banner_sou_tricolor_2

Fatos da semana – 21/08 a 27/08 – ESCRITA POR  WAGNER MORIBE

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Fim da linha – O que vi na última semana me fez ter a plena convicção de que Juan Carlos Osório não pode mais ser o treinador do São Paulo.

O time está perdido. Não jogamos bem na quinta passada, não jogamos bem domingo e não jogamos bem ontem, apesar do resultado.

Aliás, se a classificação não tivesse vindo no Ceará, eu provavelmente não externaria esta opinião nesta coluna, para não soar “chute em cachorro morto”.

Não vou me aprofundar novamente sobre os erros que Osório vem cometendo, e que venho listando há semanas aqui.

Certos ou errados, os métodos do treinador definitivamente não estão dando certo, seja por incompetência de Osório, seja por falta de entendimento ou vontade dos jogadores.

Tirando-se Rogério Ceni e Pato, o elenco parece não estar a vontade com o técnico. O plantel atual do São Paulo é cheio de jogador mimado, mas neste caso, qualquer ‘birra’ com o treinador chegaria a ser compreensível. Carlinhos não joga na posição na qual foi bicampeão brasileiro e que o fez chegar até a seleção; Michel Bastos não atua na meia, que lhe consagrou na França e nos seus primeiros meses de São Paulo; Thiago Mendes nem sempre atua de volante, como foi destaque no Goiás, e Centurion nunca mais foi ponta esquerda com Osório, como fazia na Argentina.

Os jogadores de defesa se veem jogados na fogueira pelo esquema ultraofensivo do técnico. Tolói virou bola da vez, e Lucão e Auro, dois garotos, começam a ser precocemente postos em cheque.

Dá para se dizer que nenhum jogador, com exceção de Pato, passou a jogar melhor desde a chegada de Osório ao Morumbi. Em casos como o de Lucão, Hudson, Michel Bastos e Centurion, a queda de rendimento é notável. Enfim.

Ao contrário de grande parte dos jornalistas esportivos, setoristas do São Paulo, e torcedores tricolores, este colunista é contra a permanência de Juan Carlos Osório no Morumbi. Como tenho certeza de que o treinador não sairá do Tricolor tão cedo, continuarei torcendo para que ele me prove que eu esteja errado.

Uma pena porque, de verdade, a cada entrevista que vejo o técnico conceder, fico mais impressionado com seu conhecimento teórico sobre futebol e, especialmente, com a postura do nosso comandante.  Mas está faltando converter a teoria na prática.

Simplificando – Enquanto você, Juan Carlos, é nosso treinador, sigo preocupado com o presente do nosso time. Deixo aqui, algumas sugestões:

Professor, vamos no básico. Chama o Capitão, dá a braçadeira, e deixa ele comandar a defesa, como tem sido nos últimos 18 anos.

Na direita, põe o Bruno, que tem sido uma agradável surpresa para mim nesta temporada. Na minha opinião, está no mesmo nível dos melhores laterais do país, como Marcos Rocha, Fagner e Lucas. Quando Bruno não estiver apto, vamos de AURO, que é um LATERAL de futuro.

Na zaga, o problema é dos mais complicados. Rodrigo Caio vai bem tanto na defesa, quanto no meio, mas como temos melhores opções para volante, escala o ex-quase jogador do Valência/Atlético de Madri de beque. Do seu lado, não há dúvidas de que Breno será o dono da vaga. Enquanto o monstro se recupera, eu iria de Édson Silva, porque Lucão anda sofrendo da irregularidade típica dos jovens e Luiz Eduardo é fraco pra burro. No fundo, pode escolher qualquer um dos três, que a diferença não será tanta.

Na esquerda, não tem o que pensar. Carlinhos marca pouco, mas é bem melhor que Reinaldo. Mas tudo bem, se você acha que o adversário ataca demais pela direita, escala o Reinaldo (embora Marquinhos, do Cruzeiro, não concorde que Carlinhos marque tão pior assim).

De volantes, as opões também não são muitas. Vamos no clássico cabeça-de-área que marca junto a outro com mais saída, como era o SCCP de Ralf e Paulinho, o Fluminense de Diguinho e Jean, e o Cruzeiro de Nilton e Lucas Silva, os últimos campeões brasileiros. Com Rodrigo Caio na zaga, Hudson é basicamente o único primeiro volante de oficio do elenco. Ao seu lado, Thiago Mendes ou Wesley são boas opções. Eu ia com o ex-jogador do Goiás, que com Muricy e Milton Cruz era meia, e com você joga mais de lateral.  Surpresa: o ‘novo Ramires’ é segundo volante, e dos bons!

Do meio para frente, sua tarefa fica mais fácil. Nada de Carlinhos (tá na lateral, lembra?) de ponta, nem de Centurion de centroavante. Vamos no que já deu certo: Michel Bastos na MEIA/PONTA direita, Ganso centralizado e Alexandre Pato, na esquerda (faz de conta que é mérito seu). Na frente, Luis Fabiano. Enquanto ele e Kardec estão no REFFIS, fique a vontade para escolher entre deslocar o Pato pra frente com Centurion na esquerda (onde fez sucesso na Argentina), e começar a dar chances pro João Paulo, mantendo Pato onde quer.

Vai dar certo, eu não prometo, mas tenho fé. Bruno sobe, Thiago Mendes cobre; Carlinhos sobe, Hudson fecha a esquerda. Sem a bola, Michel e Pato te ajudarão marcando lateral adversário, eu garanto. O primeiro porque vai querer se manter como meia (e não volante ou lateral) e o segundo porque te admira.

Faz o simples, e não se preocupe em ‘revolucionar o futebol brasileiro’. As vitórias lhe darão esse rótulo…

A culpa é dos cartolas – Quando se critica os resultados recentes obtidos pelo São Paulo, a resposta mais recorrente vinda de quem defende Juan Carlos Osório é de que a culpa pelo momento do Tricolor é da diretoria. De fato é. Como comandante da nave, é quem deve responder, tanto por acertos quanto por tropeços.

O que não significa que o técnico não possa estar pecando na tarefa que lhe cabe, que é a de treinar e escalar o time.

Não conheço, não sou fã e muito menos advogado de Carlos Miguel Aidar, Ataíde Gil Guerreiro e companhia. Mas chega a ser sacanagem atribuir a atual gestão toda a carga de problemas atuais.

Aidar peca ao falar demais na imprensa, ao externar intriga política. Lhe falta clareza para esclarecer casos escusos, como a tal comissão para a namorada e a demissão de Gustavo Vieira. Foi ingênuo ao trazer Alan Kardec, já que a ‘dívida do clube era muito maior do que pensava’, como ele mesmo revelou poucos meses depois de assumir a presidência, e voltou a ser ingênuo na montagem do elenco deste ano, uma vez que deveria ter previsto que a conta viria salgada neste meio de ano.

Mas o grande erro cometido por Aidar foi cometido quando este ainda nem era presidente: armar a reeleição de Juvenal Juvêncio. Toda a derrocada do São Paulo, rumo ao caminho da vala comum de mediocridade do restante dos clubes brasileiros, começou no 3º mandato de JJ.

Quem critica o desempenho da equipe atualmente parece ter se esquecido do que passamos em 2013, disparadamente a pior temporada de nossa história, anos-luz abaixo da situação atual.

Me assustei ao ver torcedores pedindo a volta de Juvenal, após a derrota para o Ceará, no Morumbi, na última quinta-feira. Me lembrou esse povo que critica a Dilma pedindo a volta da Ditadura.

Financeiramente, o momento atual é complicadíssimo. Mas nem que Aidar fosse Eike Batista, teria havido tempo hábil para que ele fosse o maior responsável pelo rombo de nossos cofres. Meses depois daquela discussão via imprensa, sobre a dívida real do clube, fica claro que Aidar tinha razão. Encontrou o clube QUEBRADO, ou prestes a quebrar. Ainda não encontrou um patrocínio-master, mas fechou o maior contrato do Brasil com fornecedor de material esportivo, reduziu o número de garotos em Cotia, alavancou o programa de sócios torcedores, e limpou a folha do clube de tranqueiras deixadas por JJ como Luis Ricardo, Caramelo, Roni, e etc…

Repetindo: não sou fã de Aidar, nem acho que ele é isento de culpa do momento do time. Só me irrita ver comentários sem reflexão como os que pipocam por aí, especialmente em tempos de crise, que andam cada vez mais constantes pelos lados do Morumbi.

Cobremos, mas saibamos o que e porque estamos cobrando.

“Desmanche” – Bipolaridade que impera.

Em dezembro de 2014, tínhamos um bom time, com Ganso craque, Tolói bom zagueiro e Souza seleção brasileira.

A intertemporada veio e, mesmo com as saídas de Álvaro Pereira, Kaká, Osvaldo e Ademilson (com gente comemorando estas vendas), tínhamos o melhor elenco do país com as contratações de Bruno, Dória, Carlinhos, Thiago Mendes, Centurion e etc.

Derrota em Itaquera, na estreia da Libertadores, e de repente o elenco já estava em cheque. O bom futebol não veio pelo restante do semestre, e de repente, ninguém mais prestava, com exceção de Michel Bastos.

A janela europeia se abriu e, com a crise financeira do clube, perdemos 9 jogadores outros clubes. E, de repente de novo, aqueles jogadores que não prestavam, agora são a causa do momento complicado do time.

Torcedor é passional, mas precisa aprender a diferenciar jogador ruim de jogador bom em má fase. Foi graças a críticas impulsivas que perdemos bons jogadores como Kaká (1ª passagem), Jean, Arouca, Rhodolfo e etc.

Desmanche?? Perdemos de fato três titulares (Denilson, Souza e Tolói), embora este papo de debandada já exista desde antes da saída do zagueiro. Denilson nunca foi unanimidade e maioria da torcida comemorou sua saída. Souza não repetia a boa temporada de 2014, e também houve quem comemorasse sua ida para a Turquia.

Pode-se questionar as saídas de Boschilia e Ewandro(eu questiono), apesar de se tratar de jogadores que mal vinham tendo chances com nossos treinadores. Pode-se dizer que ambos eram nosso futuro, mas jamais que suas saídas comprometeram o futebol da equipe.

Restam Paulo Miranda e Jonathan Cafú, que já faziam hora-extra no Morumbi.

Ao meu ver, jogadores menos essenciais do que eram Guerrero, Sheik, Fábio Santos e Petros para o SCCP, ou Jô, Guilherme, André e Maicossuel para o Atlético MG, respectivamente líderes e vice-líderes do Brasileirão.

O problema do São Paulo não foram as perdas, e sim a reposição. Luiz Eduardo, Wilder e Rogério não suprem, nem qualitativamente e nem quantitativamente as saídas.

Compramos mal, e pouco. Mas vendemos (quase sempre) bem.

Rafael Tolói – Do atual ‘desmanche’, a saída de Tolói foi a exceção. Uma coisa é vender jogador para fazer caixa e diminuir a dívida do clube. Outra coisa é liberar jogador sem retorno ao clube.

A questão é matemática. Se considerarmos que o São Paulo era dono de apenas 25% dos direitos de Rafael Tolói, R$ 3,4 milhões pode até ser considerado uma boa grana, apesar do clube ter desembolsado R$ 4,5 milhões pela mesma fatia em 2012.

O problema é que com esse dinheiro, dificilmente encontraremos algo melhor no mercado, especialmente com a janela fechada. Quando se tem um percentual baixo dos direitos de um atleta, raramente vale-se a pena vendê-lo, justamente por conta do custo de se trazer uma reposição.  Na maioria das vezes, o melhor a se fazer é esperar seu contrato vencer e torcer para que o dinheiro investido na contratação tenha trazido retorno com futebol dentro de campo.

O esquema maluco de Osório tem queimado jogadores, e Tolói era uma das maiores vítimas. Mas é preciso lembrar que o zagueiro, que tinha ainda 2 anos de contrato, era titular, e há 8 meses ganhava o Bola de Prata da Revista Placar. Não era um primor de beque, mas para mim estava sim entre os cinco ou 10 melhores do país. A se lamentar…

Auro – Outro que lamentavelmente pode sair sem retorno ao clube, outro que se queima por conta do esquema de Osório e da falta de reposição da diretoria. Jogando em posição errada, falhou contra o Flamengo e foi massacrado por torcedores.

É apenas um garoto, com bom futuro pela frente. Me espanta a diretoria cogitar liberá-lo, diante de um elenco tão enxuto e por causa de um aborrecimento juvenil do menino. Nossas joias precisam de blindagem da diretoria, e de um time forte para poder entrar aos poucos. Mas falta gente que pense na alta cúpula…

Denilson – Execrado durante 90% de sua passagem pelo São Paulo. Hoje, os que o criticavam vem (espero que já vejam) a falta que Denilson faz. Longe de ser craque, mas o volante era apenas o líder de desarmes e passes certos da equipe. O que temos tomado de gol por falha de cobertura e erro em saída de jogo…

Ilsinho – Um nome que andou circulando pelos sites e fóruns de notícias nesta semana foi o de Ilsinho. Sem clube após o fim de seu contrato com o Shakthar Donetsk, o meia poderia ser inscrito para o Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, mesmo com o fechamento do mercado brasileiro para contratações internacionais.

Ilsinho foi muito bem em sua 1ª passagem pelo Morumbi. Em pouco mais de um ano, ajudou o São Paulo a faturar os títulos brasileiros de 2006 e 2007, antes de partir rumo a Europa, em transação que rendeu quase R$ 30 milhões aos cofres do Tricolor.

Em agosto de 2010, Ilsinho retornou ao São Paulo emprestado por um ano. Já atuando de meia, o jogador não foi nem sombra do bom lateral bicampeão nacional 3 anos antes. Foi tentar a sorte em Porto Alegre, antes de retornar ao Shakhtar, onde permaneceu até julho.

Existe algo constante em todas as temporadas da carreira de Ilsinho: o baixo número de partidas, fruto das excessivas lesões. Nunca fez mais do que 36 jogos em nenhum dos seus 10 anos de carreira.

Não virou o jogador que poderia ter virado, um dos mais habilidosos que já vi passar pelo Tricolor. Mas com a debandada recente de jogadores do Morumbi, e a dificuldade de se contratar jogadores após o fechamento da janela de transferências internacionais, poderia até ser uma boa. Melhor do que Wilder, Rogério, ou qualquer outra opção fora da Série A, eu garanto que Ilsinho é.

Ao contrário do que parece, o jogador ainda não entrou na casa dos 30 anos, e não feriria a tal politica de contratações de veteranos de Ataíde. Com salários adequados, seria bem vindo…

Lucas Zelarayán – Já falei sobre este jogador nesta coluna, e pretendo continuar falando de vez em quando, pelo menos até o final do ano, quando provavelmente deverá partir do modesto Belgrano para um time maior da Argentina, da Europa, ou mesmo do Brasil.

Não costumo dar bola para jogador de DVD/Youtube. Mas é que este realmente é de se chamar a atenção. Olho nele, Aidar…

Para quem não viu, lances de Zelarayán: https://www.youtube.com/watch?v=adCcXp2Omjw

Sócio-Torcedor – O momento atual do clube é de apoiar. Apoio, com benefícios em troca!!

Às 00h01 desta quinta-feira, o São Paulo tinha exatamente 74.763 sócios cadastrados, 10.441 atrás do programa do Grêmio, nosso próximo adversário a ser superado. Acima deles, temos SCCP (112.963), SEP (129.493) e Internacional (146.909).

Página do Carlos Miguel Aidar – Curtam, comentem e compartilhem a página do nosso presidente no Facebook:

https://www.facebook.com/pages/Carlos-Miguel-Aidar/745533575534551?ref=aymt_homepage_panel

Wagner Moribe

wmoribe@hotmail.com

twitter.com/wmoribe