Nem só de notícias ruins se vive, certo?

Vamos tentar falar um pouco de algo que pode ser determinante e bom para o São Paulo já que estamos em meio apenas notícias ruins.

Bom, ao menos neste domingo, soube de 3 promissoras novidades e 3 importantes avisos a saber:

1) Abílio Diniz pode fazer um aporte para regularizar a situação e não destroçar ainda mais o clube e por isto exigiu que Bourgeois assumisse logo e teve sua chegada antecipada para 6a; 

2) Aidar FINALMENTE sinalizou a Osvaldo Abreu, VP de Finanças que paguem as remunerações…vamos torcer!

3) Patrocínio master pode vir dos ares e pode acontecer, finalmente…

OBS: Abílio tem como pensamento manter Osorio, insistir em não contratar para reforçar o caixa e equalizar contas, subir garotos e vender. Ganso e Luis Fabiano são dois que ele quer ver longe do São Paulo…

OBS2: O ST que já era para ter sido lançado, está pronto. Agora aguardam uma data “ideal” para o lançamento.

OBS3: Pato deve ser mesmo vendido. O Corinthians quase implora para que Aidar (que quer livrar caixa) aceite. A conferir…

Tragam LOGO o BOURGEOIS!

“Tragam logo o Bourgeois”A ligação de Abílio a Aidar na última 6ª feira, me fez repensar se falaria de bastidores ou de futuro. Coletei informações, pesquisei e decidi falar mais do que será e do que pode ser do que a atual VERGONHA que é a gestão Aidar. Me dá até nojo de tanta coisa que se tem para falar…

Enfim, resumidamente a conversa foi a seguinte: Que é um momento para ficar alerta, sinal amarelo ligado. Tem que trazer Osorio, Ceni e pessoal interno para perto. Tem que puxar a torcida para o lado do clube senão ele não aguentará, a pressão externa está muito forte. O principal: acelerar o processo diretivo do Alexandre Bourgeois que já dará uma oxigenação nas caras, nomes e filosofias. Precisamos resolver logo as coisas antes que piorem mais e sejam irreversíveis. Ele pode ajudar nisso.

Basicamente foi isso: “Tragam logo o Bourgeois”.

E o que isto significa para a torcida? Bom, está aqui um texto grande porém rico, didático e explicativo, com um estudo meu de material disponível, de informações de bastidores e de especialistas que pedi contribuição como verão abaixo de Fabio Blaz e Alberto Magno. Um material exclusivo que só o Blog do São Paulo traz para o torcedor porque aqui, se pensa com a cabeça do torcedor e só se respira e vive São Paulo. Espero que gostem!

Futebol e Negócio: O Lucro e a Sobrevivência. O futebol é considerado por muitos um negócio. Entretanto, poucos foram os autores que expressaram interesse em analisar o cenário econômico-financeiro deste esporte, principalmente no Brasil. Apesar de economicamente o futebol brasileiro representar apenas 1% de todo o mercado mundial, o Campeonato Brasileiro possui uma grande vantagem sobre os demais: a competitividade.

Com a tendência de profissionalização dos clubes há maior visibilidade para os fatores econômicos e financeiros, sendo um auxílio para as tomadas de decisões dos gestores do futebol. É com uma ótica diferenciada que o Áquila propôs, criou as metas de gestão, foi ajustada pelos consultores de Abílio e pelo próprio, que o São Paulo entende que deve seguir uma linha de visão e planos balizados em gestão financeira em primeiro lugar e na característica de análise já presente em outros esportes e muito usada na Europa porém só engatinhando no Brasil que é a de operar estatísticas e números para alinhar jogadores, investimentos e estratégias, aproximando a gestão (CEO) do campo (Osorio) e jogadores.

Foi pensando assim, em revolucionar o futebol brasileiro e se tornar de novo vanguardista que Aidar apostou na estratégia e partiu para a indicação de Abílio que se chama Alexandre Bourgeois. Muita coisa já se veiculou sobre ele mas agora farei um aprofundamento com ajuda de fontes do clube, com o briefing que o próprio Aidar explanou internamente a respeito da escolha e com informações que procurei e obtive caçando mesmo.

Espero que todos gostem pois eu aprendi muito sobre ele e sobre o tema que vai invadir e permear os futuros passos do Tricolor. Conheçam o CEO do São Paulo que apresenta o que será o Futebol do Futuro no Brasil e que segundo ele próprio, vai determinar quem mandará no futebol brasileiro na próxima década e fatalmente no desenrolar dos anos seguintes.

Quem é Alexandre Bourgeois? Nascido na França e criado entre Paris e o Rio de Janeiro, cresceu sonhando com futebol. Se preparou e dedicou até virar jogador pelas categorias de base do Bordeaux, na França. Mesmo tendo chance entre os profissionais, focou nos estudos em Matemática e largou o futebol. Se formou na Suíça e fez carreira como executivo de bancos em Nova York, Londres, Paris e São Paulo. Casou-se com a filha de José Serra, Verônica, o qual é genro até hoje (conheceram-se em Harvard).

Desde 2010, decidiu só atuar no futebol. A partir de então, tornou-se CEO do fundo TEISA (Terceira Estrela Investimentos) que era parceiro do Santos em negociações. Participou de uma fatia da venda de Neymar ao Barcelona em meados de 2013 e faturou um bom dinheiro atuando com o grupo.

Fez parcerias com economistas e acostumado a cálculos complexos, estatística, modelos matemáticos e algoritmos, passou a se focar em como aplicar estes métodos no cenário nacional. Desde a década de 80, atuava com derivativos em NY, estruturava operações financeiras na JP Morgan e nos anos 90, veio ao Brasil como executivo do banco Société Générale.

Aos 47 anos, ele sonha em aplicar no mundo da bola o que aprendeu no dos bancos e assim, chegou ao São Paulo FC indicado por Abílio Diniz.

Chegada ao São Paulo FC. Para quem não sabe, nosso futuro CEO já esteve no Morumbi, conheceu os vice presidentes, conversou na semana passada com Osvaldo Abreu, Casares, Ataíde e demais. Osvaldo, responsável pelas finanças e já começa a se informar sobre que situação e panorama encontrará no Tricolor quando efetivamente assumir o posto. Na 6a foi apresentado aos diretores.

Com muita moral, muito desejo de fazer dar certo, Alexandre agora terá é muito trabalho e tem um desafio enorme: provar que o sistema que criou e começou a vender nos clubes que promete identificar o G4 e o Z4 e as peças principais para transformar um grupo campeão, funciona e que é sim um visionário, um vanguardista, um revolucionário e não um charlatão.

Futebol do Futuro? Este chamado futebol de futuro é o nome do time de economistas e professores que compõe a equipe que se reúnem desde 2012 discutem futebol em universidade de economia e administração em São Paulo. Uma das referências no assunto é exatamente nosso CEO, que se tornou referência e se especializou em encontrar jogadores acima da média e negócios rentáveis:

“Minha filosofia é tentar eliminar toda a subjetividade possível da avaliação dos jogadores. Quando você olha jogadores, percebe que existe uma imensa ‘desarbitragem’ no futebol brasileiro. Você pega quatro caras da mesma posição, com a mesma idade e os mesmos percentuais de desempenho, mas um custa R$ 1 milhão, outro R$ 4 milhões, outro R$ 13 milhões e outro R$ 15 milhões. Você pergunta por quê e ninguém sabe responder”.

“O futebol tem um problema: o conjunto é maior que a soma das partes. Não se faz um time só de craques para vencer e nem sempre um time tem craques para ser vencedor”.

“Os principais clubes da Europa trabalham dessa forma há tempos, mas nossa distância para eles é enorme. Quando falo desses conceitos para os cartolas do Brasil, eles acham que estou louco, querem chamar uma ambulância para me levar embora. Ao contrário de outros setores da economia, no futebol se estuda pouco e – sem trocadilho – se ‘chuta’ muito. Mas a quantificação diminui o grau de risco na decisão de investimento”.

Os números atuaram com o Cruzeiro, bi campeão diz Borgeois: “Se você olhar o Cruzeiro sob o prisma antigo (jogadores veteranos, “refugos”), vai achar que são jogadores medianos. Mas, do ponto de vista estatístico, são atletas com ótimos índices. É um time que foi feito com 70% do valor que o Corinthians pagou pelo Alexandre Pato em 2013”.

“Gol é muito aleatório. Você chuta, a bola bate na cabeça de outro cara e entra. Outro jogador chuta, a bola bate na trave, corre por cima da linha e não entra. O gol, para mim, vale zero. Para que um time faça gols, há duas condições básicas: ter a bola e criar uma situação de gol. “É o que leva ao evento aleatório gol”.

Assim, baseado em pesquisa operacional, Alexandre começou a trabalhar num algoritmo que dissesse quais jogadores uma equipe da série A deveria contratar para terminar o ano seguinte no G4, os quatro primeiros do Brasileirão. O algoritmo, claro, seria alimentado por informações dos jogadores. Viu que seria quase inútil mensurar gols, finalizações e outros lances decisivos. Mas talvez pudesse se revelar interessante medir todo o resto que acontece no campo.

E Como Fez? Para os atacantes, em vez de considerar os gols marcados, usou o aproveitamento de um artilheiro quando colocado em condição de marcar. No lugar dos desarmes dos zagueiros, a influência – ou correlação – de um zagueiro nas defesas do goleiro. Tudo feito, Bourgeois criou um banco de dados com as “notas” de todos os jogadores da série A. E foi fazer um teste.

Para validar o modelo, ele bolou um jeito de “voltar ao passado” para fazer previsões do futuro. A partir de dados de temporadas passadas do serviço Footstats, ele calculou as “notas” dos jogadores em 2011 e, com elas, simulou os jogos de 2012. Depois fez a mesma coisa para “antever” (ou simular uma antevisão) dos campeonatos de 2013 e 2014. Num slide do computador, Bourgeois mostra, lado a lado, as previsões e o que de fato aconteceu. O índice de acerto dos times rebaixados e entre os quatro primeiros (sem considerar a colocação exata) é de 87,5%.

“O que eu faço, resumindo, é estudar os efeitos positivos ou negativos de um atleta para um elenco. O futebol é possivelmente o grande setor da economia com mais ineficiências. No mercado, aprendi principalmente sobre arbitragem de ineficiências. Detectar ineficiências, resolvê-las, ganhar com isso. Mas no mercado financeiro tudo já é feito por algoritmos, sua cabeça não vale mais nada”

“Na Europa, a correlação é total. Um clube gasta e obtém o retorno equivalente. Não pensam o futebol como paixão e sim, negócio. É só um ponto do abismo que separa clubes europeus e brasileiros, no assunto gestão. Tive uma reunião com o CEO do Real Madrid. Durante três horas, não ouvi a palavra futebol: era só ‘entretenimento’. Torcedor era ‘cliente’”.

Mas então, o que é Pesquisa Operacional?

OBS: O inglês Charles Reep, pioneiro nas estatísticas, analisou 2,2 mil jogos entre 1930 e 1960. Foi ele quem criou o termo marcação sob pressão, ao observar que 30% das finalizações em gol vinham de bolas roubadas no terço mais avançado do campo.

Pesquisa Operacional nos Esportes

Coautores: Fábio Blaz – fabio.oue@gmail.com / Alberto Magno – amagnotf@hotmail.com

Breve conceito e histórico:

O termo Pesquisa Operacional (P.O.) surgiu durante a 2ª Guerra Mundial com o intuito de auxiliar o exército britânico em problemas como movimentação e gerenciamento de tropas, bombardeio, operações antissubmarino e de minas.  Basicamente, é uma abordagem científica de tomada de decisão que procura, através do uso de modelos matemáticos, soluções ótimas.

Percebendo a utilidade dessas “previsões” de resultado passaram-se a utilizar a P.O nos esportes como no filme Moneyball e, principalmente, para realização de apostas nas famosas casas da Inglaterra.

Falando um pouco mais tecnicamente:

No futebol, mais especificamente, uma partida depende de muitos fatores para prever os resultado, tais quais:  jogos em casa/fora, jogadores machucados, diversos efeitos psicológicos. Além dos populares e errôneos parâmetros (que alguns usam, erroneamente) como –  sequências de vitórias, empates e derrotas, gol marcados e diferença de pontuação entre os times.

Quais fatores devemos utilizar em um modelo depende muito da qualidade dos dados disponíveis. Como exemplo, iremos explanar resumidamente o modelo  de Salvesen e Rue, abaixo (ver as fórmulas e mais detalhes em links interessantes).

O modelo faz uso dos resultados casa/fora e variáveis “escondidas”  que podem influenciar uma partida. De acordo com Salvesen e Rue, duas importantes propriedades dos times são suas habilidades de atacar e defender. Portanto, para prever os resultados deve-se comparar essas “forças” e suas variâncias  concomitantemente com a influência do local de jogo (determinada estatisticamente por Poisson e fatores de correção através do histórico de jogos de campeonatos anteriores).

Também considera a evolução do time no tempo, com o uso de modelos dinâmicos de movimento Browniano e os resultados  podem ser analisados através da implementação de Cadeias de Markov Monte Carlo,  prevendo, inclusive o resultado de campeonatos.

Do ponto de vista empresarial:

Para que gastar 100 milhões para um time ser campeão se poderia gastar 10 milhões e ter o mesmo resultado? E mais, com maior certeza estatística!

O que queremos demonstrar é que as possibilidades de utilização da P.O são imensas. Com os dados dos jogadores, pode-se criar pontuações defensivas e ofensivas dos times e por consequência auxiliar na formação de qual elenco deve ser montado.

Ao quantificarem-se  as forças defensivas e ofensivas de um time, pode-se  prever como o time se sairá no campeonato e se necessita aumentá-las (comprar jogadores e quais) ou até se podem diminuí-las (vender jogadores e quais).

Com a possibilidade de simular a evolução do time (ex: times que jogam junto a mais tempo levam mais vantagens na adaptação) saber-se-á o quanto, como e quando deverão reformular elencos.

A utilização de modelos robustos podem até auxiliar na substituição e utilização de jogadores em tempo real (já utilizados em alguns esportes como basketball, baseball, etc)!

CONCLUSÃO

Não estamos falando de um futuro distante, estamos falando de uma realidade próxima e que não devemos e não podemos deixar de utilizar. Afinal, a utilização da Pesquisa Operacional é uma racionalização do futebol, onde com análises quantitativas pode-se determinar e avaliar times e jogadores.

Porém, é necessário sempre atentar que a qualidade dos dados influenciam diretamente nos resultados, como dizem “garbage in, garbage out” (algo como: dados ruins entram, resultados ruins saem). Portanto, há de se ter especial cuidado com os dados e sua confiabilidade assim como dos algoritmos/modelos desenvolvidos para que os resultados sejam corretos!

Tenho a certeza que uma comissão formada por um técnico de R$ 300 mil/mês  e um time de analistas de R$ 300 mil/mês, daria muito mais resultados que somente um técnico  ganhando seus costumeiros R$ 600 mil/mês.

Futuramente (em breve, espero) podemos ter analistas e programadores apontando quais jogadores comprar, quais jogadores escalar e substituir. Relegando ao técnico a função de manager e treinador.

Links interessantes:

Salvesen e Rue – http://wilson.engr.wisc.edu/rsfc/oth_sites/rate/papers/prediction-and-retrospective-an.pdf

Statistical Patterns – http://alumni.media.mit.edu/~tpminka/statlearn/glossary/

O homem que quer mudar o jogo – http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2015/05/o-homem-que-quer-mudar-o-jogo.html

FONTES

Wayne Winston – OPERATIONS RESEARCH APPLICATIONS AND ALGORITHMS

Salvesen e Rue – PREDICTION AND RETROSPECTIVE ANALYSIS OF SOCCER MATCHES IN A LEAGUE

Histórico do Segmento. Na década de 90, surgiram as empresas que coletam esse tipo de informação em escala industrial, para vender aos clubes. Algumas das mais importantes são a americana StatDNA e as inglesas Opta e Prozone – essa última vende o software mais popular do mundo para medir o desempenho de times e atletas.

A Prozone, inclusive, foi uma empresa que revelou um mal intrínseco do futebol: ser mais difícil de quantificar do que basquete ou beisebol. Para quem achava que era fácil…A razão é a baixa ocorrência do evento “gol”. No futebol, aquilo que decide a disputa normalmente acontece só uma ou duas vezes por partida. É isso que explica tantas “zebras”, enquanto nos esportes em que existem placares como 97 a 73, o favorito quase sempre vence – em estatística, tudo que se repete muito acaba convergindo para o mais provável. Se jogarmos três vezes uma moeda, pode ser que saiam três vezes coroa. Se jogarmos mil, teremos algo próximo de 50% de cada resultado. Por isso, um time de futebol vence apenas 52% das partidas nas quais é o favorito.

Para medir o futebol brasileiro nesta linha que permitisse a avaliação estatística, a Prozone criou um método no qual instala oito câmeras próprias nos jogos dos clubes que assinam o serviço, como Arsenal e Real Madrid – no Brasil, aparentemente ninguém usa a ferramenta, que custaria em torno de R$ 400 mil por temporada. Cada detalhe dos jogadores e adversários passou a ser medido, da perda de velocidade com o cansaço à região do gramado em que erram mais passes. Os gráficos gerados lembram a tela de um operador do mercado financeiro, exceto pelo fato de que sempre aparece na imagem um campinho de futebol, coberto por rabiscos.

A Opta decidiu expandir para a América do Sul no final de 2012, enquanto a StatDNA atua nas séries A e B do Brasileirão desde 2010. Num estudo feito aqui, a empresa observou 100 mil passes e descobriu que a taxa de toques completados – quando se analisava uma mesma “categoria”, por exemplo, só toques laterais de zagueiros na frente da área, ou só passes longos diagonais – era basicamente a mesma para todos os jogadores e times da primeira divisão. A conclusão foi de que acertar passes não é uma questão de habilidade, mas de encontrar situações no campo em que esses índices de acerto são maiores – basicamente, saber se posicionar.

Substituição no futebol, sai o malabarista e entra o inteligente. Cansado de ver práticas ineficazes, um professor da Unicamp criou uma metodologia de treinamento que visava o desenvolvimento intelectual acima do desenvolvimento de habilidades com a bola. Desta forma, pautado em treinamentos e aptidão de decisões, conseguiria resultados que apareceriam no campo.

Recusado pela Ponte Preta em 2014, fez parceria com o Paulínia (cidade vizinha de Campinas) e com o Paulista de Jundiaí nas categorias de base e agora nos profissionais após verem os resultados aparecerem. Com raciocínio pautado no que formou grandes craques do passado, que se criaram nas ruas e campinhos com jogos espontâneos, despertando a diferenciação nos meninos, via que o jogo natural, sem as simulações de escolinhas e treinos enfadonhos com cones, surtia mais efeito. E ali nasciam os diferentes do futebol. Criou uma ONG, Associação Futebol Arte (AFA) e trabalha há quase 15 anos no desenvolvimento:

“Ao entendermos o processo de organização do jogo, nós conseguimos manipular esse mesmo jogo de modo a criar um método de treinamento marcado pelas especificidades que o futebol requer. O objetivo era formar jogadores inteligentes e não jogadores malabaristas. Estávamos interessados em atletas que conseguissem ler o jogo e tomar decisões capazes de desmontar uma defesa ou, ao contrário, neutralizar um ataque”

“A tradição das brincadeiras de bola com os pés ainda é forte no país. Ela contempla muita espontaneidade, criatividade e ludicidade. Se valorizarmos essa cultura, certamente voltaremos a dar as cartas na formação de atletas diferenciados. “Cada vez mais, as pesquisas científicas comprovam que não existe dom, pelo menos como está presente no imaginário popular. As pessoas precisam saber que a competência adquirida é muito importante”

“De fato, não é uma decisão trivial seguir esse método. Por ele, toda a lógica atual teria que ser transformada. Certezas ‘absolutas’ teriam que ser abandonadas. Mesmo assim, entendo que é inevitável que a metodologia comece a ser gradualmente assimilada. Na Europa, há muitos anos que o modelo de treinamento aplicado no Brasil foi abandonado, daí o sucesso de vários clubes de lá. Isso explica, por exemplo, porque muitos jogadores brasileiros não se adaptam ao futebol europeu. Alguns sequer conseguem treinar. Na Holanda, por exemplo, a discussão de se trabalhar com o jogo vem da década de 1970, com o técnico Rinus Michels”

“Queríamos mostrar que, com método pautado somente no jogo, nós conseguiríamos ganhar deles (times como Ponte e Guarani de Campinas). Em um ano, já estávamos comprovando na prática que conseguíamos enfrentar de igual para igual diversos times, inclusive os de São Paulo. Esse bom desempenho despertou o interesse de muitos clubes e o Paulista comprou a ideia”.

Como resultado da experiência, o Paulínia registrou algumas conquistas importantes com os times de base e também com o profissional. Além do mais, o clube virou um centro de referência em formação de jogadores no país.

A grande comprovação de resultados foi vendas sequenciais de atletas para Xerém, base do Fluminense, exportadora de talentos, para o Botafogo que este ano foi o vice campeão Brasileiro Sub-20 e outros times, inclusive Real Madrid.

O modelo pode ser a saída tanto para as deficiências técnicas e táticas do futebol brasileiro, quanto das dificuldades relacionadas à gestão do esporte. É uma das artimanhas científicas e balizadas em processos diferenciados que o São Paulo quer conduzir agora.

Eu como engenheiro e aficionado por futebol e números, acho incrível o que se tem e quão longe se poderá chegar se bem trabalhado ainda mais dentro de um clube como o São Paulo FC. Estou dando carta branca para confiar em meu xará “burguês”, já que Bourgeois tem este significado em francês. E você, Tricolor, o que pensa disto tudo, se anima, acha que perde a magia, que o modo antigo deve valer, a mescla, esse método vai tomar conta, como será?

Dê sua opinião e torça!

Boa sorte, Alexandre Bourgeois! O 1º CEO de uma agremiação no Brasil! Ajude-nos!

OBS: Agradecimento mais que especial ao Fabio Blaz que gentilmente me ajudou e convocou Alberto Magno para este resultado incrível.

Na onda de se querer culpar o treinador e esquecer o resto, fica o aviso importante:

http://espn.uol.com.br/video/524707_muricy-detona-estamos-escondendo-muitas-coisas-importantes-debaixo-do-tapete-e-so-culpando-o-tecnico

Alexandre Zanquetta

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