banner_sou_tricolor_2

Fatos da semana – 05/06 a 11/06

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Juan Carlos Osório – Ótimo inicio de Juan Carlos Osório no comando do São Paulo. Não tanto pelo trabalho feito dentro de campo, já que ainda não houve tempo hábil para grandes alterações tácticas, mas sim pela mudança no ambiente do clube.

Com menos de duas semanas no cargo, o treinador colombiano, que já havia conquistado a simpatia de imprensa e torcida em sua apresentação, parece agora já contar com o carinho de direção e atletas. O efeito disso pode ser visto no último sábado, depois do jogo contra o Grêmio, na série de elogios feitos pelos jogadores ao nosso novo técnico.

Dentro de campo, o principal ganho até agora foi no comprometimento dos atletas na marcação (incluindo Luis Fabiano), conquistado através da humildade, simpatia e demonstração de conhecimento de Osório.

No mais, poucas diferenças puderam ser notadas entre os jogos contra o Santos, ainda sob comando de Milton Cruz; e Grêmio, já sob direção do colombiano. Duas partidas muito parecidas, com o Tricolor dominando as ações e tomando sustos na defesa apenas com erros individuais isolados.

Além da marcação pressão na saída de jogo do adversário, Osório destacou dois meias do antigo esquema Muricy/Milton Cruz para serem quase que pontas mesmo, especialmente quando em posse da bola. Souza também foi destacado para uma linha a frente da de Denilson, fazendo com que o Tricolor atuasse em um 4-1-2-3 atacando e 4-1-4-1 defendendo. Isso na visão deste colunista, presente ao frio e vazio Morumbi (para minha surpresa), no sábado.

Outras mudanças positivas foram as voltas ao time titular de Rodrigo Caio, tão cobrada por esta coluna e ocasionada também por conta das ausências de Lucão, Tolói e Paulo Miranda; e do lateral-esquerdo Carlinhos, muito bem nos últimos 2 jogos.

De negativo, a desnecessária entrada de Reinaldo no lugar do cansado Michel Bastos, quando se tinha Centurion e João Paulo no banco de reservas. Carlinhos pode jogar mais a frente sem problemas, desde que não haja soluções melhores. Não era o caso. Carlinhos pode, e não deve jogar na meia. Continuo temendo o potencial Carpegianni existente em Osório.

Enfim, apesar da pulga atrás da orelha, reconheço, foram muito promissores os primeiros dias de Juan Carlos Osório no Maior do Mundo. Caberá ao colombiano agora um desafio muito difícil, do qual Muricy e Milton Cruz não foram capazes de resolver: fazer esse time do São Paulo aprender a ganhar jogos fora de casa.

A primeira chance está aí, contra a Chapecoense, 100% de aproveitamento na Arena Condá, no sábado. Boa sorte, Osório.

Evolução – Impossível determinar se um time vai bem porque os jogadores tem boas atuações, ou se os jogadores tem boas atuações porque o time está bem. É o dilema do ovo e da galinha.

Fato é que a mudança de postura do São Paulo nas últimas semanas coincide com boas fases de 4 jogadores: Bruno, que desde a vitória contra o SCCP vem tendo ótimas atuações; Souza, que depois de um péssimo começo de ano, vem melhorando aos poucos seu nível de atuação; Dória, que parece ter precisado de uns meses para enfim retomar o ritmo de jogo; e Carlinhos, que depois de sofrer com lesões, finalmente estreou pelo Tricolor no clássico contra o Santos, para alegria de quem, como eu, não aguenta mais ver o Reinaldo jogando.

Com todas essas evoluções, vejo que o único jogador que continua devendo futebol em 2015 é Paulo Henrique Ganso. Quem sabe Osório não dá um jeito?

Rogério Ceni – Um zero a zero contra o Inter em Porto Alegre, com direito a duas defesaças, uma delas lembrando aquela feita na falta batida por Gerrard, em 2005. Uma falha contra o Santos, compensada por uma defesa de pênalti e o gol da vitória. E para fechar a semana, outro gol de pênalti contra o Grêmio, em jogo em que foi um mero espectador.

Lembrando que Rogério Ceni já havia tido boas atuações contra Flamengo e Ponte Preta.

Se Bruno, Dória, Carlinhos, Michel Bastos e companhia vem jogando bem, o que dizer do M1to??

Um belo final de carreira para nosso capitão, e um belo chupa para quem tanto pediu sua aposentadoria, por achar que ele está ‘velho’.

Campeonato Brasileiro – Atlético MG, Cruzeiro (reanimado por Luxemburgo) e Inter (se não vencer a Libertadores), são os nossos adversários na luta pelo heptacampeonato. A SEP, agora comandada por Marcelo Oliveira, também entra na briga, na minha opinião.

O time verde tem um elenco recheado de jogadores de nível razoável para bom, sem grandes destaques. Mas o que era o Cruzeiro, campeão brasileiro nas últimas duas temporadas e dirigido pelo mesmo Marcelo Oliveira, se não exatamente um time de jogadores de nível razoável para bom, sem grandes destaques?

Santos e Fluminense também tem bons times titulares (apesar do Santos ainda poder perder Lucas Lima e Robinho) mas, além dos elencos não terem reposições a altura, os seus atuais treinadores não possuem competência para levar as equipes a sonhar com algo maior.

Palpite: título entre São Paulo e mineiros.

Rodrigo Caio – Nosso camisa 3 está de saída. Não se trata exatamente de um craque, mas Rodrigo Caio é muito bom jogador e, aposto e ganho, tem futuro vitorioso na Europa e com a camisa da Seleção Brasileira.

Cria da base e são-paulino de coração, o volante/zagueiro foi, ao meu ver, o único que se salvou daquela desastrosa temporada de 2013, ao lado do Aloisio Boi Bandido. Muito da nossa permanência na Série A se deve a Rodrigo Caio.

Agora, justamente no período em que vem recuperando seu espaço no time, terá que sair para salvar os cofres do clube. Que assim seja. Boa sorte, Rodrigo Caio!

João Paulo – Se um vai, o outro parece que fica. A proposta, aparentemente ainda não concretizada, de 4,5 milhões de euros, não deverá ser aceita pela diretoria Tricolor.

Eu sinceramente não tenho opinião formada sobre o assunto. O clube precisa de dinheiro, e João Paulo ainda não passa de uma promessa. Já vimos recentemente casos de ‘joias’ que não vingaram, como Henrique, Lucas Gaucho e Lucas Farias, por exemplo. Além disso, continuaríamos com boas apostas para o ataque no elenco, como Ewandro e Joanderson.

Por outro lado, João Paulo me parece realmente a melhor entre todas estas promessas. E segurar um atacante de salário baixo no plantel, apostando em seu sucesso e evitando gastos com uma contratação de fora, que fatalmente viria para o seu lugar, pode ser uma boa.

O negócio é, caso se opte pela permanência de João Paulo, seguir dando oportunidades ao jogador. Não se pode desanimar e descartar o jogador por causa de meia-dúzia de partidas ruins, como já foi feito por exemplo com Casemiro, João Schmidt e, mais recentemente, Auro.

Brasileiro Sub-20 – Falando em promessas, quem tem acompanhado a campanha do Tricolorzinho no Campeonato Brasileiro sub-20 deve estar frustrado.

Com um empate em Curitiba contra o Atlético PR, e uma derrota por 3 a 0 para o Inter no Morumbi, o São Paulo está praticamente eliminado da competição. O técnico Juan Carlos Osório e o agora assistente Milton Cruz inclusive estiveram no Templo Sagrado na última terça-feira para ver nossos meninos serem massacrados pelo time de Porto Alegre. Vale lembrar que o São Paulo utiliza jogadores mais jovens do que as demais equipes da competição, além de abrir mão da regra que permite escalar 3 jogadores com idade acima dos 20 anos.

Mas se muitos defeitos foram apresentados pela equipe diante do Internacional, um jogador especificamente há de se exaltar. O atacante Luiz Araújo, que já tinha chamado minha atenção na Copa São Paulo, foi bem de novo na terça. Ele também já havia sido o artilheiro do São Paulo e 3º maior da última Copa Ouro, espécie de campeonato paulista da categoria. Hábil e veloz, o canhotinho já demonstrava que poderia ter uma chance no time de cima, especialmente na escassez de atacantes de lado do elenco profissional. Não deu outra. Nesta quarta-feira, Osório convocou o garoto para treinar no CT da Barra Funda e integrar o elenco profissional. Boa, Osório!!

Mundial Sub-20 – Qual a chance de algum clube brasileiro ter enviado olheiros para acompanhar o Mundial Sub-20 in loco na Nova Zelândia?

Já falei sobre isso em outras colunas: a necessidade das equipes nacionais (ou melhor, o São Paulo) estar atento aos campeonatos internacionais das categorias de base. Acho válido abrirmos os olhos ao mercado sulamericano e passarmos a enxergar Centurions e Buffarinis (como se tem comentado), mas quão mais barato nos sairia trazê-los quando ainda jovens em potencial??

Só para citar alguns exemplos: De Arrascaeta, hoje no Cruzeiro, foi destaque na campanha do Uruguai, vice-campeão mundial de 2013, quando ainda jogava no Defensor; Lamela, ainda no River Plate, foi bem no Mundial Sub-20 de 2011; enquanto que o torneio de 2007 revelou ao mundo craques como Di Maria (ainda no Rosário Central), Arturo Vidal (Colo-Colo) e Cavani (à época no Danúbio).

Minha sugestão de ‘garimpagem’ de jogadores aliás, vai além das categorias de base. Na minha opinião, o Tricolor deveria manter olheiros permanentes, viajando entre América do Sul e África, reconhecidos berços de craques. Há muitos casos de jogadores que acabam vingando mesmo sem passagens por seleções de base.

Os europeus já aprenderam isso: a facilidade de se descobrir um Suarez, um James Rodriguez e um Falcão Garcia nos nossos vizinhos, ou um Eto´o, um Drogba e um Yaya Toure em terras africanas. Observar, comprar barato, e vender caro. Isso é modernização de gestão…

Página do Carlos Miguel Aidar – Curtam, comentem e compartilhem a página do nosso presidente no Facebook:

https://www.facebook.com/pages/Carlos-Miguel-Aidar/745533575534551?ref=aymt_homepage_panel

Wagner Moribe

wmoribe@hotmail.com

twitter.com/wmoribe