Para que fique claro e mais simples de entendimento, retornarei até a data da véspera da reunião do Conselho Deliberativo. Esta data foi o momento que Leco, Carlos Augusto de Barros e Silva, enviou e-mail e confirmou a TODOS os conselheiros que Abílio Diniz fora convidado por Carlos Miguel Aidar para a reunião do Conselho para explicar sua nova atuação e plano de governança, mudança do amadorismo para profissionalismo e formatação do plano do clube empresa.

Agora e desde antes, Leco e Aidar haviam acertado e selado uma “união pela paz”. Uma espécie de paz em que além da questão Abílio, seriam votadas a 3ª camisa e uma mudança de rumos internos para salvar e mudar o clube e que Leco daria apoio ao contrário de sua postura até então refratária a Aidar.

Então, com essa “união” de Aidar e Leco, se firmou a explicação dos planos futuros e Aidar apresentou os planos antes a Leco. De forma superficial mas apresentou. Porém, Aidar não sabia, antes da apresentação de Abílio ao Conselho, o que viria a ser apresentado pelo empresário. O que Aidar concordava, até porque tinha sido sua plataforma quando candidato à presidência do Clube, era um modelo de gestão com governança corporativa e com a contratação de executivos (entre os quais um CEO), aliás modelo específico que já havia discutido com seus aliados nos encontros da semana anterior em que conseguiu assinatura de 126 conselheiros por escrito garantindo apoio não só neste intento como em outros.

O modelo de gestão já havia sido balizado por Alexandre Bourgeois e apresentado a Aidar que já havia pontuado algumas questões e o formato final não tinha ainda sido fechado mas muito avançado a ponto de pedir a Leco que levasse ao Conselho. E assim ocorreu. Agora, pensemos com a cabeça limpa e raciocínio lógico:

Se Aidar recebeu ANTES o modelo de governança e futuros planos, bateu aspectos e pontos futuros, GOSTOU do que viu e DECIDIU pedir a Leco que aceitasse Abílio para uma explanação a TODOS. COMO então ELE SERIA CONTRA como muitos andam alegando?

Outra questão é que a nova lei foi publicada ontem e entram em vigor mudanças importantíssimas. Com ela, o São Paulo quer ser o PRIMEIRO a preparar uma gestão profissional que permita transformar o cube em empresa. Como presidente e fomentador da iniciativa desta transformação bem antes de Abílio, por que agora, com a proposta por Abílio, por que agiria contra o plano?

Há quem alegue que Abílio ganhou força e que mudou os planos depois de se empolgar com a receptividade e que, por isso, Aidar se incomodou com a forma descompromissada e alterada sem hierarquia, apontada como uma possível traição por agir sem o seu consentimento. Se eu fosse o presidente e meu funcionário mudasse planos acertados e vazasse, eu colocaria na rua na hora. Digo isso porque SE FOR isso mesmo, é inaceitável e ao contrário da forma como colocam as coisas, vazar infos, mudar planos e “trair” seu superior é algo inaceitável mesmo e Aidar estaria correto em substituí-lo.

Como presidente e fomentador da iniciativa proposta por Abílio, por que agiria contra o plano? Contra o que ele mesmo plantou e levou ao Conselho? Ah, mas encontrou resistência…claro! Ninguém quer largar o osso. É um processo moroso e complexo e será sangrar mesmo muita gente, gerando insatisfação e isso que vemos: futricas, fofocas, boatinhos, disse me disse…

Abílio, que não é nenhum santo, sempre quis mandar no São Paulo e por vezes, tomou decisões e deu indicações esdrúxulas que não adiantaram nada. Fala muito e procura uma forma de mudar o clube de modo que ele, um comum, possa assumir tudo desde que com capital para tal. Fica muito claro que ele pensa em si também como soberano mor de seu plano. Se não quer contribuir com capital no formato estatutário atual em que os conselheiros aplaudiram mas não querem perder nada de poder, como ele faria e fará? Na realidade, Abílio que tem muitas acusações por sua forma de operação nos outros grupos que atuou (nada provado, é verdade), não é nenhum santo e bobinho (acho que todos sabemos disso. Um empresário com o sucesso dele é um predador natural). Como ninguém lá no clube. Abílio, que se mostra o salvador, está longe de ser isso (ao menos até aqui, não vejo motivos ainda para tal, será diferente?). “Quero dar a vara e não ensinar a pescar”. Ok. Mas quer assumir a gôndola de venda dos peixes depois de outros terem pescado, certo? 

Bom, a exacerbada série de elogios ao Leco, o qual esteve dando respaldo e APOIO INCONDICIONAL A TUDO QUE JJ fez nos últimos mandatos, foi fiel a ponto de se prejudicar nas eleições e abrir mão de tudo para que Aidar entrasse, é impressionante. E é sabido que hoje atua com o grupo de Juvenal. Mas, após reunião do Conselho, foi massacrado por grupo opositor por ser “cordeiro no Conselho” de Aidar e ser “leão de reunião da oposição”. É incrível que o então escudeiro de Juvenal que gerou mais de R$ 200 milhões de vermelho em contas do São Paulo e TUDO o mais que ocorreu até a entrada da nova gestão que não sou fã mas acredito nos projetos explanados, agora seja eleito o herói da mudança sendo que foi apenas um “colaborador” na questão governança. 

Para quem esquece, além de tudo isto, Leco era vice presidente e corroborou o caso da dívida Jorginho Paulista que gerou R$ 3 milhões de rombo e penhora de verbas este ano, estava na gestão quando no contrato da Penalty foi cedido a uma empresa de ex funcionário do clube, porcentagem MONSTRUOSA como intermediação, corroborava o contrato do Habib’s no qual parente de JJ atua, nos abastecimentos dos postos de Roberto Natel de frota da empresa, a gestão de Cotia vergonhosa até ano passado e por aí vai. É santo agora também? 

Como Aidar e Abílio, também não o são. O que hoje ocorre, é que muitos internamente lutam contra a paz, contra a trégua e contra o avanço do clube por só pensarem em política, poder e anseios pessoais. Em meio a tudo isto, entram os que plantam a discórdia para colher guerra e a continuidade da instabilidade interna. Mesmo quando surge algo bom, há quem venha e crie factóides de mais crises, demissões de CEO etc. 

O boato da demissão de Bourgeois é SUMARIAMENTE UM BOATO! E mesmo que fosse demitido, o mais importante é manter-se o plano de avanço e recuperação do São Paulo e não dar emprego a ele. Se isto é ego, vaidade ou outro motivo, é puro chute mas pela lógica, se algo muito grande não mudou no meio do caminho, é ilógico o boicote por parte de Aidar. E de novo, se mudou e ele como presidente não foi consultado, demissão seria o mínimo. E se Abílio e ele estão bolando algo sem consultá-lo é absurdo e pode se considerar como um golpe. Se será melhor para o São Paulo ou não, ninguém sabe porque como sabemos, o jogo e a vontade, o anseio de poder é ENORME por parte de todos. Mas, ações como estas são inconcebíveis e não existe santo milagreiro. Se Abílio quer apenas ensinar, cobre os resultados, perfeito. 

Se quer agora, com a força que ganhou, atropelar tudo e criar um plano mais ousado para si ou outrem assumirem tudo, é algo COMPLETAMENTE fora do contexto anterior e que não é uma conduta correta como não foi o 3º mandato de Juvenal entre outros aspectos. 

Enfim, no todo, que fique claro: há interesse de muitos em criar instabilidade. Não tem santo em lugar algum. Continuarão a proliferar notícias assim e criarem “ícones” e “salvadores”, “grandes são-paulinos”. Os elogios de parte a parte são complexos e nunca motivados em vão. Cabe ao torcedor ter calma ao sofrer e acreditar em qualquer um que escreva. Discernimento e calma pois o momento é ruim politicamente e no ponto em que mais se tem apoio de governança, surge esse ataque de toda parte. 

No mínimo estranho, não? Fruto de quem está vendo a guerra ser perdida contra a situação e com o avanço do São Paulo, a derrota certa e sumiço do poder no clube no mínimo até 2020. 

Fica o alerta. 

Conclusões cada um tem a sua. Os fatos estão aí. 

Mas agora, de torcedor para torcedor, o Lado A e o Lado B.

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