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29 de dezembro de 1957

Este dia ficou marcado para a história do futebol brasileiro como “A Tarde das Garrafadas”.

O motivo se deveu ao lamentável episódio promovido pelos torcedores corintianos, após o atacante tricolor Maurinho marcar o terceiro gol da nossa maiúscula vitória de 3 a 1, o que nos valeu a conquista do título paulista daquele ano.

Mas aquele gol não foi tão simples assim. Maurinho driblou o goleiro alvinegro, Gilmar dos Santos Neves, e empurrou a bola para o gol vazio. Ao correr para comemorar, o atacante tricolor não perdeu a oportunidade de tirar um sarrinho do goleiro, dando uma provocante batidinha em sua cabeça. Isto foi o gatilho para que Gilmar partisse em disparada para cima de Maurinho.

A confusão em campo foi extrema e serviu para potencializar a irritação dos torcedores alvinegros, que tiverem que se conformar, também, com a derrota para a melhor equipe do estado, o São Paulo.

Ainda assim, a reação de Gilmar, que ao longo de sua carreira sempre foi reconhecido por ser muito tranquilo, causou muita surpresa para todos.

Não demorou muito, no entanto, para identificar um fato anterior a este, envolvendo o Tricolor e o futuro goleiro campeão mundial.

A primeira equipe defendida por Gilmar, como jogador profissional, foi a do Jabaquara. Sua estreia aconteceu em 10 de setembro de 1950, em uma partida realizada no estádio do Pacaembu. O adversário, o Tricolor.

Passamos por cima da equipe santista com uma goleada de 5 a 1, com direito a três gols de Bóvio. O jovem goleiro tinha apenas 20 anos, e depois de sofrer tantos gols, chegou a pensar que aquele seria o seu fim, prematuro, no futebol.

Talvez apenas uma coincidência, não tão boa para Gilmar, mas o fato é que o São Paulo sempre propiciou, digamos, momento difíceis para um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro.

Mais alguns anos, em 15 de agosto de 1963, em partida válida pelo campeonato paulista, coube ao Tricolor golear o Santos, de Gilmar, por 4 a 1, e provocar a fuga da equipe da Vila Belmiro, com Pelé e tudo, antes da partida terminar, aos 10 minutos do segundo tempo. Certamente o maior vexame da história do Santos Futebol Clube, bem como do maior jogador de futebol de todos os tempos.

A verdade é que é um orgulho para qualquer torcedor tricolor que nossa equipe possa ter sido tão competitiva nas partidas frente um atleta exemplar como foi Gilmar dos Santos Neves.