Vamos falar de campeões, sim, campeões de verdade. Aqueles jogadores que deixam o sangue correr quente em suas veias, e que através de de muito talento ou às vezes muita raça fazem história e marcam seus nomes com a camisa de seus times.

Podemos voltar no tempo, ir até o Santos de Pelé e buscar lá na figura de seu “Gerente” esse DNA. Zito, o meio campo que dava bronca até no Rei do futebol era um jogador dessa rara estirpe de vencedores. Não era craque, mas era um campeão. Capitão indiscutível do maior time do futebol brasileiro e quem sabe até, mundial.

No Palmeiras, nas décadas de 60 e 70 tínhamos a dupla que comandava à Academia: Dudu e Ademir da Guia, o Divino. Uma rara combinação entre raça e a mais pura técnica em dois jogadores que se completavam e às vezes, dentro de campo, confundiam seus adversários como um só.

No Corinthians da Democracia também podemos buscar alguns grandes exemplos, desde o craque das Diretas, o Dr. Sócrates, passando pelo polêmico Casão e chegando na ovelha “negra” daquela irreverente democracia, Emerson Leão, que com muita personalidade e talento se impôs em um terreno totalmente hostil.

Pois bem, chegamos a minha verdadeira paixão, o São Paulo Futebol Clube. Muitos desses que vou citar eu vi jogar em no campo sagrado do Morumbi, outros, conheço através das mais diversas bibliografias sobre a história do tricolor.

Quando falamos em raça no SPFC os nomes de Pablo Fórlan e Chicão não podem faltar nessa lista de jogadores com DNA de campeão, nessa mesma época também tínhamos aquele camisa 10 clássico, admirado até mesmo por Pelé que o considerava um dos 5 maiores jogadores que viu jogar. Pedro Rocha aliava técnica refinada com a já tradicional raça Uruguai.

Já nos anos 80, Dario Pereyra desembarcou no no Morumbi como meio de campo, chegou a vestir o manto número 10, mas foi como quarto-zagueiro que escreveu seu nome na história, ganhando títulos e mais títulos e se tornando um dos maiores jogadores da história do SPFC, coincidência ou não, grande parte desses que citei são uruguaios não!? Não, não é coincidência, mas isso explico mais adiante.

Mais atualmente posso citar aqueles que fizeram parte da minha história, jogadores que honraram a camisa e ganharam muitos títulos, ídolos de verdade que deixavam o sangue dentro das quatro linhas. Jogadores como Pintado, Raí, Valber, Ronaldão, Ricardo Rocha, Leonardo, Cerezzo, Palhinha, Muller, Zetti, Rogerio Ceni, Mineiro, Aloisio, Amoroso, Fabão, Miranda e Lugano.

Taí o “X” da questão e o nome que me motivou a escrever esse texto. Pois bem, vamos lá…

Hoje cedo acordei, domingão e liguei a TV para assistir a Final da Supercopa Inglesa entre Chelsea x Arsenal. Baita clássico, jogo cheio de estrelas. De um lado o Chelsea de Mourinho, multicampeão. Do outro lado os Gunners, de Arsène Wenger, que está por àquelas bandas há mais de inacreditáveis 15 anos.

Do lado do Arsenal, uma baita freguesia do francês Wenger em relação ao portuga “number 1” Mourinho, nunca antes o francês havia conquistado uma vitória. O time vermelho de Londres tem uma desagradável fama de amarelão, um time sem alma, cheio de técnica, mas que deixa a garra no vestiário do suntuoso Emirates Stadium.

Pois bem, na última semana os Gunners contrataram Peter Cech, um dos maiores goleiros do mundo e ex-titular da equipe de Mourinho, um verdadeiro campeão que perdeu a vaga de titular para outro monstro debaixo das traves, o Belga Courtois. E o que quero dizer com isso, vocês irão me perguntar?

É simples, a presença de um campeão faz a diferença em um elenco fraco emocionalmente. E foi justamente isso que aconteceu hoje pela manhã em Wembley. O tabu foi quebrado, o Arsenal venceu, Mourinho não soube perder e Peter Cech mudou a história e também, o perfil do Arsenal de Wenger.

Ponto final…

Voltemos ao São Paulo, ok!?

Na última semana o Diretor de Futebol do Tricolor botou uma pedra em cima do sonho de 90% da torcida ao descartar a volta de Diego Lugano. Sinceramente, um erro. Um suicídio! Com Lugano o SPFC alavancaria ainda mais seu programa se Sócio-Torcedor, a presença de público no Morumbi aumentaria consideravelmente junto com a venda das camisas com o número 5 estampada nas costas.

Mas não, preferiu-se apostar em Tolói, Lucão, Rodrigo Caio e Edson Silva. Lugano foi para o Paraguai, assinou com o Cerro Porteño e mesmo assim, exigiu uma cláusula que o liberasse em caso de proposta do SPFC.

O Tricolor perdeu a chance de ganhar dinheiro e de mudar sua história em 2015, Lugano poderia não jogar todos os jogos. Mas com certeza traria outro espírito para os jogadores do atual elenco, assim como os atacantes adversários passariam a ver nossa defesa com outros olhos e também, seriam observados de outra maneira, ou algum torcedor do SPFC esqueceu o olhar da morte de Lugano?

E por ironia do destino, Lugano fez sua estreia hoje no Cerro e sabe o aconteceu? Vitória e gol do Uruguaio ou seja, enquanto marca até gol lá no Paraguai, por aqui nossa zaga não marca ninguém. Enfim, meu descontentamento é total com essa situação e as justificativas do Sr. Ataíde Gil Guerreiro são patéticas. Por isso, nessa tribuna em que escrevo e em outras mídias sociais eu, e muitos outros torcedores estamos oficialmente pedindo sua cabeça, on-line e também no Morumbi. A partir de agora o grito tem que ser um só: FORA ATAÍDE!!!!!

E que ainda dê tempo de incorporarmos o espírito Celeste nesse São Paulo, a garra Uruguaia que tanta história tem nos campos do Cícero Pompeu de Toledo, pois entre um diretor símbolo das derrotas e um ídolo dentro de campo, eu já escolhi meu lado…

To Figueiredo