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As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Juan Carlos Osório – A megalomania de Aidar falou mais alto, e teremos um técnico estrangeiro no comando do Tricolor.

Já cansei de enumerar nesta coluna os motivos para não recorrermos ao mercado internacional para encontrarmos um treinador. Diante do acerto com o colombiano Juan Carlos Osório, repetirei aqui os argumentos.

O grande problema de ser trazer técnicos estrangeiros para atuar no Brasil é a falta de conhecimento destes gringos com relação ao nosso futebol. Não dá para cogitar um Guardiola na Seleção Brasileira ou um Ricardo Gareca na SEP, sem que antes estes passem um bom período estudando o esporte no Brasil.

É preciso um mínimo de base. O cara que comanda o Tricolor precisa saber que jogar no Rio Grande do Sul significa preparar o time para um jogo mais físico, diante do aguerrido futebol gaúcho. O cara que comanda o Tricolor tem que saber da paixão do são paulino pela Libertadores. O cara que comanda o Tricolor tem que conhecer o DNA do futebol do São Paulo, que envolve elementos como um histórico de ótimos jogadores revelados na base (Muller, Silas, Rogério Ceni, Kaká, Lucas), e grandes camisas 10 (Pedro Rocha, Gérson, Pita, Raí).

Apenas alguns exemplos. Seria possível citar outras dezenas de conhecimentos fundamentais para qualquer técnico que queira dirigir o São Paulo. E Juan Carlos Osório, tal qual seria com Alejandro Sabella, Jorge Sampaoli ou Andre Villas Boas, não terá tempo suficiente para se aprofundar. Por mais qualidade que tenha, haverá essa lacuna.

Há quem possa dizer que Milton Cruz, se mantido, estará ao lado do novo técnico justamente para isso. Problema que segue. Há muito tempo o interino demonstra desconhecimento a respeito do São Paulo, seja na falta da indicação de jogadores de qualidade, seja no papelão que anda fazendo no comando do time.

Aidar sofre de uma megalomania, que o faz pensar em técnicos estrangeiros. A mesma que lhe fez prometer cogitar a vinda de Ibrahimovic na campanha eleitoral, e a contratação de um CEO para comandar o clube. Se esquece que, antes de comprar um carro importado 0 km, é preciso arrumar dinheiro para a gasolina.

 A crise – Um goleiro como Rogério Ceni, jogando o que vem jogando; zagueiros como Rafael Tolói e Dória; volantes como Rodrigo Caio, Souza, Hudson e Wesley; meias como Ganso, Michel Bastos e Centurion; e atacantes do quilate de Luis Fabiano, Pato e Alan Kardec. Não citei nenhum de talento questionável, e deixei de fora promessas como Lucão, Boschilia e Thiago Mendes, por exemplo.

Não sei se é o melhor elenco do Brasil, mas tenho certeza de que está, pelo menos, no mesmo nível dos melhores.

Há problemas nas laterais, é possível que muitos digam. Mas será que Bruno e Carlinhos (Reinaldo não é jogador) estão tão distantes de Fagner e Fábio Santos, Mayke e Mena ou Marcos Rocha e Douglas Santos, por exemplo?

O fato é que, neste atual futebol brasileiro, de tão raso nível técnico, a diferença entre os jogadores considerados top e os demais é absolutamente ínfima, tornando-se impossível apontar este ou aquele elenco tão melhor que os outros.

Mas se o elenco não é o problema, porque o desempenho do São Paulo caiu tanto do ano passado para cá? Em dezembro, encerrávamos o Brasileirão jogando bem, na vice-liderança. Em janeiro montávamos o chamado melhor grupo de jogadores do país. Em fevereiro, o time já não prestava.

A minha opinião é que vivemos sob uma avalanche de desânimo e desconfiança, que começou na noite da derrota para o SCCP, na estreia da Libertadores. De lá para cá, tudo desmoronou, com cobranças e críticas excessivas, que refletiram nesse elenco sem personalidade do São Paulo.

Temos jogadores talentosos, mas sem o tal sangue nos olhos. Aquele que corre nas veias dos campeões. Claro, há exceções, como o é Rogério Ceni, por exemplo. Mas a verdade é que, após as saídas de Kaká e Álvaro Pereira, nos sobraram um bando de atletas daqueles que sofrem com a pressão, merecida ou desmedida, que ocorre no Morumbi nos últimos meses.

A solução para isso? Trocar todo o elenco, ou encontrar alguém que traga essa motivação novamente para o elenco. Como a primeira opção é totalmente inviável, que Aidar não perca mais tempo do que já perdeu, e traga um novo comandante. Milton Cruz não é o cara, e nunca será. Será Juan Carlos Osório?

Time bom não cai – Este tópico serve para acalmar os profetas do caos. O título não se refere àquela meia-brincadeira que fazem, de dizer que “time grande não cai”. Times grandes podem até cair. Times com bons jogadores, historicamente não.

Desde que começou a ser disputado por pontos corridos, diversos times dito grandes já caíram no Brasileirão. Todos eles, sem exceção, tinham elencos sofríveis. Citando rapidamente: o Grêmio de 2004 tinha como nomes mais conhecidos Cocito, Cláudio Pitbull, Christian e Anderson, com 16 anos. O Atlético-MG de 2005 apostava no goleiro Bruno, no lateral Rubens Cardoso e em Marques, já no final de carreira. O glorioso SCCP de 2007 vinha de Zelão, Betão e Fábio Ferreira na zaga, Iran na lateral, e os saudosos Finazzi e Clodoaldo no ataque. O Vasco de 2008 era uma porção de jogadores desconhecidos atrás, com o decadente Edmundo e o ainda jovem Alex Teixeira na frente. Por fim, a fortíssima SEP de 2012, de Mauricio Ramos, Maikon Leite, Luan, Tiago Real e Mazinho, entre outros.

A única vez que um time de bons valores caiu, ao meu ver, foi em 2002, com a mesma SEP. A equipe da Barra Funda contava com por exemplo com os goleiros Marcos e Sérgio, os laterais-direito Arce e Léo Moura, os meias Zinho e Pedrinho e os atacantes Dodô e Nenê. Se não um primor, um time no mínimo razoável. A diferença é que, até aquele ano, o Brasileirão era disputado no sistema de mata-mata, com apenas um turno para se definir os rebaixados. Com 38 rodadas, não tenho a menor dúvida de que o tempo para a recuperação do time seria suficiente, tal qual foi para o São Paulo em 2013, e para o flamengo em 2014.

Perceberam a diferença? Por mais que não se goste de Denilson, Ganso e Luis Fabiano, são situações totalmente distintas. Muita calma com o pessimismo.

Casa da Mãe Joana – Que saudades eu tenho do tempo em que o São Paulo era uma instituição séria, comanda por pessoas comprometidas e até copiada pelas demais equipes.  Os erros existiam, mas não passavam da porta para fora do Morumbi.

Comissão para patrocínio, namorada de presidente e ex-mulher de vice-presidente envolvidas em jogos de interesses, e reaproximação de quem há semanas atrás se jurava de morte. Verdades ou não, legais ou ilegais, é tudo reflexo da Casa da Mãe Joana em que o clube se transformou na gestão Juvenal Juvêncio.

Um cara bem intencionado mas que, na ânsia de se perpetuar no poder, oficialmente ou através dos seus indicados, se propôs a rasgar regulamentos e promover pessoas de conduta questionável, condizentes com essa política de gestão eterna.

O resultado é o que vimos nos últimos 13 meses: traição do sucessor escolhido por JJ; declarações explosivas na imprensa, que só atrapalham o andamento do clube e do time; e uma série de denúncias, que deixa o pobre são-paulino sem saber no que acreditar, se estamos realmente diante de um abuso de poder ou de apenas mais uma mentirinha jogada aos ares para desestabilizar a gestão de Aidar.

Independentemente do momento em que vivemos dentro de campo, com ou sem títulos (embora seja difícil desassociar uma coisa da outra), é absolutamente triste o atual cenário político do Tricolor.

Meu amor pelo São Paulo é infinito e eterno. Quase do mesmo tamanho do meu descrédito com as pessoas que comandam essa instituição.

Sócio- torcedor– A prometida reformulação nos planos de sócio torcedor, elaborada desde janeiro e que seria lançada na última sexta-feira, ainda não saiu do papel. O momento escolhido, dois dias depois da eliminação do São Paulo na Libertadores, certamente não era o ideal, mas segundo informações divulgadas por este blog, o motivo do adiamento foi mesmo o trabalho inacabado da diretoria de marketing.

Enquanto isso, observamos o número de cadastrados no programa em queda. Desde a derrota para o Cruzeiro, teve mais gente deixando de ser sócio do São Paulo do que se tornando novo membro…

Matheus e João Paulo – Finalmente promoveram os dois jovens garotos ao time principal, conforme há tempos cobra esta coluna. O problema é que a princípio, segundo o site oficial do São Paulo, ambos apenas treinarão com os profissionais, e seguem disputando partidas com a equipe sub-20.

O excesso de cautela falando novamente mais alto do que as necessidades do clube. A minha esperança é a de que os dois consigam se destacar nos treinos o suficiente para chamarem a atenção do técnico. Superar Reinaldo e Jonathan Cafú não é difícil…

 Breno – Segundo informações divulgadas pela imprensa nesta quarta-feira, o zagueiro Breno só estará a disposição da comissão técnica no mínimo em setembro.

Tem alguma coisa errada aí. Por mais que Breno venha sofrendo com lesões, comuns a quem passa tanto tempo em inatividade, 9 meses para entrar em condições de jogo é tempo demais. Ou falta competência do departamento médico e fisiológico (o que eu não acredito), ou falta vontade e comprometimento do zagueiro (o que eu também não acredito), ou estamos diante do tal excesso de zelo por parte da direção Tricolor, o mesmo que faz com que jogadores da base não subam para ‘não serem queimados’. Enquanto isso, o time afunda, com Paulo Miranda, Reinaldo e companhia. Bonito.

 Dudu – Até aqui em 2015, foram 20 jogos, 4 gols, um cartão vermelho por chilique e uma suspensão de 180 dias, que eu duvido que serão cumpridos. De qualquer forma, já não há mais dúvidas: muito holofote para pouco jogador. Lembrando que o palmeiras desembolsará ao todo R$ 19 milhões pelo atleta, além dos R$ 300 mil de salários mensais. Dessa bucha, a gente se livrou.

Raí – Não é o meu maior ídolo no futebol apenas porque houve um certo Rogério Ceni. Mas foi Raí o primeiro jogador a me fazer ter orgulho de ser são-paulino.  Foram 395 jogos, 128 gols, 1 Mundial, 2 Libertadores, 1 Brasileiro e 5 Paulistas, e muita dedicação a camisa Tricolor.

Um cara diferenciado dentro e fora de campo.

Raí completou 50 anos na última sexta-feira, e não há nada mais a fazer do que parabenizar e agradecer um dos personagens mais importantes da história do clube que amamos. Parabens, Raí!

 Página do Carlos Miguel Aidar – Curtam, comentem e compartilhem a página do nosso presidente no Facebook:

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Wagner Moribe

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