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6 de março de 1992.

O São Paulo estreava na Taça Libertadores, jogando em Criciúma contra a equipe da casa.

Sonho tricolor desde os tempos de 1980, principalmente quando o então presidente Carlos Miguel Aidar, chegou a estruturar o Projeto Tóquio, a competição sul-americana não era considerada uma prioridade pelo técnico Telê Santana.

Para ele, uma competição que não privilegiava o futebol arte, deveria ser deixada em segundo plano.

Por conta disso, escalou uma equipe mista, cheia de adaptações.

Para Telê a equipe principal precisaria ser preservada para o clássico frente o Palmeiras no final de semana pelo campeonato brasileiro.

Desta forma, Cafu e Raí foram para o banco de reservas.

Naquele dia entramos em campo com Zetti, Pintado, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Mona, Suélio, Eraldo e Gilmar; Catê e Claudio Moura.

Levamos um vareio de bola, perdemos por 3 a 0, com um show do atacante Jairo Lenzi.

Dois dias depois, em 8 de março, no Morumbi enfrentamos a equipe alviverde.

Telê escalou a equipe com Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Nelsinho; Sidnei, Palhinha, Raí e Gilmar; Macedo e Elivélton.

Ao todo foram 7 modificações.

Fomos impiedosamente derrotados por 4 a 0.

O sinal de alerta foi dado.

Era a quarta derrota consecutiva, e a quinta viria no dia 11 de março frente o Internacional.

Em nova conversa, a direção sugeriu, “com todo cuidado”, que Telê que utilizasse a mesma equipe para as duas competições.

Telê respondeu que haveria o risco de perder ambas, uma vez que o plantel tricolor era limitado.

O Mestre era teimoso, mas não era intransigente.

Pensou durante alguns dias e mudou de ideia.

Apenas ele próprio seria capaz de convencê-lo de algo.

Levou todos os jogadores para as partidas seguintes válidas pela Taça Libertadores na altitude boliviana, frente San José e Bolívar.

Após alguns obstáculos, dentre eles a exclusão do lateral esquerdo Nelsinho da equipe, o caminho foi trilhado.

Em 17 de junho, seríamos campeões da Taça Libertadores pela primeira vez, com a seguinte equipe: Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adilson, Pintado, Raí e Palhinha; Muller, depois Macedo e Elivélton.

Ao todo foram 6 modificações em comparação a equipe da estreia.

A primeira das três finais consecutivas do Mestre Telê.

Por: José Renato Sátiro Santiago