A aposta do São Paulo na contratação do técnico colombiano Juan Carlos Osorio, de 53 anos, é muito válida. Se vai dar certo ou não, é outra história e não dependerá apenas do trabalho do comandante, mas também e MUITO do próprio São Paulo.

O futebol brasileiro, entra ano e sai ano, apresenta o mesmo círculo vicioso que só empobrece o esporte. As mesmas caras, com as mesmas filosofias, muitas delas ultrapassadas, e uma dança das cadeiras que beira o ridículo. Com exceção da solidez de Marcelo Oliveira no Cruzeiro, que foi de Tite em 2012 no Corinthians, e tem sido do Atlético-MG desde Cuca até Levir Culpi, o que vimos de bom nesses últimos anos por aqui?

A principal dúvida é saber se os dirigentes tomaram a atitude com convicção, aspecto essencial no processo que se iniciará com a chegada de Osório ao Brasil. O exemplo veio do outro lado do muro. O Palmeiras mostrou exatamente como não proceder, no caso Ricardo Gareca. Não foi o trabalho do argentino, de pouco menos de três meses e 13 jogos, que foi ruim. Não houve tempo hábil para se julgar com honestide. Ruim foi o modo como o clube brasileiro agiu.

O São Paulo não pode repetir esses erros. Contratar Osorio é apostar em um trabalho que tende a dar frutos no futuro. O São Paulo tem time para ganhar o Campeonato Brasileiro? Tem. Pode fazer isso com Osorio? Pode. Mas os dirigentes precisam entender que há grande chance disso não acontecer e não seria o fim do mundo. O cenário seria o mesmo com qualquer outro nome que chegasse ao clube. Ou qual outro treinador seria garantia de título?

Se as ideias de Osorio impressionaram os dirigentes são-paulinos, ótimo, que ele tenha tempo para aplicá-las. E, principalmente, respaldo de quem comanda. A batalha do treinador contra o comportamento viciado dos jogadores brasileiros não promete ser fácil.

É bom deixar claro que Osorio não tem currículo, nem fama, muito menos a capacidade de um Pep Guardiola, por exemplo. As comparações, feitas inclusive pelo presidente Aidar, tendem a ser ruins. Mas vem respaldado por bons trabalhos, por ideias que surpreenderam até Kaká no ano passado. Sim, o meia que conduziu o São Paulo em seus melhores momentos no ano passado já tinha elogiado o trabalho do colombiano. Bobo ele não é. Tomara que o São Paulo não faça dele um.

Marcio Porto