus históricos, Wilder não é centroavante. Difícil crer que, especificamente nesta posição, João Paulo por exemplo não consiga fazer melhor. Enfim, repetindo, apenas uma primeira impressão.

Reforços para a zaga – Com a nítida necessidade por zagueiros para o elenco do São Paulo, resolvi tentar diminuir a morosidade da diretoria tricolor e garimpar algumas opções de reforços para o setor, que ainda não completaram a sétima partida no Brasileirão. Ignorando-se o assunto Diego Lugano, cheguei aos seguintes nomes:

***Juan (Internacional) – O veterano zagueiro de 36 anos, que carrega duas Copas do Mundo no currículo, está no limite de partidas para quem deseja transferência no mercado nacional.

Titular absoluto e líder do time nos tempos de Diego Aguirre, Juan ainda não atuou desde a chegada de Argel Fucks. Sua última partida foi no dia 12 de agosto, contra o Fluminense. Em 2015, foram 21 partidas disputadas, e 2 gols marcados.

Se chegasse, sobrariam críticas à Ataíde Gil Guerreiro, que já disse não contar com jogadores acima de 30 anos, que não sejam excepcionais. Quem sabe a necessidade extrema por reforços não o faça engolir o orgulho e demovê-lo da ideia?

A favor da chegada de Juan, teríamos ainda o crédito com a equipe gaúcha, que ganhamos com a renovação de empréstimo de Wellington.

***Léo (Cruzeiro) – Nome mais ventilado da última semana, o zagueiro de 27 anos nunca conseguiu se firmar pelos clubes que passou, mas poderia sim vir para compor elenco. Na campanha do bicampeonato brasileiro do Cruzeiro, era opção aos titulares Dedé, Bruno Rodrigo e Manoel. No Brasileirão deste ano, foram 5 partidas realizadas por Leo, que atualmente também se recupera de lesão.

Pesaria contra a sua chegada, o número razoável de lesões na carreira do jogador. Nos últimos 2 anos, Leo fez uma média de apenas 34 partidas por ano, cerca de metade do total de partidas da raposa por temporada.

***Ferron (Ponte Preta) – O zagueiro rodou por Sport e Figueirense no último ano e meio, mas é com a camisa da Ponte que eu mais me lembro de ver Ferron atuar. Era por exemplo titular do time que eliminou o SCCP do Paulistão de 2012, e estava no grupo que chegou ao vice-campeonato da Sulamericana 2013, torneio em que nos eliminaram nas semifinais. Retornou ao time de Campinas sem ainda nesta quarta-feira, no jogo contra o Cruzeiro.

Bom zagueiro para compor elenco, oriundo do time que já nos cedeu Oscar em 1980 e Rodrigo em 2004. O último beque vindo de lá foi Jean Rolt, mas esse caso a gente deixa para lá… rs

***Henrique (Fluminense) – Outro nome que pipocou nos sites esportivos nos últimos dias.  Confesso que não tenho muita opinião formada sobre o zagueiro, apesar de eu saber que não se trata de um nome tão desconhecido para o futebol brasileiro. Sei que teve uma boa passagem de 11 temporadas pelo Bordeaux, um dos grandes da França, antes de retornar ao futebol brasileiro.

Com 32 anos, é atualmente reserva do Fluminense. Se atuar em mais uma partida, fica indisponível para uma transferência para outro clube da Série A. E também quebraria a ‘regra de ouro’ para veteranos de Ataíde…

***Rafael Marques (Coritiba) – A exemplo de Ferron, o zagueiro acaba de chegar a nova equipe, o que poderia dificultar sua saída. Chegou a sua 5ª partida pela equipe paranaense nesta quarta-feira.

Lembro de Rafael Marques atuando por Grêmio e Atlético MG. Neste último, participou da campanha que levou o time ao título da Libertadores em 2013, antes de se transferir para o Verona, da Itália. Dentre as opções disponíveis no mercado, esta me parece bem interessante…

***Nathan (SEP) – Para mim, uma das poucas e boas revelações do nosso rival nos últimos anos, e um dos poucos que se salvaram da campanha sofrível da SEP em 2014. Inexplicavelmente, não anda tendo oportunidades por lá, sendo preterido por nomes bem mais questionáveis como Victor Ramos e Leandro Almeida.

A (grande) dificuldade aqui seria a negociação com o melindroso Paulo Nobre. Mas vale a tentativa. Por empréstimo, até o final do ano, quem sabe?

***Edcarlos (Atlético MG) – Tecnicamente, seria apenas mais um zagueiro para fazer número e compor o elenco, atuando quando necessário, sem maiores destaques. O grande diferencial seria sua identificação com o clube, no qual foi campeão Paulista 2005, Brasileiro 2006/2007, da Libertadores 2005, e Mundial 2005 (parando Morientes e cia, naquele enredo que a gente lembra direitinho). Traria experiência ao elenco e aprendizado aos mais novos, como Auro, Rodrigo Caio, Lyanco e etc.

Ao contrário do que eu pensava, Edcarlos não é tão velho assim. Com recém-completados 30 anos, o beque frequenta atualmente a reserva dos intocáveis Leonardo Silva e Jemerson, e já acumula 4 atuações neste Campeonato Brasileiro. Vale lembrar que no Galo, com quem tem contrato até dezembro, Edcarlos foi campeão da Copa do Brasil de 2014, com direito a gol decisivo que eliminou o SCCP nas quartas de final.

Segundo informações veiculadas nesta semana, Levir Culpi já pediu sua renovação de contrato para 2016.

Enfim, apenas alguma das opções disponíveis na Série A. Vale lembrar que existem ainda alternativas nas divisões inferiores e também de jogadores sem contrato, oriundos do mercado internacional.  A necessidade por reforços para o setor é urgente. Ontem, fomos com o jovem Lyanco…

Miranda e Hernanes – Um que chega a Milão, o outro a deixa. Miranda foi vendido pelo Atlético de Madri à Internazionale, que em compensação perdeu o Profeta para a rival Juventus. Boa sorte aos dois ídolos Tricolores!! Quem sabe nas suas últimas jornadas antes do retorno ao Morumbi?

Sócio-Torcedor – Chegamos a casa dos 75 mil sócios nesta semana!! O jogo de sábado, contra o Internacional, marcará o início das celebrações do final de carreira do M1to Rogério Ceni. Momento mais do que propício para o são-paulino aderir ao programa de sócios do Tricolor.

Às 00h01 desta quinta-feira, o São Paulo tinha exatamente 75.173 sócios cadastrados, 10.146 atrás do programa do Grêmio, nosso próximo adversário a ser superado. Acima deles, temos SCCP (116.409), SEP (129.493) e Internacional (146.849).

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Wagner Moribe

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