Ronnie Mancuzo - Sub

16 de Agosto pra quê?

Sinceramente, tento não ter nada contra.

Quando consigo pensar bem sobre todos os porquês existentes nas meditações diárias dos bagunçados, acabo aceitando, ou melhor dizendo, me posicionando de forma neutra em meus pareceres pessoais, costumeiros dessa existência, e que inevitavelmente faço surgirem na minha mente igualmente bagunçada.

O ‘tentar não julgar’ é incômodo, porque é cobrança indevida.

Entretanto, aqueles que vestem camisas da CBF para postarem em suas páginas pessoais seus incontáveis e inenarráveis (porque são desconhecidos em meio a tanta bagunça neuronal) descontentamentos com a política do país marcham numa sincronia ‘lobotominiana’, transformando as ruas e avenidas em picadeiros tristes.

Navegar é preciso. Não estou propondo silêncio ao panelaço, que também é feito mais perto das estrelas do que do chão frio das ruas escuras, onde dormem os esquecidos, e muito mais longe está do local onde dorme, e que deveria ‘acordar’ com o bater de panelas, a senhora lembrada, já que a 3.ª capital nacional foi ‘sequestrada’ para o meio do país, num cativeiro longe das metrópoles principais, consolidando uma espécie de bolivarianismo às avessas, com relação ao sentido de defesa do esclarecimento popular idealizado pelo general venezuelano. Parece que fugiram do povo pra poderem fazer às escuras.

Ora, estão bem longe da Paulista os tranquilos representantes.

Saliento, não proponho silêncio. Para o dia 16 de agosto está prevista uma onda de manifestações pelas avenidas e ruas principais do país. Concordo e também sinto e sei que muita coisa está errada. Não só no Governo Federal. Não só é réu um único partido e seus parceiros. E, todavia, pra seguir a Bandeira, vejo a necessidade de uma ordem, do sentido orientação, iniciando com uma específica reivindicação, depois outra, e assim por diante. Então, melhor seria “bater perna, mesmo, Salete”. Dia 16, e depois dali um mês, com a resposta positiva para a grande solicitação, a exigência de outro termo, com a resposta negativa, uma cobrança ainda mais árdua…  

E vinte centavos estão longe da necessidade inicial.

Coloco aqui, como ‘prefácio’ da ideia desta nossa postagem, uma ‘sugestão’ de tema principal, uma maior atenção voltada para os suntuosos valores destinados aos pagamentos de cada um dos eleitos em todas as instâncias e poderes para representarem a população, somando os mais diversos benefícios ‘criativos’ criados por alguns dos próprios contemplados. Assim buscando uma interpretação do cargo como trabalho necessário e não como prêmio para o mais ‘confiável’ grupo das gangues (gangues: antigos partidos políticos, que seguiam, ou nasceram para seguir determinada ideologia). Além de podermos aproveitar assim o recente exemplo de Santo Antônio da Platina, no Paraná, que está sendo ‘copiado’ pelas cidades próximas e pode se expandir ainda mais. http://www.gazetacrnews.com.br/noticias/politica/2015/07/19/santo-antonio-da-platina-vereadores-reduzem-os-salarios-sob-pressao-da-populacao

Em seguida, pode ser dado andamento em processos buscando uma redução drástica nos juros bancários de uma forma geral, já que eles somente geram riquezas inimagináveis para meia dúzia de famílias/pessoas. Depois, a proibição de ‘agrados’ a políticos e ocupantes de cargos estratégicos por parte de empresas interessadas em negócios com o Estado.

Uma ordem, um cronograma com diversas solicitações para as necessidades urgentes que, se não nunca, raramente são apresentadas em projetos de político algum de partido algum, seja oposição, seja situação (que é o que todos são, na realidade).

Impeachment? Pra quê? Pra colocar Temer no lugar? Se não ele, Cunha? Se não Cunha, Calheiros? Se não Calheiros, Lewandowski? …

A crise é grave de forma institucional. Essa reivindicação de derrubada da presidente é bem incompleta, pode mais atrasar do que decretar novos e bons rumos. Deixando claro que não sou contra os pedidos de retirada da Chefe do Executivo, mas de igual forma, vejo necessária a retirada dos demais supracitados, entre outros e outros e outros…

Enfim.

Por que tamanha introdução?

Porque estamos diante de mudanças forçadas no futebol nacional. Muito provavelmente, na política, mudanças assim ocorrerão, também motivadas pelo mesmo fator, ou seja, a economia surrada.

Tem sido de praxe obter sobrevida através da exploração dos que menos podem dar, que geralmente são aqueles que menos conseguem pedir e menos das ‘coisas’ sabem. O torcedor é aquele que acaba pagando mais pelos ingressos nos fraquíssimos jogos nos novos estádios erguidos faraonicamente e abandonados ‘pindoramicamente’. O contribuinte vê os preços subirem em todos os meios, já que os impostos são elevados para garantir outras sobrevidas.

Porém, tal qual na Cantareira, há pouco o que sugar. E, enquanto não arde no bolso dos privilegiados eleitos, pouca coisa mudará.

Como num São Paulo de domingo contra o Cruzeiro, onde muitos dos ‘cotienses’ acabaram relacionados em virtude das expulsões dos que ‘já se foram ainda estando aqui’ e da impossibilidade de compra de novos ‘medalhões tão incertos quanto os meninos’, o país se verá diante da necessidade de cortes de verbas entre os seus que deveriam desde sempre ser dos nossos. Inevitavelmente, cedo ou tarde. Uma adaptação forçada, semelhante a que está sendo anunciada no Tricolor com as já conhecidas saídas por muitos aguardadas.

Não foi uma manifestação de são-paulinos na praça Roberto Gomes Pedrosa que decidiu tal inserção de crias próprias no elenco, mas sim uma possível nova visão econômica, somada à pura necessidade, que deu andamento em algo visto como solução há um bom tempo por parte da torcida, e talvez por parte da administração do clube.

Obviamente, administração pública é uma coisa, administração empresarial e comercial é outra e administração de times de futebol é outra ainda mais diferente. Só que tudo, tem horas, parece ser tão igual…

Jogador de futebol não é ‘eleito’ pelo torcedor para ali em campo estar vestindo a camisa de um respectivo time. Mas ele está representando ‘uma nação’.

Seus suntuosos salários não condizem com a realidade daqueles que nos cimentos frios se esgoelam.

E parece que muito menos condiz seu amor pela pátria.. digo, time.. digo, pátria.. digo, time..

 

Ronnie Mancuzo – Sub

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(Atendendo aos incontáveis pedidos, acho que foram 2…ou 3.. rs.. enfim, a piada do dia)

“A loira saiu de casa vestida de goleiro e foi pra autoescola.

Chegando lá, o instrutor pergunta:

_Oras.. por que veio vestida assim?

_Você me falou que o Celta estava quebrado e que hoje me colocaria no gol.”

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Em 1943, no dia 28 de julho, em Londres, nascia um dos maiores tecladistas da história do rock.

Alguns dizem que ele não possuía (morreu em 15 de setembro de 2008, na mesma cidade de nascimento) grande técnica e, por isso, não pode ser considerado como grande músico. Porém, a criatividade, a consciência, a alma Pink Floyd o elevam de forma incomparável.

A música que deixo aqui é, na minha opinião, uma das mais lindas já feitas. Richard Wright a escreveu, juntamente com Roger. O vídeo foi escolhido porque nele podemos ver bem o tecladista homenageado trabalhando de forma excepcional, e também temos um bom destaque para o saxofonista Dick Parry, nas imagens, obedecendo fielmente ao que a mágica dessa melodia regra.

Us and Them

“And after all we’re only ordinary men.”

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Frase do dia:

“A mesma autoridade divina que ordena aos reis serem justos, proíbe aos povos serem escravos.”

Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (Arras, 6 de maio de 1758 – Paris, 28 de julho de 1794)