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O novo.

A novidade era o máximo. Um paradoxo estendido na areia.

E, quando é novo, brilha. Vira desejo forte, uma vontade irreal, incalculável, prazer que se quer alcançar a qualquer custo.

Quanto ao velho, esquecível e descartável, que um turbilhão de deslembranças abracem seu igual e o levem para dançar músicas de um tempo tratado como fragmento frágil de uma existência sólida. Como caspa, que veio do corpo, como muitas outras partes idolatradas…

Remontar, reconstruir, reestruturar, reabastecer. Repetição, remorso, retirada pela porta dos fundos para depois ter o tapete vermelho virgem para sua passagem unânime e incontestável.

Se, em cada novo passo traçado, não houver um pouco do fracasso superado, ensinamentos não terão existido e a fragilidade será personagem constante em todos os pensamentos. O caminhar acéfalo faz um rodopio de tristezas já comum, como o que vivemos.

Aprender pra quê?

Ora, vivemos num mundo de aceitação e adaptação. Vemos um montante lutando de forma diferenciada e um tanto martelando a ponta da faca encostada na parede inquebrável.

Ciclos e ciclos de novos velhos técnicos, fazendo tour pelos cantos do país, num oásis de iguais maneiras de agir das entidades surradas que rodam sem lugar para ir.

E o caminho novo é o que mais se parece com aquele velho de tentar. O velho jeito de seguir até dar certo, porque se acredita no futuro.

Que se goza no momento certo, que se vê apto a recuperar um tempo a princípio perdido.

Luta em todas as esferas. Poder de união. Mudança.

Pensamento partido, velho e ferido que promove diferenças no modo de agir… olha, mesmo que seja.

É diferente. É nova visão. É mais fácil, porque é menor, mesmo sendo terceira parte de um todo gigantesco. Menor do tipo, parte de uma massa submersa aos vícios danosos de Teixeira, Marin, Del Nero…

Projetos que são razão para uma hegemonia pura que abrange humanos tão diferentes.

Acreditar.

Passos que o tornarão pioneiro da forma nova de agir, necessária a todos os que se encontram em comum situação. Olhar para o outro lado, distante do abismo.

Torcida pra isso é o que temos, então.

Agora é madrugada de sexta pra sábado. Escrevo sem saber resultado algum de domingo. Jogo chato, do tipo ‘que seja o que for, pode ser bom, ou ruim, será ignição, como tem sido.’.

Sabe a infância? Tropeço de bicicleta, arranhão no skate, braço ralado no patins, tampão jogado fora pela guia?

Um constante revés, uma luta que não acaba, as pancadas que não nos descansam?

Um paralelo com uma vida corrida, cheia de vitórias não vistas e derrotas não assimiladas.

Como seguir adiante?

Deixar o que é ruim permanecer como força, ou averiguar racionalmente a matemática que regra a vida? Num estandarte gigantesco pode ser visto o que traz felicidade. Ainda que, cegos, possamos sentir.

 

O que é melhor sentir?

Um viver de constatações inúteis, que não te trazem esperança, ou pensar que a moeda um dia cai em pé?

De um modo de ver possível ser passado como passado, porque vem de raiz, uma doçura de palavras, carinho com o clube. Pais.

Vemos irmãos, família querendo um bem querer para todos os seus.

Eu não torço por mim, somente. Porque torço por você, querido irmão Tricolor.

Te desejo sucesso, como desejo a mim.

Como desejo a corinthianos, palmeirenses, santistas, ‘maqueanos’…

Quero tanto ver em todos a felicidade…

Times que jogam um futebol de orgulho, que representem não somente um estilo histórico esportivo, como que também agreguem particularidades, personalidades de torcida, vivências, sentimentos. ‘Partidos políticos’ reais, de ideologia, de exemplos de vida. Identificação. Ver em campo e se ver no espelho como mesma ação.

Times de futebol conseguem definir critérios, definir existências.

E vemos tão pouco naquilo que gostamos.

Atenção à parcialidade motivada por informações sujas. Ela precisa de um tratamento mais atencioso. De um tratamento mais aberto às diferenças, aos demais de forma rígida, como lei, como termo, como modelo.

Imaginemos todos irmãos. Todos compatíveis com aquela grande e tão amada vontade de existir em harmonia com tudo. Brincando como crianças, e não como inimigos.

Carinhosamente, o indivíduo tentando acrescentar modelos saudáveis ao tão amado irmão rival.

Torçamos todos por uma só motivação.

Vitória, derrota, empate.

Resultados igualmente importantes para a existência de qualquer campeonato.

Assim como a honra, a dignidade, a serenidade, a razão.

 

Ronnie Mancuzo – Sub

 

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Uma das piadas mais importantes de toda a existência humana foi criada no discurso sério.

No discurso sério da humanidade numa ensinadora nação.

Do bem para todos, ligado umbilicalmente à falta de saúde do espírito humano.

Todos os corpos, principiando, obviamente, pelo sistema de cotas.

Primeiro, segundo, terceiro.

‘Venham para a sala. Depois os demais, por favor.’ _ e passam pelo corredor polonês.

Ri o grande palácio, sem se aguentar das piadas internas. Questiona o semelhante:

_Ri de quê, escolhido palhaço?

_Rio daquilo que se tornou insignificante para mim.

_Querido palhaço, ri de quê?

_Daquilo que um dia fez parte de mim?

_Não.. talvez do todo que um dia lhe acolheu..

_Das incompetências, que geram erros constantes?

_Ou do fardo que escolheu.

Sabemos que um não quis provocar o outro. Estavam na mesa do bar.

Queriam beber.

_Vamos estabelecer uma meta.

_Sensato é, querido?

_Não que eu tenha algo contra, mas creio se tratar de uma exigência comum na administração geral, até mesmo para os copos que virados serão.

_Pelo menos, pro país, se vê bela a transparência.

_Digo, então, que a meta no beber é não ter meta.

_E como funcionaria isso?

_É como você sorrir pra lua, esperando um sorriso de volta.

_Que poético…

_Foda-se.

_E se for alcançada tal meta inexistente?

_Dobramos a meta, que é nula, pois não existe, pois não a temos.

Zero vezes dois.

Saíram sem beber uma gota.

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Vou falar de um colombiano.

Juan?

Não… Iván.

É. O Córdoba.

“Eu nem era tão muleque. Era meio véio.”

E sabia do tal do Córdoba.

Zagueirão, mano.

Sem internet… sem canal pago .. “nem ca parabólica, fi…”

Roça. Bauru do Cleiton.

Pouco sabia do Córdoba. Mas todo mundo falava que era “bão”.

Então, eu escalava o cara, nos meus times imaginários, sem nem ter visto o rapaz jogar.

E ele era craque.

“Dibrava todo mundo na zaga. Partia pra cima, assustando os inimigo.”

Via fogo naquele olhar.

Eu nem sabia como ele jogava. Como ele vinha jogando.

Mas era meu titular.

“Robava todas as bola.”

“Era um dos número mais grave que eu tinha nos dominó, que eram meu time principal.

Ganhava dos tazo, dos playmobil, dos cara do xadrez e até das caxinha de fósfo…

Timaço.”

Tava lá o Córdoba, que nunca vi, mas admirava.

Vi agora, buscando um aniversariante pra escrever homenagem. Iván completa 39 anos hoje, 11 de agosto de 2015.

Córdoba fez o único gol da final da Copa América de 2001. O título mais importante da seleção do país de Osorio.

Iván Ramiro Córdoba e seu tento histórico.

https://www.youtube.com/watch?v=smTtygc75Vc

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Frase do dia:

“Tento um não tentar tão intenso e tenho a sensação que nunca tentei ser tão tenso assim.”

Ronnie Mancuzo – Sub

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Você tem ideia de alguma coisa, mesmo que ela talvez nada tenha de algo ideal?

Se alguma vez surgir qualquer coisa que seja, e o que pode ser se juntar com aquilo que nunca foi, teremos algo bem existente para criar.

Mande.

mrmancuzo@yahoo.com.br