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As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Juan Carlos Osório – Deus sabe como torcerei para estar errado, mas acho que jogamos nossas chances de título brasileiro no lixo, ao contratar Juan Carlos Osório.

Nada contra o colombiano, que inclusive me pareceu ser muito correto em sua atitude enquanto funcionário do Atlético Nacional. O problema é mais embaixo.

Nas colunas anteriores, eu falei a respeito do problema de se contratar um técnico de fora com a temporada já em andamento. Alguem que não conheça o nosso elenco a fundo, nem nossos adversários, nem nossa história ou nossas raízes. Mas como essa minha tese já foi contestada o suficiente pelos leitores, vamos nos ater ao lado mais prático de Osório, o seu trabalho dentro de campo.

Tenho lido e ouvido um grande apanhado de opiniões vagas sobre o treinador, na imprensa e, principalmente, na torcida. Daquele tipo que fica feliz quando contratamos Cañete(o novo Riquelme), Adrian Gonzalez (o novo Arce) ou Centurion (o novo Di Maria), mesmo sem ter visto 2 jogos completos de cada um.

É quase impossível que se tenha uma opinião bem embasada sobre Juan Carlos Osório se você mora no Brasil. A base de dados para análise fica quase que limitada aos jogos do Atlético Nacional que eventualmente se assistiu na Libertadores, as estatísticas encontradas na internet e as opiniões dubitáveis de quem se julga acompanhante fiel do time colombiano. Pouco.

E mesmo que sejam corretas, as análises que encontrei por aí sobre Osório me deixaram preocupado. Vem de campanhas com títulos na Colômbia e costuma vencer clássicos, isso é ótimo, mas essa história de nunca ter repetido escalação e de gostar de formações táticas incomuns e de jogadores polivalentes não me animou em nada. Me parecia a descrição de um Paulo César Carpegianni da vida.

Com Vanderlei Luxemburgo no mercado, e Marcelo Oliveira entrando na corda bamba, eu não teria pensado duas vezes em trazer um dos dois para o Morumbi. Mas veio o colombiano, e já estou na torcida para que me faça ter vergonha desse texto no futuro.

Posso entender quem celebra Osório para fugir da mesmice. Eu não entendo quem celebra Osório na certeza de qualidade.

Quintal do Aidar – É justo que o presidente de qualquer empresa ou instituição contrate quem ele quiser para trabalhar em sua equipe. Como é justo que o mesmo dispense quem ele achar que não tem mais serventia para o seu grupo.

O problema são os meios que Aidar tem arranjado para fazer isso no São Paulo. Quem acompanha, mesmo que superficialmente, as noticias dos bastidores do clube, sabe que as mudanças postas em prática pelo presidente nas últimas semanas estão anunciadas pelo menos desde janeiro. Aidar tem procurado as brechas que lhe permitam limar as forças do grupo e iniciar a instalação de seu feudo. Assim foi com Muricy Ramalho e com Gustavo de Oliveira, assim será com Milton Cruz e Luis Fabiano.

Demitir Gustavo de Oliveira faz parecer que o insucesso do time em 2015 é culpa exclusiva da diretoria de futebol. Se “esquece” por exemplo dos salários em atraso, da péssima política de venda de ingressos e das declarações bombásticas na imprensa, que só atrapalham o andamento do time.

Vale lembrar que em janeiro, todos (torcida, imprensa E presidente) diziam que tínhamos montado o melhor elenco do país.

Não bastasse assistirmos a demissão incoerente de Gustavo de Oliveira, ainda somos informados de que a dispensa fez Raí cortar relações com a atual diretoria. Parabens, Aidar.

Luis Fabiano, se uma oferta chegar, deverá ser liberado, com o apoio (não o meu) de boa parte da torcida. A Milton Cruz, segundo o globo.com, foi oferecido o comando de Cotia. Ao meu ver, nosso interino já faz hora extra no clube, mas a forma com que estão lhe limando é o que incomoda. Que saudades do São Paulo de outrora.

Rogério Ceni – Temos lido e ouvido as mais diversas especulações a respeito do final de carreira de Rogério Ceni. Seja lá como for, é preciso ouvir o gosto do nosso capitão.

Jogando ainda em bom nível, o M1to tem o direito de decidir se seu último jogo será contra o Cruzeiro em 26 de julho, ou em dezembro, ao final do Brasileirão. Se o seu desempenho estivesse comprometendo, essa livre escolha poderia até ser questionada, mas não é esse o caso.

No meu exercício de achismo, creio que Rogério Ceni não pensaria duas vezes em estender seu vínculo, caso o São Paulo em agosto esteja lutando pelas primeiras colocações ou contra o rebaixamento. Na primeira hipótese, ficaria para tentar o último título de sua carreira. Na segunda, para ajudar o time a se livrar do descenso.

De qualquer forma, o problema que se especula por aí diz respeito a falta de vontade de Aidar em prorrogar o contrato de Rogério. Seria a continuação do seu processo de remodelação do clube, que já vitimou Muricy Ramalho e Gustavo de Oliveira, e que tem como próximos alvos Milton Cruz, Luis Fabiano, e o M1to. Mas se o presidente encontrou os motivos que tanto queria para dispensar os 4 primeiros, com Rogério, o buraco é mais embaixo, e ele sabe disso. Aposto e ganho, basta Rogério expressar publicamente (o que não é de seu feitio) o seu desejo de prosseguir, e Aidar não terá como negar. Que assim seja.

Enquanto a decisão não rola, cabe lembrar que, caso a despedida de Rogério Ceni ocorra mesmo em julho, não temos ainda nenhuma ideia oriunda do departamento de marketing. Esta coluna lembrará o assunto a cada semana.

Dória x Balanta – O zagueiro Dória, tão aguardado nos lados do Morumbi, ainda não conseguiu repetir no Tricolor as atuações dos tempos de Botafogo. Com apenas 12 jogos realizados até agora pelo São Paulo, e no máximo mais 6 a fazer até o final de seu contrato de empréstimo, a permanência do jogador é uma incógnita.

Se é verdade que ainda não correspondeu, mas também é verdade que ainda pode evoluir. Fato é que, caso o Olympique de Marseille realmente solicite o retorno de Dória, o São Paulo terá que ir ao mercado, atrás de um zagueiro.

Sem o camisa 26, teremos como opções para o setor Rafael Tolói, Lucão, Paulo Miranda, Rodrigo Caio e Édson Silva (que, segundo dizem, pode sair no meio do ano também). Muito pouco. Por mais que eu também defenda o retorno imediato de Rodrigo Caio ao time titular, 4 zagueiros no elenco é pouco. Precisaremos de um defensor, de preferência que jogue na esquerda.

Temos o jovem Hugo na equipe sub-20, que poderia ser alçado ao time principal. Mas a carência é por um zagueiro que chegue para ser titular. O problema é que, analisando as opções no mercado, e diante da crise financeira do clube, não encontrei grandes opções.

Alex (Milan) é inviável pelo preço. Luan (Vasco) é jovem e está em alta, o que também dificulta negócio. Nathan não tem jogado no SEP, e é um jogador que me agrada, mas não sei se chegaria para tomar conta da posição.

Não seria a oportunidade de tentar o Balanta novamente?? Quem sabe o colombiano Juan Osório não ajude nessa negociação, ou ao menos tenha outro zagueiro estrangeiro para nos indicar??

Diego Lugano – Um nome que novamente começou a pipocar nesta semana foi o de Diego Lugano. O zagueiro uruguaio teria dado uma entrevista na qual reafirmava seu interesse em encerrar sua carreira no Tricolor.

É complicado. Emoção versus a razão. Lugano fez 7 jogos desde a Copa do Mundo de 2014, um deles que inclusive lhe rendeu o título de craque da rodada no campeonato sueco. Muito pouco.

Quem sabe um contrato simbólico, até o final do ano, com o uruguaio jogando apenas quando estiver bem, tal qual deve ocorrer com Breno, por exemplo. Mais ou menos como foi com Evair no SEP em 1999 ou com Gilberto Silva no Atlético-MG em 2013. Ambos com história no clube, entravam de vez em quando, e acabaram contribuindo com um título de Libertadores.

Ganharíamos uma referência no clube, tal qual Kaká em 2014, e ainda acrescentaríamos uma ótima fonte de renda com o marketing. Chegando para compor, e não como solução, Lugano pode sim, e muito, contribuir par ao crescimento desta equipe.

Wellington – Nosso volante voltou aos treinos do Inter nesta semana, e logo estará a disposição de Diego Aguirre. As informações da imprensa dão conta de que o time gaúcho tentará prorrogar o empréstimo de Wellington, que vence em julho, pelo menos até o final do ano.

A posição de volante, na minha opinião, é a mais bem servida no atual elenco Tricolor. Wellington, se retornasse agora, teria que brigar e muito com Denilson, Souza, Hudson, Rodrigo Caio, Wesley e Thiago Mendes por um lugar ao sol. O problema é que ao meu ver, o Inter é concorrente direto e certo pelo título e vaga na Libertadores. O ideal ao meu ver seria o seu retorno, mesmo que para voltar aos poucos, ou o empréstimo a outra equipe nacional mais fraca.

Régis e Gabriel Xavier – Um é veloz, conduz a bola com facilidade, e tem no drible a principal característica. Uma mistura de Marlos e Lucas Lima, pelo menos no estilo de jogo. Depois de ótimas passagens por América-RN e Chapecoense, chegou no ano passado ao Sport sob grandes expectativas. Demorou a decolar, mas nas últimas semanas, tem chamado atenção do futebol brasileiro com boas atuações no excelente inicio da equipe pernambucana no campeonato nacional.

O segundo segue um estilo mais futebol de salão, com dribles curtos e passes. Uma espécie de Felipe (ex-Vasco da Gama). Passou pela Portuguesa antes de ser contratado pelo Cruzeiro, onde aos poucos vai ganhando espaço e conquistando a torcida e a imprensa de Belo Horizonte.

Em comum, além da fama recente e da habilidade na perna esquerda, o subaproveitamento no período de São Paulo Futebol Clube.

Me lembro de acompanhar jogos do Tricolor sub-20 em que Régis, fazendo dupla de ataque com Alfredo, comandava a equipe. Me chamava a atenção a habilidade do jogador, e a falta de aproveitamento no time principal. Para ilustrar o que eu digo: foram 5 gols em 10 jogos da Série B pelo América de Natal e 8 gols em 16 jogos pela Chapecoense. No Sport Recife, após um período irregular, o meia-atacante soma por exemplo 4 gols nos últimos 11 jogos, quase sempre saindo do banco de reservas. Lembrando que o Tricolor ainda tem algum percentual dos direitos federativos do jogador de apenas 22 anos.

De Gabriel Xavier, confesso, eu nunca havia ouvido falar até ler a noticia de que o Cruzeiro estava tirando o jogador da Lusa. Depois de ouvir elogios sobre ele nos programas esportivos, me dispus a assistir alguns jogos e analisar o seu histórico. Mais do que o bom futebol, me chocou descobrir que o garoto foi dispensado pelo São Paulo em 2011 por causa da baixa estatura. (Gabriel Xavier tem 1,70m)

Dois casos que refletem bem a falta de visão dos dirigentes que tem comandado o Tricolor nos últimos anos. Cotia, que tantos frutos nos dá, poderia ser ainda mais útil, não fosse a incompetência de nossos diretores. Enquanto isso, sofremos com Paulos Mirandas, Reinaldos e Jonathans Cafús da vida…

Gustavo Hebling – Pegando carona no assunto de cima, circulou pela imprensa na última semana a notícia de que a diretoria do São Paulo afastou o garoto Gustavo Hebling, por conta da falta de acordo na renovação do contrato do atleta, que acaba agora em junho. Oficialmente, o clube nega.

Verdade ou não, o fato é que o São Paulo tem sido negligente com todas as suas promessas da base. Não a toa, tivemos dificuldades para renovar os contratos de jogadores como Lucas Farias, Lucão, Auro, João Paulo, Joanderson e, agora, Gustavo Hebling.

Reconheço que muitas vezes, os olhos gordos de pais e empresários realmente dificultem o processo, que deveria ocorrer mais naturalmente. Mas também é fácil de se deduzir que não se deve coloca atleta da base para jogar Copa São Paulo ou já no time de cima. Isso valoriza demais a pedida financeira.

A verdade é que precisamos de técnicos e diretores mais eficientes em Cotia, com o olhar suficientemente apurado para saber em que atletas é interessante se apostar e firmar contratos longos, antes de coloca-los em ação nas grandes vitrines. Não adianta sustentar um CT de primeiro mundo, não-aliado a capacidade humana.

Abilio Diniz – Segundo o jornalista Lauro Jardim, da Revista Veja, o bilionário são-paulino Abílio Diniz estaria negociando com Carlos Miguel Aidar para gerir as finanças do clube. Em troca, o empresário gostaria e ter participação mais ativa no departamento de futebol do Tricolor.

Minha opinião: sr.Abilio Diniz, se quer tanto ajudar o time que você diz amar, faça como o Vinicius Pinotti e capitalize ações para o clube. “Gestão financeira” em troca de poderes no futebol ao senhor, que vive falando merda por aí e conturbando o ambiente do Morumbi, é MUITO pouco. A torcida agradece.

Página do Carlos Miguel Aidar – Curtam, comentem e compartilhem a página do nosso presidente no Facebook:

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Wagner Moribe

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