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Do novo céu ao velho inferno, pode-se assim resumir o que foram os dias entre quarta feira (12/08/2015) à quinta feira (20/08/2015) para o torcedor tricolor. Do time tomando consistência a uma massa amórfica sem vida, sem organização. De São Paulo FC à Ganso FC. Lembra o time do Muricy, diriam uns; não, lembra mais aquele do Milton Cruz deste ano, dirão outros; Pera um pouco, esse grupo é igualzinho aquele do Autuori; Vocês estão loucos, esse escrete é igual aquele do Ney Franco em 2013, sem pôr nem tirar.

Qual a diferença da postura do time que jogou contra o Ceará para aqueles eliminados por: Atlético MG, Time da Mídia, Ponte Preta (2013), Penapolense, Bragantino (2014), Santos e Cruzeiro neste ano. É a mesma postura de time que parecia que estava dando W.O., tal a passividade de alguns jogadores.

Foram cinco técnicos que presenciaram esse nada em campo durante mata-mata, Ney Franco, Autuori, Muricy, Milton Cruz e Osorio. Três treinadores de perfis diferentes e currículos consistentes caso do Autuori, Muricy e Osorio e os outros dois profissionais inócuos, Ney Franco e Milton Cruz. Vamos analisar o período do Muricy, o que pra mim mostra de forma flagrante o descompromisso de peças centrais do time. Tivemos um técnico considerado de alto nível no mercado nacional, seu último título grande foi em tempos recentes, Libertadores de 2011. Então, ou bem ou mal, era um técnico que sabia fazer um time minimamente competitivo. Teve tempo para trabalhar, quase dois anos.

Esse técnico pega um time que não deve em nada à outros times do Brasil. Conta com Pato, Ganso e Luis Fabiano como as grandes atrações do elenco tricolor. Os jogadores que os cercam são bons jogadores, Álvaro Pereira, Souza, Toloi e Rodrigo Caio. Em suma, é um time que na teoria dava pra chegar longe nas competições disputadas. São Paulo então tinha todas as condições possíveis e impossíveis pra fazer um ano legal, pro torcedor ficar no mínimo tranquilo com o time. Técnico bom, time bom e duração de um trabalho.

O que acontece é totalmente o oposto, vexames pra Penapolense e Bragantino. Este último com requintes de crueldade, após ter feito 2×1 fora de casa, o São Paulo abre o placar no Morumbi e consegue perder um gol feito de Ganso (coincidência?) que errou por total displicência. Apatia, indo mole nas divididas e o São Paulo consegue tomar uma virada e ser eliminado. Uma eliminação que precisa ter receita pra acontecer. Isso sem contar a eliminação já no primeiro jogo e no Morumbi lotado, do São Paulo pela Ponte Preta na Sul-americana de 2013.

Muricy sai, entra o quebra galho Milton cruz. De novo a mesma apatia e eliminação fácil para o Santos. Geuvânio atravessou o campo inteiro e ninguém marcou (pra que marcar se isso não vai me dar um grande contrato na Europa?). Contra o Time da Mídia, o time mudou totalmente e ganhou por 2 a 0. O bixo para esse jogo era gordo, conta-se nos bastidores…

Após ter a classificação pras quartas de final da Libertadores nas mãos, o time preferiu ceder ao Cruzeiro ( que me importa avançar com esse time. Se sou eliminado, terei propostas de outros clubes e saio daqui). Problema que antes era o Muricy se torna o Milton cruz, eterno quebra galho. Sai Milton, entra o multicampeão colombiano, Juan Carlos Osorio. Currículo e trabalho de competência inconteste, eleito com um dos 50 melhores técnicos do mundo pela revista “FourFourTwo”.

Time vai indo e evoluindo a olhos vistos, apesar de alguns resultados não corresponderem. O tricolor dá 3 sucessivos nós táticos, Galo, Time da Mídia e Figueirense. Agora vai, pensa os torcedores tricolores sedentos por reconquistar títulos e vitórias. Mas faltou combinar com o grupo dos Gansos , Michel Bastos e Luis Fabianos. Eles não querem ganhar num time que os deixa de vez em quando no banco (onde já se viu me colocarem no banco, como irei aparecer pra fazer um contrato na Europa?), não querem dividir vitórias com o time, na verdade nem querem vitórias. Já tem o discurso pronto pra se vitimizar e falar mal da torcida, do clube, pedir pros seus empresários soltarem na imprensa que querem sair do São Paulo. Alguns sonham com Flamengos, Orlandos Citys, Cruz Azuls, outros já se acomodaram, o contrato já tá renovado mesmo.

Se perderem deixam no ar que é por causa da torcida, técnico, culpa do clube. Nunca deles. Apesar de acima da média não devem assumir as responsabilidades dentro do time. E aí vem derrota para o Goiás, e o pesadelo do mata-mata. Derrota pro Ceará em pleno Morumbi. (Pra que ganhar, me esforçar, é só esperar o técnico sair e colocar a culpa na variação de jogadores que ele faz com o time. Eu sou acima da média). O jeito asqueroso do Ganso e Luis Fabiano em campo é o mesmo. O centro avante já não consegue disputar bola com zagueiros reservas do lanterna da Série B. O acima da média, gênio incompreendido, está em campo por mera formalidade, dá um toquinho de lado. Deve olhar pra quem está na arquibancada e pensar “Por que me vaiam? Estou fazendo um favor pra eles, um acima da média como eu era pra estar no Barcelona.”.

Em um momento da partida, Osorio estava calado. Parecia o Muricy em seus últimos jogos. Devia estar com medo de cometer o atrevimento de gritar pro time ganhar, chutar a gol, fazer o que é treinado a semana inteira. Alguém pode se ofender.

Rafael Costa Sanches