26 de fevereiro de 1978, o São Paulo enfrentaria o Operário de Campo Grande, no Morumbi, pelas semifinais do campeonato brasileiro de 1977.

A equipe do Mato Grosso era liderada pelo goleiro Manga, atual bicampeão brasileiro pelo Internacional, e já tinha eliminado o Palmeiras na fase anterior.

Quanto ao tricolor, tínhamos chegado até aquela fase meio que aos trancos e barrancos.

Ainda assim éramos os favoritos e venceríamos sem grandes dificuldades.

Jogo sem risco era a receita para o meu pai me levar ao estádio, coisa de são paulino.

Eu, meu pai e um amigo dele, Milton, chegamos por volta de duas horas antes do começo do jogo.

Ficamos por volta de uma hora tentando entrar em um dos acessos a arquibancada.

Impossível.

Ao todo mais de 109 mil pessoas estiveram no Morumbi naquele dia.

A nós, restou voltar para casa e ouvir o jogo pelo rádio.

Em campo, o que se viu foi um jogado amarrado, que acabou sem gols em seu primeiro tempo.

Após o intervalo, pouca coisa mudou, e o placar continuava 0 a 0.

Teríamos que achar um gol, e ele veio após uma magistral jogada ensaiada.

Aos 32 minutos do segundo tempo, Chicão cobrou uma falta, apenas encobrindo a barreira, para lançar Serginho que saíra correndo em direção ao gol.

Chulapa deu um chutaço de primeira, sem chances para Manga, para a sorte dele, pois teria ido para dentro do gol junto com a bola.

A porteira estava aberta.

Aos 42 minutos do segundo tempo, coube a Neca ampliar o placar, 2 a 0.

Após reclamações dos jogadores do Operário, sem razão, de impedimento, um deles foi expulso, e por conta disso, foi preciso dar mais alguns minutos de acréscimo.

Foi durante este tempo, que após escanteio cobrado por Zé Sérgio, Chulapa, de cabeça, marcou o terceiro gol.

Foram 3 gols em menos de 15 minutos, a classificação para a final estava garantida.

Em 1° de março, no jogo de volta, perdemos por 1 a 0, e desta forma, passamos o ultimo obstáculo em busca de nosso primeiro título brasileiro, contra o invicto Atlético no Mineirão.