banner_sou_tricolor_2Fatos da semana – 12/06 a 18/06

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Chapecoense x São Paulo – “Ganhou está ótimo, perdeu está péssimo”. As análises sobre o futebol precisam ser mais profundas do que isso.

Para exemplificar: do mesmo jeito que achei que o São Paulo não merecia ter perdido o jogo para o SCCP, válido pela 1ª fase do Campeonato Paulista deste ano; vi um time totalmente apático na partida contra a Chapecoense, com NENHUMA oportunidade de gol criada, já que o nosso tento foi marcado de forma espírita, em um belo e improvável chute de longe de Souza.

Antes de aprofundar a discussão sobre nosso último jogo, reexplico algumas das minhas opiniões, que muitos parecem não ter entendido: NÃO, ainda não acho que deveríamos ter contratado um técnico estrangeiro; SIM, acho que perdemos a chance de trazer pelo menos três bons técnicos brasileiros “disponíveis” no mercado (Marcelo Oliveira, Luxa e Cuca); SIM, penso que Juan Carlos Osório começa bem seu caminho no São Paulo, baseando me mais no que vi em suas entrevistas e na opinião de jogadores do que no pouco tempo de trabalho dentro de campo efetivamente; e SIM, torcerei e muito pelo êxito do colombiano no Tricolor.

Dito isso, volto a análise do time. Como esta coluna é semanal, avaliarei apenas os jogos realizados nos últimos sete dias, no caso atual apenas a partida contra a Chapecoense. O bom futebol apresentado contra o Grêmio, apesar de estar envolvido no contexto ‘Efeito Osório’, ficou para trás.

Jogar em Chapecó é atualmente uma das tarefas mais difíceis para os times da Série A do Brasileirão, comparável talvez aos confrontos no Beira-Rio, Horto e Itaquera (Morumbi tem sido um patamar acima). O São Paulo viajou à Santa Catarina, conseguiu sua primeira vitória fora de casa e assumiu a liderança do campeonato, mesmo cheio de desfalques como Paulo Miranda, Denilson, Ganso e Centurion. Tudo isso é muito louvável. Mesmo.

O que me preocupou no sábado foi a qualidade do futebol apresentado e, mais do que isso, as já por mim temidas inovações táticas adotadas por Osório. A leitura de jogo, percebendo que a Chapecoense ataca pelos lados, apesar de não tão genial como muitos disseram (incluindo Cleber Machado), foi válida. O que fazer com essa informação é que é o ponto.

São duas as opções mais básicas: ou você ataca pelas pontas, obrigando os alas adversários a não subirem tanto; ou você reforça a marcação no setor e espera a ação dos rivais. Osório optou pela 2ª alternativa, o que me preocupa. Os adversários é que devem se adaptar ao São Paulo, e não o contrário.

Será que toda vez que enfrentarmos times com laterais ofensivos, teremos Carlinhos+Reinaldo e Thiago Mendes+Bruno? O que ocorrerá quando, ao invés dos modestos Apodi e Dener Assunção, tivermos pela frente Lucas e Egídio na Peppa Arena, ou Mayke e Fabricio no Mineirão, por exemplo?

O resultado da escalação de Osório foi um time acuado, um Luis Fabiano isolado, um Michel Bastos improdutivo e zero chances de gol.

É cedo para tirarmos conclusões, mas a minha confiança em ver a postura e humildade de Juan Carlos Osório é do mesmo tamanho do temor em ver um técnico que não define um time titular e treina com Rogério Ceni de volante e o goleiro Léo de centroavante (fez isso ontem).

Fico feliz que tenhamos vencido e assumido a liderança do Brasileirão, e espero que essa motivação nos faça emendar um inicio arrasador de campeonato. Mas temos muitas coisas a ajustar se quisermos pensar em título.

Breno – A melhor noticia da semana: Breno bem nos treinos, com previsão de retorno cada vez mais cedo. Mérito de Osório, que anda olhando o nosso beque com carinho. Nosso técnico parece mesmo ter esse estilo agregador, não só no jeito que conversa com os atletas, mas também por deixar claro para cada um, como são importantes para o grupo. Assim foi com Breno; com Luiz Araújo, ao ser alçado ao time de cima; e com Ganso, Rodrigo Caio e Denilson, aos quais Osório pediu a permanência.

No caso de Breno, ponto também para a diretoria que, segundo veiculou a imprensa nesta quarta-feira, está perto de renovar o contrato do zagueiro. Válido!

Lotar o Morumbi – Líder do campeonato e um jogo contra o modesto Avaí, para dispararmos de vez no Brasileirão. Chegou a hora da torcida comparecer em peso ao Morumbi no domingo, às 16 horas. Não podemos nem pensar em perder pontos para o time de Gustavo Kuerten. A hora é de embalar!!

“Problemas pessoais” – No último sábado, Juan Carlos Osório teve que lidar com os desfalques de Denilson e Centurion, segundo o clube por conta de “problemas pessoais”. Contra o Inter, quem havia pedido dispensa era Ganso pois, segundo disseram alguns veículos da imprensa, seu sogro enfrentava problemas de saúde.

Não quero julgar a veracidade das informações, nem o nível de problema de cada um. E acho válido o São Paulo se dispor a liberar os jogadores, desde que estes realmente precisem. Só que três casos em duas semanas me parecem coincidência demais para tanto problema.

Desgraças e infelicidades, todos nós que trabalhamos eventualmente temos que lidar, e nem por isso deixamos de assumir os compromissos profissionais do dia a dia. Nosso volante Souza, por exemplo, mesmo com a descoberta de câncer na mãe, continua jogando e não fugiu da raia na hora de bater o seu pênalti contra o Cruzeiro.

Não acho que só casos mais graves que este é que merecem a dispensa. Se há necessidade real, que fique em casa. Só peço que vocês atletas lembrem a grandeza e as responsabilidades de vocês, empregados do São Paulo Futebol Clube, de milhões de torcedores mundo afora.

Luis Fabiano – Se o papo é desfalque, um assunto que deve nos preocupar é Luis Fabiano. Com a lesão de Alan Kardec, a possível saída de Alexandre Pato e muitos jovens da base no elenco, o Fabuloso deve ser o nosso centroavante titular nos próximos meses. E é aí que reside o problema.

Nosso camisa 9 havia conseguido dar uma amenizada nos cartões, até antes do Campeonato Brasileiro. Daquela expulsão contra o Huachipato, pela Sulamericana de 2014, até a estreia no Brasileirão contra o Flamengo, Luis Fabiano acumulava 26 jogos, com 4 cartões amarelos e 1 vermelho. Em compensação, nos 6 jogos seguintes, Fabuloso já levou outros 3 amarelos, e inclusive desfalca o Tricolor na partida contra o Avaí.

A explicação para a volta das advertências são duas: o esdrúxulo excesso de rigor que a CBF impôs contra as reclamações com os árbitros; e a chegada de Osório, que pede em suas escalações que todos os jogadores, incluindo o centroavante, marquem muito.

Todos os três cartões tomados por Fabuloso foram originados ou por reclamação ou com ele tentando roubar bola do adversário. Como é impossível mudar as exigências do órgão de Marco Polo Del Nero, precisamos resolver o caso das advertências por faltas. Luis Fabiano não tem cacoete de marcador e quase sempre excede na força quando joga sem a bola. Ou Osório dá um refresco de obrigação defensiva ao nosso camisa 9, ou terá muito trabalho para ensinar Luis Fabiano a marcar ou encontrar substitutos no elenco.

Alexandre Pato – A questão é simples: o combinado não sai caro. Se a lei diz que após 3 meses sem salários, o jogador tem direito a rescisão contratual, que assim seja. Caso a Justiça decida que direitos de imagem são salários, infelizmente, perderemos Alexandre Pato.

Se o nosso camisa 11 tem ou não proposta de fora, não vem ao caso. Ele tem direito de escolher seu destino, se estiver livre de vínculos com qualquer clube.

Só que também existe uma coisa chamada gratidão. E isso Pato nos deve. Aceitamos um atacante em baixa, vivendo no inferno de sua relação com seu antigo clube, e lhe realçamos ao posto de bom jogador, pelo menos. Claro, mérito do atacante também. Soube aproveitar a chance que lhe demos.

Não acho que só por causa dessa gratidão, Pato tem que ficar no São Paulo. Mas acho que poderia ter informado o clube antes, até para que ele se preparasse com antecedência, contratando uma reposição para o seu lugar por exemplo. Mas Pato continua conduzindo mal a sua carreira, e provavelmente sairá do Tricolor com mais uma porta de clube fechada. Se não quer ficar, vai tarde!!

Agora a parte mais importante: se realmente Pato tiver seu vínculo encerrado com o time de Itaquera, em quanto, financeiramente falando, seremos ressarcidos? Não vi nenhum jornalista esportivo questionando isso, exceção feita a Velloso, ex-goleiro e atualmente comentarista do programa do Neto na Bandsposrts, no qual Aidar participou na última segunda-feira. A resposta de nosso presidente foi vaga, não sei por desconhecimento ou se por vergonha de dizer que não há cláusula de ressarcimento.

A troca do atacante por Jadson foi fechado ainda à época da gestão de Juvenal Juvêncio, que não é um jurista como Carlos Miguel Aidar. Mesmo assim, me recuso a acreditar que fechamos um acordo sem prever que nosso rival poderia ter problemas para pagar os R$ 400 mil mensais de Pato.

De qualquer forma, mesmo sem a tal cláusula, acho que o caso poderia ser levado a Justiça. Aidar deve saber disso. Enquanto isso, é bom que ele comece sua caça a um atacante de ponta. Só com Luis Fabiano e os garotos, não vamos chegar a lugar algum…

Denilson e Paulo Miranda – É lamentável que tenhamos tantos jogadores despertando interesse de fora ao mesmo tempo, e nem considero ambos tão ruins quanto se fala, especialmente Denilson. Mas é preciso saber aproveitar as oportunidades de negócio que nos aparecem e, em tempos de crise financeira, é preciso sim vender jogadores, tal qual ocorreu com Rodrigo Caio.

É oportunidade também de dar uma reciclada nesse time, que anda cheio de jogadores já aparentemente sem mais o que dar ao São Paulo.

Antes de se pensar em contratações porém é preciso se fazer uma reflexão sobre a real necessidade de jogadores para as posições. Se para a zaga uma contratação parece obrigatória, para volante a necessidade não é a mesma.

Com Hudson, Souza, Thiago Mendes e Wesley, acho que fecharíamos bem o setor com os retornos de João Schmidt e Wellington. Tem também Gustvao Hebling, crias de Cotia que se resolver sua situação de renovação contratual com o Tricolor, poderia ser integrado ao elenco profissional.

Para a defesa no entanto, a situação é diferente. Com a venda de Paulo Miranda, contaríamos apenas com Rafael Tolói, Lucão, Édson Silva e Dória (por enquanto) para a posição. Com a recusa em se trazer Lugano, vejo um mercado um pouco escasso de defensores disponíveis e viáveis.

Pensando 10 minutos, cheguei aos nomes de Bruno Rodrigo (6 jogos no Brasileiro pelo Cruzeiro), Naldo(Wolfsburg), Alex(Milan), Luisão(Benfica), Danilo(Udinese) e Coates (Sunderland). Mas quem sabe o colombiano não tenha alguém para nos indicar?

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Wagner Moribe

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