banner_sou_tricolor_2Fatos da semana – 19/05 a 25/06

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Pontos perdidos – Há quem possa dizer que fazer 4 pontos contra a Chapecoense fora de casa e Avaí no Morumbi, seja satisfatório. Na matemática do campeonato, a conta pode até estar certa. Mas eu prefiro pensar que deixamos de somar 2 vitórias.

Sou consciente que tropeços acontecem. Mesmo na época de tricampeonato brasileiro, tivemos perdas de pontos ainda mais incompreensíveis, como as derrotas para o rebaixado Fortaleza em 2006 e para o rebaixado Juventude em 2007, e o empate contra o lanterna Ipatinga em 2008, no Morumbi.

Justamente por saber que não conseguiremos vencer todas as zebras do campeonato, que minha preocupação com relação ao último jogo está muito mais relacionada a postura da equipe do que com o resultado em si. E por isso, não tenho como deixar de criticar nosso treinador.

Do mesmo jeito que eu disse na última coluna que não podemos enfrentar a Chape com Reinaldo/Carlinhos na esquerda e Thiago Mendes/Bruno na direita, por medo de Apodi e Dener Assunção; penso que o São Paulo não pode, jogando em casa, tirar um jogador ofensivo (como Thiago Mendes erroneamente vem sendo escalado durante todo o ano de 2015) para colocar Édson Silva, por temor ao ‘grande centroavante’ André Lima. Em ambos os casos, o resultado foi a equipe chamando o adversário para o ataque.

O São Paulo, time grande que é, é quem deve causar temor e adaptações nos adversários, e não o contrário, especialmente jogando no Morumbi. Isso não quer dizer que não se pode enquadrar um esquema de jogo de acordo com as características do rival. Pelo contrário. Um bom técnico deve saber o que o outro tem a apresentar. A questão é o momento em que se faz isso.

Além disso, por mais que Osório estude, não é em uma semana que ele vai descobrir que André Lima é só grandalhão, que se não oferece perigo nenhum se não receber cruzamentos. É nesse parte que Milton Cruz deveria ajudar. Mas falta visão também ao nosso assistente técnico.

Não bastasse a mudança de esquema, aos meros 19 minutos do 2º tempo, vale lembrar que terminamos a partida sem atacantes de área. Ao meu ver, um erro ainda mais grave. Com o São Paulo precisando de um gol para matar o jogo, nosso técnico optou por tirar Pato e colocar Centurion. Sem um finalizador, praticamente matamos nossas chances de abrir 2 a 0. Enfim, um domingo em que vimos Osório no seu melhor estilo Dunga.

No próximo final de semana, enfrentaremos a SEP, na Peppa Arena. Nosso rival verde conta com os ofensivos Lucas e Egídio nas laterais, e o grandalhão Leandro Banana na reserva. Espero que algumas lições tenham sido aprendidas, e não vejamos filmes ruins se repetirem. Esse tempo de aprendizado com os erros é justamente o que mais me fazia ser contra a contratação de um técnico estrangeiro no meio da temporada.

Souza – O grande acerto de Osório até agora no São Paulo. Não exatamente por causa dos 2 gols marcados pelo nosso volante nos  últimos 2 jogos, mas sim pelo que está por trás disso.

O colombiano destacou Souza da linha de cabeça de área, deixando apenas um jogador a frente dos defensores e pedindo que nosso camisa 5 entre na área adversária. Isso é ótimo! Esta coluna cobra há tempos, um 2º volante mais participativo no ataque. Talvez Souza não tenha a mesma qualidade ofensiva de um Elias ou um Ramires, mas só a desestruturação do adversário que ganhamos com um elemento surpresa já torna a iniciativa muito válida. Contra a Chapecoense, Souza não apenas fez um gol no 2º tempo, como quase marcou outro no 1º. Ponto para Juan!

Renan Ribeiro – Felizmente, parece que Rogério Ceni enfim tem um goleiro reserva de qualidade. Ao contrário de muitos, não gosto nem um pouco da ideia de termos Denis como titular, a partir de 2016.

Denis é goleiro do tipo tudo ou nada, daqueles que consegue alternar ótimas partidas como contra o Cruzeiro, no Mineirão, em 2013 e contra o Vasco da Gama, em São Janurário, em 2011; com erros bisonhos, como contra o Santos, na semifinal do Paulista de 2012, e contra o mesmo Cruzeiro, pelas quartas de final da Libertadores de 2009. Salve Renan!

Paulo Henrique Ganso – Se até o ano passado, o nosso camisa 10 era decisivo pelo menos nos jogos dentro de casa, em 2015, Ganso não consegue resolver mais nada. Contra o Avaí, nem foi tão mal, conseguindo inclusive dar uma assistência para um gol mal anulado de Pato. Mesmo assim, muito pouco. E o que me incomoda mais é o status de intocável que Ganso mantém, seja com Muricy, Milton Cruz e agora Osório. O meia sequer é substituído durante os jogos. Em 2015, Ganso foi trocado apenas 4 vezes, sendo 3 delas depois dos 40 minutos do 2º tempo e a outra ocasionada pela expulsão de Rafael Toloi no jogo contra a SEP.

Ganso precisa experimentar um banco. Temos um Boschilia voltando de boa campanha na Seleção Sub-20, e um Alexandre Pato, que na semana passada pediu para Osório para começar a jogar como meia. Achei válida a disposição do atacante, que faria um quarteto interessante com Michel Bastos, Luis Fabiano e Centurion ou Boschilia.

Lucão e Boschilia – Falando em Boschilia, bom Mundial Sub-20 fizeram o meia e também o nosso zagueiro. Uma pena o título ter escapado na prorrogação da finalíssima.

Mas este tópico é para questionar a folga de uma semana que ambos ganharam da diretoria Tricolor. São meninos de menos de 20 anos, com um clássico contra a SEP pela frente e um novo treinador para que os dois mostrem serviço. Precisam descansar 7 dias? Onde anda a vontade de brilhar dos jogadores dessa geração?

Gabriel Fuhrmann – Na semana passada, falei sobre a necessidade dos clubes brasileiros começarem a enviar olheiros para estes torneios nas categorias de base. Vou destacar dois que me chamaram muito atenção durante os jogos que vi neste Mundial: Danilo, volante do Brasil, eleito 2º melhor jogador do torneio, e André Silva, centroavante de Portugal, que marcou 4 gols na competição. Muito futuro para ambos.

Mas falando em olheiros, uma sugestão deste colunista para a diretoria do Tricolor: Gabriel Furhmann, comentarista da rádio Jovem Pan. Não o conheço pessoalmente, apenas acompanho seu trabalho pelo Twitter. Sabe TUDO e mais um pouco sobre categorias de base, no Brasil e fora, e poderia muito bem ter um cargo na comissão técnica do São Paulo. E parece ser são-paulino…

Gustavo Hebling – Desde esta quarta-feira, nosso volante, promessa da base, está sem contrato com o São Paulo. Está claro que existe algum problema estrutural ocorrendo no processo de profissionalização das nossas joias. Assim foi com Lucas Farias, Lucão, Auro, João Paulo, Joanderson e agora Hebling. O tão badalado Junior Chávare não tinha vindo para o Morumbi, para consertar esses erros? É bom que os corrijam, e que renovem o contrato do garoto, que é bom de bola…

Alexandre Pato – Tantas informações conflituosas, e não encontro um jornalista capaz de desvendar os detalhes do contrato de Pato com o São Paulo. Afinal, o Tricolor é obrigado a liberar o jogador em caso de proposta de mais de 10 milhões de euros (ficando com 10% desse valor), ou temos apenas a prioridade de igualar uma proposta, caso ela venha abaixo dos tais 10 milhões de euros? Caso o SCCP receba uma oferta abaixo do estipulado, ele pode vender, se nos deixar os 10% dos 10 milhões?

Cada veículo informa uma coisa, e tenho medo de que nem Aidar saiba o certo. É bom que descubra, a janela de transferências está se abrindo, e a Lazio já vem vindo…

Cañete – Impressionante como Juvenal deixou o clube quebrado e o time cheio de tranqueiras para gestão seguinte.  Depois de Caramelo, Luis Ricardo, João Filipe, Clemente Rodriguez, Roni e etc, foi a vez de Cañete ter seu contrato rescindido com o São Paulo. Va con Dios!

Reforços – Com mais de uma semana do anúncio das vendas de Rodrigo Caio, Denilson e Paulo Miranda, não vejo nenhuma especulação a respeito de possíveis contratações do São Paulo para reposição. E olha que ainda corremos riscos de perdermos Dória, Ganso e Pato, entre outros. Prefiro acreditar que a diretoria trabalha em sigilo, do que cogitar que Aidar e companhia pensem que podemos ser campeões com este elenco. Também sou a favor de dar mais chances aos garotos, só que a juventude precisa de apoio em alguns nomes mais experientes.

Se contarmos com os retornos de Wellington e João Schmidt e a possível saída de Dória, precisaremos no mínimo de um zagueiro titular, um para compor elenco, e de um meia/atacante, já que Cafú parece não ter agradado.

Listei algumas opções na semana passada, e vou novamente sugerir alguns nomes.

Para a zaga, Alex(Milan), Henrique(Napoli), Naldo(Wolfsburg), Luisão(Benfica), Danilo(Udinese), Coates(Sunderland), Balanta (River Plate), Ranocchia (que fica sem contrato com a Inter agora em julho), Tóbio(quer sair da SEP e poderia ajudar o amigo Centurion), Nathan(outro que a SEP quer se livrar) e Ernando(Inter).

Para a meia/ataque, Aloisio(Shandong Luneng), Júlio Baptista(Cruzeiro, desde que aceitasse uma grande redução salarial), Éderson (Lazio), Leandro Domingues(Nagoya Grampus), Caio(ex-Inter e Botafogo, atualmente Al Wasl). Neste caso, são opções mais viáveis, para brigar por posição e compor elenco.

Conmebol – A principal diferença entre Fifa, Conmebol e CBF é que, enquanto a entidade máxima do futebol é regida por uma estrutura organizada, capaz de desviar bilhões de reais sem deixar rastros, as outras duas tem nos seus altos escalões figuras que não conseguiriam roubar uma bala sem deixar indícios.

Se por um lado, sempre desconfiamos de que Joseph Blatter e companhia usavam o futebol em benefício próprio, por outro, não há dúvidas de que CBF e Conmebol nos assaltam desde suas fundações. Jogos políticos nojentos, capazes de definir estádio indicado para a Copa, suspensões em STJD e tribunais sulamericanos, e, o mais grave de tudo, resultados de partidas.

O São Paulo não é o único prejudicado, mas certamente está entre os mais. Desde que nossos dirigentes perderam influência com Nicolás Leoz, e decidiram se revoltar contra Ricardo Teixeira, o Tricolor tem tido que enfrentar duelos a parte do lado de fora dos gramados. Sem aprofundar muito, rapidamente me lembro de casos como as suspensões de Jean e Dagoberto na reta final do Brasileirão de 2009 (que fez o Flamengo nos ultrapassar na tabela e ser campeão); a perda de pontos para o Botafogo no caso Sandro Hiroshi em 1999; as milhares de viradas de mesa em rebaixamentos de ‘grandes cariocas’; e as suspensões exageradas de Luis Fabiano na Conmebol e do Tricolor no caso Tigre da Argentina.

Dentro de campo, nunca vou me esquecer da roubalheira do jogo entre São Paulo e River Plate no qual a arbitragem fez de tudo para nos eliminar. O mesmo deve ter ocorrido na tal partida do Boca x SCCP de 2013, e em outros como Boca x SEP de 2000 e Santos x Independiente de 1964.

Enfim, tudo uma grande farsa. Já é passada a hora do futebol brasileiro, que incrivelmente está a frente dos vizinhos sulamericanos, se desligar dessa entidade enfadonha chamada Conmebol, que nada nos oferece em troca das nossas rendas de bilheteria e direitos de transmissão. O momento é de limpeza no futebol mundial…

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Wagner Moribe

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