Nos últimos 2 jogos, apesar de criarmos 3 chances claras de gol logo no início, acabamos saindo atrás no marcador.

E um time que sai atrás no marcador, tem duas escolhas:

  1. Se preocupa com a forma que tomamos o gol, e recua esperando uma bola parada, ou um erro do adversario para empatar, dando a impressão de não ter raça ou
  2. Com coragem e ousadia, corre riscos, mas ataca em busca do empate

Quase todos os técnicos brasileiros, optariam pela primeira opção.  Mas, Juan Carlos Osorio, prefere a segunda opção.

Raça é coragem, é tomar a iniciativa e sentir 100% responsável em mudar o jogo, ao invés de esperar um erro do adversário ou uma falta perto da área.

É por isso que o futebol brasileiro ficou “chato”.  Quando o adversário não erra, os jogadores começam a “cavar” faltas perto da área.  E aí, tenta jogar a pressão e a responsabilidade para o árbitro.

Enfim, o esquema de Osorio ainda não esta pronto!  Sendo um profissional ético, ele tentou colocar em prática seu estilo de jogo, com o elenco que tinha à disposição.  Mas, com saídas de jogadores, convocações para seleção de base, e empréstimo que venceu, ele não conseguiu.

Somente agora com a contratação de Luiz Eduardo para suprir a ausência de Doria, e com Lucão, Rodrigo Caio que voltaram, Breno recuperado além de Toloi e Edson Silva (os únicos que estiveram sempre à disposição), temos peças suficientes para começar a adotar a variação tática que Osorio quer implementar: 4-3-3, com um zagueiro de volante, que pode variar para um 3-4-3 (ou 3-3-1-3, quando o meio fica em forma de diamante).

Mas, ainda falta opções para as duas pontas.  No jogo contra o Atlético-MG e contra o Corinthians, faltou um ponta direita, que pode ser Guisao, Auro, e com tempo Centurion (que prefere jogar no mesmo lado que Pato).

Pois Osorio gosta de jogar com alta pressão no campo adversário, como o Chile de Bielsa e Sampaoli (ilustrado na figura):

No 3-4-3 de alta pressão do Chile de Bielsa e Sampaoli, ou do Atlético Nacional de Osorio, o time bloqueia todas as alternativas do adversário (maioria do times do Brasil jogam no 4-2-3-1) para sair tocando a bola. E assim tem que recuar a bola para o goleiro, que é pressionado pelo Centroavante, obrigando o time adversário a dar chutão! E o Chutão cai onde? No meio campo! Por isso, um zagueiro de volante!

Contra o Corinthians, faltou um ponta veloz, para pressionar essa saída de bola.  Um time não pode sair tocando como saiu o Corinthians com Uendel, que começou a jogada, correu no vazio e recebeu a bola lá na frente.

Se tivéssemos um ponta direita rápido, eles jamais conseguiriam sair jogando.

Mas, é assim que veremos o São Paulo no segundo turno!  Um time que pressiona a saída de bola, e briga com 3 zagueiros altos pela bola “estourada” no meio campo.

Dificilmente um time virá com a bola dominada contra nosso time.

Já nosso time, será difícil de ser marcado sob pressão. E vou falar em um novo post, o porque!

Ernani Takahashi