O maior jogador que vi jogar com a camisa do tricolor.

Rápido, habilidoso, matador… impossível enumerar todas as qualidades de Careca.

Contratado junto ao Guarani em 1983 sofreu com muitas contusões e demorou a engrenar com a nossa camisa.

Chegou a ser considerado um bonde, nome dado a jogadores contratados a peso de ouro, mas que fracassam em sua nova equipe.

A partir do segundo semestre de 1985, no entanto, só deu ele.

Foi o maior nome da equipe campeã paulista daquele ano.

Convocado para a seleção brasileira seria, enfim, o titular absoluto da equipe de Telê Santana, quatro anos depois de ter sido cortado, por contusão, às vésperas da Copa do Mundo de 1982 na Espanha.

Maior jogador brasileiro na Copa do Mundo de 1986, o seu caminho para a Europa já estava traçado.

Jogador com muita personalidade, não temia “em dar a cara a tapa”.

Insatisfeito por conta da CBF não ter pagado os valores de premiação aos integrantes da seleção, chamou os jornalistas e prometeu que faria o gol “me paga eu, pelo amor de Deus” no clássico frente o Santos em 19 de outubro daquele ano, em partida válida pelo campeonato brasileiro.

O São Paulo passou por cima da equipe santista com uma vitória tranquila de 2 a 0, com gols de Silas e Pita.

Ao final do jogo, a imprensa foi atrás de Careca, para destacar o fato dele não ter cumprido sua promessa de gol.

Careca, não se esquivou, e de bate pronto respondeu: “assim como os cartolas da CBF, também dei cano…”

Mais alguns dias, em 22 de outubro, eis que o gol prometido saiu, em nova vitória tricolor por 2 a 0, desta vez frente o Bangu.

Tudo isso foi apenas uma pequena prévia do que faria até o final do campeonato.

Tê-lo na equipe era uma covardia com os nossos adversários, ainda mais com um time que já tinha Oscar, Dario Pereyra, Muller, Pita, Sila Sidney e tantos outros.

José Renato