A primeira partida válida pelas Quartas de Finais do Campeonato Brasileiro de 1999 foi realizada no Morumbi em 14 de novembro.

Por conta da retirada, indevida, de 4 pontos conquistados frente ao Botafogo e Internacional  pela escalação de Sandro Hiroshi, o tricolor acabou a fase de classificação na quinta colocação. Caso os resultados do campo tivessem sido mantidos, teríamos ficado em terceiro.

O nosso adversário, a Ponte Preta, tinha a vantagem de decidir a vaga para as semifinais jogando em casa, no Moises Lucarelli, e conforme o regulamento, poderiam ser disputados até 3 jogos.

O Morumbi recebeu um pouco mais de 46 mil pessoas para uma partida que, a princípio, seria tranquila.

A equipe campineira era forte e contava com importantes nomes da história do tricolor.

Na zaga, Ronaldão, no meio campo, Mineiro e no atacante, Fabiano, para nós, Luís Fabiano.

O jogo começou com o tricolor encurralando a Ponte Preta em seu campo.

Mas foi a Ponte quem abriu o placar, através de Claudinho aos 31 minutos.

Sentimos o gol, e pouco mais de 10 minutos, sofremos mais um, desta vez, marcado por Roberto.

Era inimaginável sair para o intervalo perdendo por 2 a 0.

O silêncio dominava o maior estádio particular do mundo construído com recursos próprios.

Algo precisava ser feito. E foi…

O nosso técnico, Paulo César Carpegiani, resolveu substituir Edmilson, mais marcador, por Sousa, meio campista, de passado negro (alvinegro), mais avançado, liberando Marcelinho Paraíba para o ataque.

Foi a chave para vitória.

Logo aos 10 minutos do segundo tempo, Marcelinho marcou o primeiro gol tricolor em uma cobrança de falta perfeita.

Ao correr em direção da torcida, levantou o manto e apresentou uma camisa com o dizer: 100% Paraíba.

Naquele dia todos fomos.

Mais 5 minutos, e França ajeitou a bola no peito para um chutaço de Marcelinho de fora da área.

A partida estava empatada, 2 a 2.

Por pouco tempo.

Aos 23 minutos, novamente Marcelinho marcou o gol da virada em mais um tiraço após passe de Sousa.

Uma vitória épica e que garantiu a presença de Marcelinho Paraíba na história do maior campeão mundial do Brasil.

A classificação viria após duas partidas, uma derrota por 2 a 1 e outra vitória por 3 a 2.

José Renato